domingo, janeiro 13, 2008

In Galician, please

Se alguém quer saber porquê depois de quase trinta anos de autonomia galega o idioma está como está, que lhe dea umha vista de olhos à imprensa destes dias e que reflexione. É concevível o espectáculo que estám a dar os concelheiros do governo local corunhês? É um assunto este que dá vergonha alheia e própria; eu imagino aos nom poucos amigos da Galiza que há fora, gente normalmente culta e sensível que tenhem maior conhecimento e estima do nosso país que a média dos galegos, agachando o rosto de puro bochorno quando escuitam a representantes do povo arrenegar mesquinhamente do idioma de Camöes e Rosalia. Em aras da liberdade pessoal, políticos profisionais que levam chupando cadeirom décadas, cobrando dietas e ordenados astronómicos, por trabalhar nom creio que além das vinte horas semanais, resulta que protestam porque vai haver umha ordenança municipal que os vai obrigar a utilizar o galego nos actos públicos. Pois vaia um sacrifício da liberdade pessoal, para alguém que leva a privilegiada vida de um político!

Dim os munícipes refractários com a tal ordenança, que ninguém lhes vai mudar os costumes e que há que normalizar o galego, sim, mas sem imposiçons. Nom sei o quê entenderám estes indivíduos por normalizaçom lingüística. Seguramente para eles normalizar o galego consistirá em fazer actos folclórico-festivos de exaltaçom inócua e carente de compromisso, em datas assinaladas, e fora disso, que tudo continue igual, ou seja, que a língua dominante siga a ser o espanhol.

Já alguém explicou que nom há normalizaçom lingüística possível sem imposiçons. E nom se trata de coartar nem ameaçar a ninguém. O povo galego, se de verdade queremos que a língua galega sobreviva aos embates e à pressom dos seus competidores, ou seja, o espanhol principalmente, além do inglês, língua que lhe desputa a todas as demais espaços numha convivência que já está a ser conflituosa, deve auto-impôr-se o galego. Deve exercitar o compromisso concreto e activo. Os cárregos públicos devem reciclar-se para utilizar o galego correcta e habitualmente. Agora, se eu pretendo cobrir expediente no tema lingüístico fazendo declaraçons de intençons sem conteúdo e rebelo-me quando se me exige algumha cousa que me requira esforço, entom nunca se avançará.

Claro que, evidentemente, e ainda que nom se queira reconhecer, é umha questom ideológica. O PSOE nom tem absolutamente nengum interesse em normalizar o galego, mais bem o seu interesse é que este desapareça e, desta maneira, o conflito lingüístico na Galiza ficaria definitivamente saldado. Essa é a questom, e nom nengum pretenso conflito entre umha ordenança municipal e as liberdades individuais de alguns edís. E o BNG sabia isto. Sabia que os herdeiros de Paco Vázquez tinham a ideia que tinham sobre a língua galega. Que para eles o galego era umha realidade molesta que evitavam pola via da negaçom. Nom criticarei o pacto PSOE - BNG na Corunha, (nom agora, quero dizer) mas o que sim se acha em falta é que o BNG dea umha pancada na mesa já nom na Corunha, mas a nível nacional. Se nom a dá, estará a permitir que Touriño transija com as artimanhas anti-democráticas de Losada e companhia, e isso já nom é que perjudique ao BNG, é que perjudica a Galiza e aos galegos e galegas.

5 Comments:

At 11:21 AM, Blogger Miguel González said...

Completamente de acordo... o pacto com o Torito é veleno também, mas há que saber manexá-lo... vendo as ultimas declaraçons de Quin dam ganas de chorar, mas espero que inda haja lugar para a auto-bofetada que precisa o BNG. De poder endereitar algo, endereitá-lo...

E o de corunha, prfh... Multas administrativas a casco porro e privaçons de cargo, eu que sei.. pero se fosse umha resposta dura (que nom vai ser) a mim nom me daria pena ningumha.

Saúde!

 
At 12:55 PM, Anonymous Anônimo said...

Eu o que me pregunto é: realmente é posible unha Galicia monolingüe como pretenden os nacionalistas? Porque eu teño as miñas moitísimas dúvidas...bueno, realmente non é que teña dúvidas, é que estou seguro de que non.

Claramente, hoxe por hoxe, Galicia non ten unha, senon duas linguas: o castelán e o galego. É unha realidade contra a que calquer plan de normalización lingüística está avocado a chocar. Porqué entón hai que empeñarse en controlar, en dicirlle á xente como se ten que comportar lingüísticamente? Non será mellor que cadaquén se exprese no idioma no que mellor se desenvolva? Non creo que ningún galegofalante teña problemas para entender o castelán...non estamos nos anos cincuenta.

 
At 3:07 PM, Blogger tangaranho said...

Simplesmente dizer que, se é legítimo que alguns defendam umha Galiza monolíngüe em castelhano, o mesmo de legítimo (como mínimo) será defender umha Galiza monolíngüe em galego. Bem sei que a inmigraçom introduzirá outras línguas, mas eu defendo que a língua da naçom galega é o galego.

 
At 12:09 PM, Blogger Esther del Campo said...

No conozco de cerca como está el tema de la normalización lingüística en Galicia, por lo que he entendido, no va la cosa demasiado bien. Es triste tener que hablar de qué hacer para que una "lengua sobreviva", eso quiere decir que esa lengua se siente amenazada, toda una cultura entera está a punto de irse al garete. Eso se tiene que evitar.

La gente tiende a dipositar toda su confianza en los políticos o la administración pública, tanto da, y eso, casi siempre, es en vano. En cuestiones como la de la lengua -complicadísimas por cierto y polémicas- siempre he pensado que los que deben tener la sartén por el mango son los hablantes, utilizándola, defendiéndola y queriéndola. Suerte tenemos en Catalunya, pero no todo el monte es orégano.

Habrá que continuar escribiendo posts en nuestras lenguas y alzando la voz tantas veces como haga falta :)

 
At 1:37 PM, Blogger tangaranho said...

Aquí o que acontece é bastante complexo, e nom se trata apenas de procurar um culpável; é umha combinaçom de factores a que nos levou a esta situaçom, a saber: Temos umha Lei de Normalizaçom Lingüística que data de 1.980, que nengum governo autonómico até o de agora quixo levar até as últimas conseqüências; a isto devemos somar o facto de nom termos praticamente meios de comunicaçom em galego e auto-centrados, e os que há nom se sabe muito bem se som publicaçons de massas ou de partido; como consequência do anterior, quase nom há referentes de cultura moderna em galego; a empresa privada está EM CONTRA do galego, nom atopas trabalho se vas às entrevistas falando em galego...resultado de tudo isto? Temos umha massa de galego-falantes com umha auto-estima colectiva baixíssima, a maioria dos galego-falantes pensa que o galego é inferior, de facto a juventude tem-no muito claro: como a chave da promoçom social a tem o castelhano, sem nengum problema se passam ao castelhano. E temos umha massa de castelhano-falantes que nom está interessada na sua maioria em apreender o galego, porque nom lhes serve para nada, polo menos do ponto de vista das suas necessidades materiais mais imediatas. Dentro desse grupo, há umha minoria que nom está disposta a perder os seus privilégios e opom-se a qualquer avanço da língua galega, porque vê esses avanços, pírricos a maior parte deles, como umha ameaça ao seu státus. Há outro pequeno grupo, o dos neofalantes, que som pessoas que se passam do castelhano ao galego, polo geral por consciência política. A maioria vivem nas cidades, e resulta-lhes muito complicado viver em galego, porque muitas vezes é o seu entorno social e familiar o que mais resistências oferece a esse cámbio, à parte da dificuldade já citada de atopar trabalho sendo galego-falante conseqüente, ou da prática impossibilidade de garantir umha educaçom em galego para os filhos.

Aspectos positivos? Pois homem, eu diria que resulta bastante surpreendente a vitalidade que oferece o mundo social e cultural em galego, apesar de tudo. Temos música em galego; folk, hip-hop, cantautores, pop, rock, heavy metal, punk, oi!...temos bastante literatura em galego, há também um número considerável de companhias de teatro que oferecem montagens apenas em galego...há muitas páginas web e blogs em galego, há vida, em definitivo. A questom é...se seremos capazes de remontar voo desde aí...

 

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