quarta-feira, outubro 19, 2005

As greves e o seu tratamento mediático

Ontem falava da greve de Arriva – Noroeste e do tratamento mediático confuso, quando menos, que estava a receber. Três quartos do mesmo se poderia dizer da greve do transporte de mercadorias, desconvocada a nível estatal mas que persiste na Galiza. A diferença é que neste caso a maioria dos média se ponhem de parte dos grevistas. Deve ser porque se trata, em realidade, de um fechamento patronal e nom de umha greve dos trabalhadores do ramo. De facto, os sindicatos operários denunciavam ontem algumhas mentiras da patronal do transporte e umha série de práticas pouco éticas, como por exemplo utilizar aos trabalhadores de piquetes, ou seja, para que lhes fagam o trabalho sujo.

Acabo de lêr a Xosé Manuel Pereiro, incisivo e divertido como sempre, lúcido e sincero como poucos, na ediçom digital de La Opinión. Denunciava a muita tinta inútil que correu a conta da “greve” do transporte. Como se repetiam e repetiam as fotos e as linhas descrevendo umha paisagem de paralisaçom total, caos e desfornecemento. Morbo para alimentar a sicose social, para que a gente acabe acreditando no que alguns estám interessados em que se acredite. Mas nem umha linha dedicada a denunciar, como dezia o Pereiro, o facto de que em fechamentos patronais como este nom se cumpram os serviços mínimos. Por exemplo. Muito espectáculo e pouca análise. Eu acrescentaria, é curioso como o PP está a aproveitar a situaçom para desqualificar a um governo autonómico que insiste em manifestar que o conflito sai, na maioria dos aspectos, dos limites das suas competências. A ver se esta greve vai ser política, já me entendedes. Tanto que esgrimem os empresários essa acusaçom quando se trata de umha greve impulsionada polos sindicatos....