Cantar em raro
Há bastantes anos, quando começava a agromar o rock catalá, lim umha entrevista aos componhentes de Sopa de Cabra, na que alguém dezia algo assim como: "é fácil que um fan de Sopa de Cabra vaia a um concerto de El Último de la Fila, mas nom é tam fácil que se dea o caso ínverso". Impactou-me relativamente lêr aquilo, porque eu daquela tinha a ideia de que os preconceitos lingüístico-culturais na minha em muitos aspectos admirada Catalunya eram cousa superada. Tardei em viajar a Catalunya para compreender que nom é assim. Em qualquer caso, nesse comentário vim reflectida também a realidade do nosso país. É dizer, há gente que nom consume cultura em galego por princípio. De facto, se eu digo que tal banda galega nom me interessa porque canta em espanhol, já sabemos qual vai ser a crítica que me fagam, mas nom choca que alguém diga que nom lhe interessam os escritores em galego, nom lhe interessa a música em galego, etc.
Os méios de comunicaçom, públicos ou privados, seguem a dia de hoje sem dar muito cabimento à música feita "noutras línguas do estado", e a indústria tem muito claro a quê lhe quer dar saida. Nesses termos é que se venhem expressando os membros de Antònia Font numha entrevista publicada em vieiros.
Os noventa virom florescer o pop e o rock feitos em galego, asturiano, aragonês, euskara, catalá...mas a metrópole segue a fazer ouvidos surdos a estas propostas. Parece que à cosmopolita Madrid lhe sai o sarabulho se tem que assimilar umha realidade tam óbvia como que o atlas lingüístico peninsular é complexo, e que portanto existe umha diversidade à que é inútil virar as costas.Talvez haja quem pense que estamos a falar de manifestaçons anecdóticas...eu penso que em qualquer caso, independentemente de se som mais anecdóticas ou mais trascendentais, som claramente inevitáveis.
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