Apontamentos soltos (e desordenados) sobre as nossas origens.
Venhem-se de publicar dous artigos do filólogo Craig Patterson em Vieiros, que estám a levantar umha poeira eu penso que exagerada. Mas claro, com a cousa esta identitária nom é muito recomendável assim pôr-se a brincar. As sensibilidades resentem-se assinha, porque também o povo galego leva de toda a parte quando trata de definir-se a si próprio. De novo, somos celtas ou quê caralho somos? Eu escuitei já argumentos mais aparentemente fundados e menos fundados também, mais paixonais e menos paixonais, a favor e em contra do celtismo. E nom é que o nacionalismo galego tenha umha especial teima com o celtismo, já a tivo mais do que a tem: há furibundos celtistas e radicais anti-celtistas no nacionalismo galego e fora também.
Há um detalhe que me resulta especialmente mosqueante. Galiza nom é umha naçom celta, dim alguns. Na Galiza nom houvo nunca celtas, dim outros. Nom há cousa mais anti-nacionalista que defender um suposto passado celta da Galiza, chegam a dizer alguns outros. Vale, muito bem. Tranquilidade. Nom ondearei a bandeira celta em vao. A questom é que há quem chega mais longe e lhe dá a volta à tortilha; há quem di que nom só na Galiza nom terá havido celtas, é que inclusso qualquer território peninsular tem mais de celta que a Galiza. Pode ser, pode ser, nom digo que nom. Mas a mim essa nova tendência de reivindicar a celticidade de territórios como Castela ou Andaluzia, ao que me sona é à necessidade de re-inventar umha Espanha que se quer desfazer da imagem que de si própria estivo a promover durante muito tempo: essa Espanha mediterránica, do flamenco, dos touros e do sol sintetizada da maneira mais perfeita na Andaluzia.
Os galegos...nom somos celtas, ou somo-lo de umha maneira muito residual, aliás de sermos suevos, romanos, árabes. A questom é que nos deixem ser galegos, sejamos muito celtas, pouco celtas ou nada celtas...e esse é o repto, agora, porquê de súvito é tam importante que nos metamos na cabeça que nom somos celtas? Ou porquê, por exemplo, a mim na escola nom me falarom dos suevos e sim dos visigodos? Quê curioso! Sempre passando "de puntillas" diante dos suevos...falavam-che dos reis godos, da arte visigoda e só de passada deziam "...menos na Galiza, que estavam os suevos..." desde que por primeira vez, em séptimo de EGB escuitei mencionar aos suevos, até que tivem oportunidade de saber vagamente quem eram e quê fixerom por estas terras, passarom muitos anos.
Pois o que eu digo, que a questom é que nom silenciem a nossa história, esse silenciamento deliberado de determinados episódios da história da Galiza é o mais grave de todo este tinglado, nom que alguns utilicem os celtas para fazer valer determinadas teses sobre o que é hoje este país ou que a dia de hoje o pretenso passado celta da Galiza siga formando parte da mitologia doméstica.
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