terça-feira, junho 24, 2008

Excesso espanholista, por aquilo do futebol


O futebol...esse pode mais do que todos os carros de combate do exército espanhol. Fai mais espanholismo a selecçom de futebol do que todos os méios de controlo social juntos. A Corunha inundou-se neste Domingo de bandeiras espanholas, e pobre de quem puxera em causa a lizença para tudo daqueles que iam decorados com a rojigüalda no rosto. E parece que em todo o território do estado foi mais ou menos igual, excepçom feita, suponho, de Euskal Herria, onde nom imagino umha multidom afervoada agitando bandeiras espanholas na praça mais céntrica de, ponhamos por caso, Bilbao. Mas um dado que puidem conhecer hoje é que o nível de seguimento da eliminatória que enfrentou a Espanha com Itália, foi mais ou menos parecido em todas as comunidades autónomas do estado, mesmo ligeiramente superior em Euskadi a respeito da Galiza. Ou seja; realmente estamos numha sociedade onde o futebol manda muito. Porque de facto o pessoal nom celebra assim nem segue tam massivamente as conquistas desportivas de individualidades como Rafa Nadal ou Fernando Alonso, que tenhem seguimento mediático mas desde logo nom o tirom dos astros da bola hispánicos. É mais, por fazer outras comparanzas, noutros desportos como o futebol de salom, o basquetebol ou andebol Espanha sim ganha títulos (cousa da que há muitas décadas os do futebol nom podem pressomir) e tampouco se lhes fai aló demasiado caso, salvo quando jogam algumha final.

Estava eu falando polo messenger com um amigo e contava-me o medo e a vergonha alheia que lhe deu ver tal apoteosse do espanholismo polas ruas de Compostela. Evidentemente a cousa derivou em falar da oficialidade para as selecçons desportivas galegas. Este tipo de situaçons ajudam a compreender porquê Espanha nom quer permitir a participaçom em competiçons oficiais da selecçom galega, ou da catalá, ou da basca. Como vai estar disposta Espanha a dar via livre a que o desporto galego reivindique a sua identidade? Como vai estar disposta a que a sociedade galega se identifique com uns desportistas que se poderiam enfrentar a Espanha?


Por isso também se cuida muito o discurso quando a selecçom galega joga na sua cita anual. Qualquer atisbo de competiçom deve ser alonjado. O jogo da selecçom galega é "a festa do futebol galego". Claro. Nom se joga a ganhar. O resultado nom é importante. Nom se compite. A selecçom galega nom perde, nom empata, nom ganha. Nom fai história. Nom fai nada registável nem trascendível. Por isso o jogo é tudo menos um jogo, ou fai-se porque nom pareça um jogo. Sobre isto discutim agriamente há um par de anos com umha pessoa à que nom voltei saudar porque a sua percepçom do conto este era, vamos, moldeada como mínimo por El Mundo ou por La Razón. Dezia que a gente ia ao jogo da selecçom galega a "passar o rato", e que o resultado nom importava. Pois o resultado importa. Nom é igual ganhar que perder, nem é igual ganhar 1-0 que 5-0. É umha festa porque por umha vez no ano podemos ver aos nossos jogando contra a selecçom de outro país, mas nom é umha festa nos termos que o paternalismo de alguns nos pretende impôr.

1 Comments:

At 7:53 PM, Blogger Nébeda Piñeiro Barros said...

panem et circenses, que se diría...



a min isto estáseme acabando, pero xa hai ganas de volver á terra, ou polo menos de non ficar aquí.


un bico.

 

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