quinta-feira, junho 17, 2004

Texto de NÓS-Unidade Popular sobre a ameaça de feche a dous centros sociais

NÓS-UP pola auto-organizaçom popular, pola liberdade de expressom e polo direito à reuniom e associaçom. Sobre a clausura de Mil Luas e a ameaça de feche para o local de Oveja Negra.

O dia 7 de Junho, apareceu precintada a porta do local da Associaçom Cultural Mil Luas. O motivo, segundo o técnico de aperturas do Concelho da Corunha, as moléstias que as actividades alí desenvolvidas causavam à vizinhança da zona. Isto depois da associaçom ter-se dobregado às exigências das autoridades autárquicas, que já clausuraram temporáriamente o local requerindo umha série de reformas para evitar ruídos e outras moléstias, numha actuaçom provocada pola pressom de um vizinho em particular cuja intoleráncia o empurrou a mover fios e influências para que o arbitrário braço da política municipal no que respeita a locais públicos recaisse sobre umha entidade nom lucrativa e que persegue finalidades culturais, numha zona cheia de pubs e after-hours que causarám bem mais moléstias que este local aos vizinhos e vizinhas da zona de Beira Mar.

Agora, parece que as medidas implementadas na direcçom de evitar moléstias à vizinhança nom forom suficientes, já que volta ser clausurado o local, sendo emprazad@s aliás @s membros da associaçom a manter umha segunda juntança com o técnico de aperturas – depois de umha entrevista anterior, a efectos de conhecer os motivos desta clausura – para poder levantar o precinto e recolher todo o material pertencente a Mil Luas que fica dentro. Mil Luas num princípio refugou a ideia de plantar resistência, já que as dificuldades para levar a cabo determinadas actividades na ubicaçom actual levaram à entidade a plantejar-se o cámbio de local com o que o abandono do que se ocupava até o momento era inminente, mas sim convocou a todos os colectivos da cidade para desenhar actos de protesto, já que se considera que esta situaçom vem dada pola re-estruturaçom que o governo presidido por Francisco Vázquez está a impulsionar na instituçom autárquica. De facto, também ao colectivo libertário Oveja Negra lhe chegou um aviso de feche exixindo-lhes que se legalicem como associaçom cultural para poder seguir exercendo as actividades que se desenvolvem no seu local; neste caso, actividades bem menos confituosas, como palestras, jantares, debates, projecçons de vídeos, etc.

NÓS-Unidade Popular concorda em que as reformas promovidas à par da Lei de Grandes Cidades, como as novas ordenanças municipais, contra as que já estamos a fazer campanha, potênciam um modelo de cidade elitista, sem cabimento para a diversidade e a diferença, e que como conseqüência disso, o Concelho destinará umha boa parte dos seus recursos a repremer a colectivos e organizaçons políticas cuja actividade seja contraditória com o sistema, aliás de que se intentará limpar Corunha de elementos indesejáveis como pobres, indivíduos estéticamente nom correctos ou inmigrantes para preservar essa imagem de pulcridom cadavérica que Vázquez quer para a cidade que governa.

Por isso estamos dispost@s a fazer frente comum na defesa do pluralismo, da diversidade e da liberdade, perante o autoritarismo pacovazquiano. De NÓS-Unidade Popular todo o nosso apoio aos dous colectivos acossados e reiterar a nossa disposiçom a plantar cara ao modelo totalitário de cidade que este governo municipal neo-fascista quer impôr.