segunda-feira, abril 25, 2005

As religions contra a humanidade

Depois de sabermos que os líderes religiosos de Israel se unirom contra a celebraçom do Dia do Orgulho Gay em Jerusalém, por estes pagos peninsulares acabamos de ter notícia de um facto muito parecido, protagonizado também polos patriarcas das principais religions do estado espanhol. O que lhe está a costar a este estado ser um estado verdadeiramente aconfissional é como para escrever um livro, claro que em realidade de nada serve que umha constituiçom proclame a aconfissionalidade de um estado, se na classe política nom há verdadeira vontade de exercer essa aconfissionalidade. Já tenho dito nalgum foro que nom há nada que se pareça mais a um fundamentalista cristao que um fundamentalista judeu, ou muçulmano, ou de qualquer outra confissom. As religions, todas, som missóginas e homófobas. O tema de aceitar a mulher como ser humano, nom o levam muito bem. E o de separar o sexo das finalidades que elas lhes atribuem e que aceitam como únicas válidas também é algo que nom se acaba de encaixar nas mezquitas, igrejas e sinagogas. Por isso lhes resulta inconcevível o sexo, com amor ou sem ele, entre dous homens ou entre duas mulheres.
Dezia que uns dias atrás, uns senhores que representavam às diferentes igrejas cristás radicadas no estado espanhol, mais aos muçulmanos e os judeus, e nom sei se alguém mais, assinarom um comunicado conjunto que se opunha aos matrimónios gays e a que parelhas gays puidessem adoptar meninh@s. Para isso, som capazes de pôr-se de acordo. Parece que a felicidade e o bem estar da gente nom entra nas preocupaçons destes senhores. O problema é quê fai cadaquém com determinados aspectos da sua vida privada e quê fai cadaquém com a sua identidade na sua dimensom pública, ou seja; umha pessoa homossexual de sentimento e/ou prática deve viver a sua vida atormentada e arrepentida, nom deve aspirar a ter umha vida afectiva sana e satisfactória e nom deve manifestar-se como o que é perante a sociedade. O guetto, no melhor dos casos, deve ser o seu destino, quando nom o isolamento total. E eu digo, porquê nom se unem para cousas realmente úteis e necessárias, porquê nom estám com o pulso das sociedades? Porquê nom estám ubicados no mundo actual?
Se os líderes religiosos de Israel assinaram um comunicado para que o exército israelí abandonasse os territórios ocupados, teria sido um gesto encomiável, que aplaudiria até eu, que nom tenho religiom conhecida e nomeável. Esse é o verdadeiro problema naquelas latitudes a dia de hoje. A guerra silenciada e as políticas de extermínio do estado sionista. Se os patriarcas espanhois fixeram o mesmo contra o terror cotidiano dos sinistros laborais ou da violência de género, ou se pronunciassem pola autodeterminaçom dos povos, contra a tortura policial e carcerária, se denunciassem a xenofobia...mas enfim, como vam pronunciar-se sobre esses temas, se som questons que tenhem a ver com direitos civís e políticos, questions demasiado terrenais.