segunda-feira, maio 30, 2005

Iconologia

Ontem lim um post num blog de umha pessoa companheira em seguramente muitas luitas, ou simplesmente na luita - na luita por um mundo mais justo - muito crítico com o panorama da esquerda neste país. Fixo umha leitura muito crítica do cenário vivido com a celebraçom do Dia de las Fuerzas Armadas na Corunha. Denunciava como os leirismos e os eleitoralismos fáceis empecerom que houvesse a grande resposta social que os fastos belicistas mereciam. Certamente foi um cenário de divisom que apenas favoreceu à panda de mamalons que vinherom dar-se um banho de nazi-onanismo espanhol na Corunha. Com a CIG de congresso, Esquerda Unida e o BNG agachados numha esquina, Galiza Nova fazendo o seu actinho de consumo interno...era difícil plantar cara com certa dignidade à concentraçom de fachas que havia no passeio marítimo. E ainda assim, há que dizer que o resultado no que di respeito da convocatória conjunta do Manifesto Nom os Queremos e da Assembleia Aberta, nom foi de todo mau...seiscentas pessoas é umha cifra bastante digna, com toda a psicose que havia de possível repressom, as dificuldades administrativas e a escassa publicitaçom do acto. Ainda assim, é claro que nom estávamos tod@s. Esta pessoa companheira dezia que nom ia votar o dia 19 de Junho. Que com este cenário, nom havia quem merecesse o seu voto. Nom serei eu quem lhe intente convencer do contrário. Ao melhor é certo, ao melhor tem toda a razom do mundo em nom votar, ainda que eu sim que o vou fazer.
Eu queria falar de outra cousa. Precisamente de um incidente concreto que houvo na manifestaçom à que eu e ela assistimos, e que se deu cara ao final, quando se ia cantar o hino da Galiza. Um sector da manifestaçom, minoritário e formado por ácratas, começarom a apupar no momento em que o companheiro Maurício Castro anunciava a interpretaçom do hino como fechamento do acto. Outro sector, também minoritário, encarou-se com os ácratas e houvo um rapaz que, infelizmente, resultou agredido. Desafortunado o lance, de princípio a fim. E o pior é que sabemos que episódios assim se repetirám e que já agora nom som novidade. Se o problema fosse o hino realmente, nom haveria problema. Porque tu és soberano para decidir se, no momento de cantar o hino, toca levantar o punho ou chegou a hora de ir tomar as birras. Até o de agora, por marchar antes ou depois, nom se recriminou a ninguém. O problema é, eu penso, o cabreo que provocou na acratada o facto de que o conteudo nacionalista da maioria das palavras de ordem nom fosse um motivo para a descoesom e fossem estas assumidas pola imensa maioria da manifestaçom, como também a imensa maioria da manifestaçom cantou o hino, suponho que também porque se assume como algo normal que depois de umha manife anti-militarista se cante o hino galego. A Corunha nom é Valladolid. E em Valladolid umha manife anti-militarista nom é igual que na Corunha, porque a contradicçom poderá ser basicamente a mesma, mas a maneira em como se manifesta nom é exactamente igual. Para um galego a questom nacional está presente na luita anti-militarista, porque é certo que o exército espanhol nos ameaça a nós como povo, sem perjuízo de que o exército norueguês, argentino ou británico tenham também a sua história mais ou menos horripilante trás de si, e sem perjuízo também de que se passado amanhá se proclamasse o estado galego, o exército desse estado provavelmente seja tam opressor como o resto dos exércitos, máxime se esse estado é um estado capitalista. Mas o artigo VIII da constituiçom está aí e a Bono "le gujta, fíjese" (ou seja, que muito talante, mas estes teriam o mesmo problema em aplicar esse artigo que o que teriam os do PP, que seria exactamente nengum) Esse artigo, refresco memórias, di que o exército espanhol poderá intervir num território do estado que se declarar independente. Nom fai falta ser independentista para ver aí umha ameaça. E por muito que um se declare ácrata, anti-estados, anti-fronteiras e anti-governos...umha cousa é isso e outra que che dea igual que se se dá o caso de aquí se dar essa situaçom venham os valentes soldados da Espanha a esmagar à populaçom galega, que nom som um ente abstracto. A populaçom galega é a tua nai, o teu vizinho, e essa senhora que acaba de passar por diante de ti. A tua gente. À partir de aí, um pode decidir se isto dos hinos e as bandeiras vai consigo ou nom. Agora, nom deve estranhar que os sectores nacionalistas e em geral de esquerda fagam alusom à contradicçom nacional. Mas cumpre recalcar que a imensa maioria cantou o hino, nom foi umha imposiçom dos independentistas.
Naturalmente, nem assim há que estar de acordo com cantar o hino numha manifestaçom. Mas um desacordo nom justifica atitudes de boicotagem como a vista esse dia. É o debate o que deve limar essas diferenças, nom umha guerra de decibélios e punhos.

2 Comments:

At 4:40 PM, Anonymous Anônimo said...

Agora fiquei com as ganas de saber quem era a pessoa que no seu blog falava do tema, para poder ter umha imagem mais completa.
Nom o poderia dizer?

 
At 10:09 PM, Blogger tangaranho said...

Nom era no meu blog, era noutro blog que se fai chamar "Piscinas do Mundo". Nom está em blogspot nem me lembro bem do endereço. Mas seguro que nos pesquisadores o encontrará.

 

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