sábado, junho 28, 2008

A estátua do Ché

Ultimamente está a causar mar de fundo em Oleiros umha estátua do Ché que se inaugura hoje. A questom é que há quem di, e nom sem razom, que os cartos investidos na construcçom e instalaçom da estátua podiam ir a outro lado. Pois sim. A todos se nos ocorririam muitas cousas que fazer com esse dinheiro. Em Oleiros quem nom vê problemas por resolver, é porque nom tem olhos. O alcaide, pola sua parte, defende a sua decisom política e di que outras estátuas mais escandalosas se erigirom na comarca sem que ninguém diga nada. Tampouco lhe falta razom. Se queremos ver arbitrariedades e absurdos simbólico-urbanísticos, nom temos mais do que ir à Corunha. E nom temos mais que retrotrazer-nos a há menos de dez anos, e menos de cinco também para recordar as delirantes justificaçons que davam alguns que hoje ainda som concelheiros para justificar a existência desses absurdos. O que acontece é que a memória é débil, e a memória colectiva, nem vos conto. Mas escuitar a umha Carmen Marón dizer que a presença de símbolos franquistas nas ruas da Corunha era umha prova de toleráncia, era-vos um primor. Por exemplo.

Sim, certamente; vam-se esbanjar cartos públicos numha questom que nom é, nem muito menos, de primeira necessidade. O que acontece é que eu nom estou nem de troça com a extrema direita oleiresa, nem com a pequena massa de incautos que ontem se manifestou contra a controvertida efígie. Umha cousa é protestar para que os governantes da cousa pública a manejem de maneira ética e responsável...e outra bem diferente é aproveitar que o Minho passa por Lugo para bilipendiar ao Ché. Eu nom tolero que os merdinhas senhoritos de caldo à merenda do PP e a sua claque de kamikazes ideológicos ma metam dobrada com isto de que "protestamos contra el totalitarismo de Gelo". Sinto-o. O que se anda a largar sobre o Ché por aí adiante é infamante e nom se trata já do que eu poida pensar do Ché ou da minha concordáncia com o seu pensamento e a sua obra. Vai muito mais alá a cousa.

Todos sabemos que o discurso este dos neocons sobre o que eles consideram esquerda caduca e trasnoitada (para eles a esquerda, integrada ou radical, singelamente sobra, assim que nom paga a pena parar-se em matizes) sempre aproveita a refutaçom de um símbolo ou de umha parte da história para denigrar e criminalizar a todo aquele que ouse pór-se enfrente das suas teorias. Dá igual a CNT, o PCE, o PSOE, o BNG, NÓS-UP ou a ETA...todos estám na conjura contra essa civilizaçom "do normal" (e já sabemos o que vem significando "normal" em boca desta gentalhinha) e a questom é que a razom dos "normais" tem que imperar para que tudo continue a ser "normal".

Como oleirês tomo a palavra para dizer que esses que se manifestarom contra a estátua nom falam no meu nome ( ...e já lhes gostaria...)

Tampouco Alternativa fala no meu nome. Estes senhores o que tinham que fazer é demostrar o seu pretenso ideário de esquerdas fazendo políticas de esquerdas. A questom simbólica tem umha induvidável importáncia que nom há que descuidar. Mas ser de esquerdas é falar de vivenda, de emprego e de transporte público. De méio ambiente, de serviços sociais...destas cousas tam vulgares mas também tam importantes para esse povo do que Gelo necessita o seu voto, voto que nom duvidamos que pedirá.

Nem uns nem outros falam no meu nome. Estám incapazitados moralmente para fazê-lo.

1 Comments:

At 5:40 AM, Blogger Mario said...

Pois si, camarada, o pior é que cando acontecen estas cosas decátaste outra vez de que estamos rodeados. Guatemala ou Guatepior.

 

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