domingo, setembro 23, 2007

Alguns apontamentos sobre desportos

Estivem recentemente mais ou menos enganchado ao eurobasket. Foi umha ocassiom para ver basquet de qualidade, contemplando em acçom aos Valters, Novitzki, Gasol, Kirilenko, etc. Ao nacionalismo espanhol caiu-se-lhe a festa com a derrota de Espanha na final, na casa, com o cava na geladeira e com toda a afeiçom disposta a celebrar o que ia ser a coroaçom do novo dream team ibérico. Nom contarom com o potencial russo, e nom é bom infravalorar a um rival. Os russos, física e técnicamente, provavelmente forom os melhores do campionato. Isto, sem desdenhar o inorme potencial espanhol, que já tendo ganhado o mundobasket do ano passado superarom o listom que deixara aquela outra grande geraçom de jogadores que foram Epi, Iturriaga, De la Cruz, Corbalán, Solozábal, Margall, Villacampa, Romay, Fernando Martín, etc. Mas os Gasol, Garbajosa, Navarro e companhia, chegarom à final em bastante mal estado físico - isso eles mesmos o reconhecem - e isso paga-se frente a um rival de tal entidade.
Gostaria de resaltar, e isso gosto muito de fazê-lo, a preponderáncia das selecçons do Leste. Das oito selecçons que participarom nos quartos de final quatro eram ex-repúblicas soviéticas ou iugoslavas. As duas grandes escolas do basket europeu continuam a dar frutos. E nom há mais que olhar o podium: Rússia medalha de ouro, Lituánia medalha de prata. Por certo que a Lituánia dirigiu-na um heroi meu da infáncia; nada menos que o grande Kurktinaitis.
Por outro lado, de novo salta à palestra pública o tema das selecçons "autonómicas". Há um problema de conceito, e é que o estado espanhol vê estas selecçons como isso, como selecçons autonómicas, regionais, menores, que só jogam ocassionalmente e que nom aspiram a outra cousa que a ter um jogo ao ano quando lhes deixam. E a percepçom de alguns directivos de clubes, de muitos jogadores, e também do público que vai aos jogos de algumhas dessas selecçons é muito diferente. Ante o último portaço do Senado à participaçom em competiçons oficiais das selecçons catalanas e a negativa da RFEF a permitir um jogo em Setembro entre Catalunya e USA, o Joan Laporta vem de meter o dedo numha chaga delicada: deixou cair a sua disconformidade com alguns jogos da selecçom espanhola, que lhe privavam em ocassions de dispôr de jogadores importantes sem compensaçom económica qualquer. E é que com efeito, a imensa maioria dos encontros da selecçom espanhola som amigáveis com finalidades unicamente propagandísticas e recadatórias. Enfim, ponhem questons técnicas como excusa, mas afinal como sempre a razom que bloqueia a participaçom em competiçons oficiais das selecçons desportivas catalanas é política e apenas política.

2 Comments:

At 3:51 PM, Blogger Oscar de Lis said...

Acho que o Parlamento espanhol tem certo pavor pola internacionalizaçom que qualquer umha das naçons que ainda fam parte do Estado: refero-me à Catalá, a Basca e a Galega. O caso das selecçons é apenas mais um, mas existem outros, multidom deles. Doutra banda, também nom vejo umha aposta decidida dos poderes das respeitivas naçons por arranjarem enfrontamentos de verdade, para além dos simples amigáveis. Algum apontou já o modo: que os clubes galegos rejeitem a LFP e que a Federaçom Galega de Futebol se desvincule da RFEF. Mas acho que isso nom vai ocorrer, polo simples facto de que nom hai vontade política. De cada vez demonstra-se, por departe, mais a necessidade de uniom das naçons sem Estado na luta contra os Estados imersores.

 
At 7:14 PM, Blogger tangaranho said...

No caso galego, já sabemos de antemao que nom há vontade política de ir muito mais aló, porque de facto há umha renúncia explícita por parte da Conselharia de Cultura de reivindicar a oficialidade. Isto já se manifestou nas vesperas do primeiro jogo da selecçom de futebol por parte da própria Ánxela Bugallo.

Pola parte federativa, a cousa está pior, porque Julio Meana era um escolho importante no tema do futebol, mas dentro da FGF nom há umha alternativa séria a Meana, e a prova está em que inhabilitam a Meana, e sai elegido como substituto, nadamenos que o sobrinho. Assim está o pátio, ninguém se planteja outra maneira de gerir o cotarro, nem de entender o futebol, assim que o de segregarem-se da RFEF já é impensável. Nom sei se o tema variará noutros desportos.

Ao que me referia é a que a prepotência pertinaz do estado nom pode tapar umha diferença evidente de percepçons: para o pessoal que vai ver à selecçom catalá de futebol, de andebol, de ráguebi...quem joga é a sua selecçom nacional, nom umha "selecçom autonómica". Esse sentimento nom o pode afogar a burocrácia inflexível e insensível dos tecnocratas do futebol.

 

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