Ontem lim um post num blog de umha pessoa companheira em seguramente muitas luitas, ou simplesmente na luita - na luita por um mundo mais justo - muito crítico com o panorama da esquerda neste país. Fixo umha leitura muito crítica do cenário vivido com a celebraçom do Dia de las Fuerzas Armadas na Corunha. Denunciava como os leirismos e os eleitoralismos fáceis empecerom que houvesse a grande resposta social que os fastos belicistas mereciam. Certamente foi um cenário de divisom que apenas favoreceu à panda de mamalons que vinherom dar-se um banho de nazi-onanismo espanhol na Corunha. Com a CIG de congresso, Esquerda Unida e o BNG agachados numha esquina, Galiza Nova fazendo o seu actinho de consumo interno...era difícil plantar cara com certa dignidade à concentraçom de fachas que havia no passeio marítimo. E ainda assim, há que dizer que o resultado no que di respeito da convocatória conjunta do Manifesto Nom os Queremos e da Assembleia Aberta, nom foi de todo mau...seiscentas pessoas é umha cifra bastante digna, com toda a psicose que havia de possível repressom, as dificuldades administrativas e a escassa publicitaçom do acto. Ainda assim, é claro que nom estávamos tod@s. Esta pessoa companheira dezia que nom ia votar o dia 19 de Junho. Que com este cenário, nom havia quem merecesse o seu voto. Nom serei eu quem lhe intente convencer do contrário. Ao melhor é certo, ao melhor tem toda a razom do mundo em nom votar, ainda que eu sim que o vou fazer.
Eu queria falar de outra cousa. Precisamente de um incidente concreto que houvo na manifestaçom à que eu e ela assistimos, e que se deu cara ao final, quando se ia cantar o hino da Galiza. Um sector da manifestaçom, minoritário e formado por ácratas, começarom a apupar no momento em que o companheiro Maurício Castro anunciava a interpretaçom do hino como fechamento do acto. Outro sector, também minoritário, encarou-se com os ácratas e houvo um rapaz que, infelizmente, resultou agredido. Desafortunado o lance, de princípio a fim. E o pior é que sabemos que episódios assim se repetirám e que já agora nom som novidade. Se o problema fosse o hino realmente, nom haveria problema. Porque tu és soberano para decidir se, no momento de cantar o hino, toca levantar o punho ou chegou a hora de ir tomar as birras. Até o de agora, por marchar antes ou depois, nom se recriminou a ninguém. O problema é, eu penso, o cabreo que provocou na acratada o facto de que o conteudo nacionalista da maioria das palavras de ordem nom fosse um motivo para a descoesom e fossem estas assumidas pola imensa maioria da manifestaçom, como também a imensa maioria da manifestaçom cantou o hino, suponho que também porque se assume como algo normal que depois de umha manife anti-militarista se cante o hino galego. A Corunha nom é Valladolid. E em Valladolid umha manife anti-militarista nom é igual que na Corunha, porque a contradicçom poderá ser basicamente a mesma, mas a maneira em como se manifesta nom é exactamente igual. Para um galego a questom nacional está presente na luita anti-militarista, porque é certo que o exército espanhol nos ameaça a nós como povo, sem perjuízo de que o exército norueguês, argentino ou británico tenham também a sua história mais ou menos horripilante trás de si, e sem perjuízo também de que se passado amanhá se proclamasse o estado galego, o exército desse estado provavelmente seja tam opressor como o resto dos exércitos, máxime se esse estado é um estado capitalista. Mas o artigo VIII da constituiçom está aí e a Bono "le gujta, fíjese" (ou seja, que muito talante, mas estes teriam o mesmo problema em aplicar esse artigo que o que teriam os do PP, que seria exactamente nengum) Esse artigo, refresco memórias, di que o exército espanhol poderá intervir num território do estado que se declarar independente. Nom fai falta ser independentista para ver aí umha ameaça. E por muito que um se declare ácrata, anti-estados, anti-fronteiras e anti-governos...umha cousa é isso e outra que che dea igual que se se dá o caso de aquí se dar essa situaçom venham os valentes soldados da Espanha a esmagar à populaçom galega, que nom som um ente abstracto. A populaçom galega é a tua nai, o teu vizinho, e essa senhora que acaba de passar por diante de ti. A tua gente. À partir de aí, um pode decidir se isto dos hinos e as bandeiras vai consigo ou nom. Agora, nom deve estranhar que os sectores nacionalistas e em geral de esquerda fagam alusom à contradicçom nacional. Mas cumpre recalcar que a imensa maioria cantou o hino, nom foi umha imposiçom dos independentistas.
Naturalmente, nem assim há que estar de acordo com cantar o hino numha manifestaçom. Mas um desacordo nom justifica atitudes de boicotagem como a vista esse dia. É o debate o que deve limar essas diferenças, nom umha guerra de decibélios e punhos.