domingo, junho 21, 2009

Irám: final da República Islámica?

Pilhou-me com certa surpresa o que está a acontecer no Irám. Até o de agora nunca se deram enfrentamentos a campo aberto desta magnidom, ou se os houvo, nom houvo méios de comunicaçom occidentais que se fixeram eco deles. Como eu estava um bocado descolocado com todo este assunto, botei-me a investigar.

Parece que, com efeito, há suspeitas fundadas de que o resultado eleitoral é fruto de umha manipulaçom, provavelmente o que na nossa tradiçom costumamos chamar um "pucheiraço". Essa manipulaçom teria a finalidade de evitar que Mousavi, o candidato reformista, accedesse à presidência da República.

Mousavi é o candidato preferido das classes meias, dos estudantes e das mulheres. Também de parte da classe trabalhadora. Quer normalizar as relaçons com os Estados Unidos, quer reconhecer-lhe mais direitos às mulheres e quer acabar com o bloqueio económico. Ahmadineijad é o candidato preferido da cúria.

A minha pergunta era qual seria a postura da esquerda perante o que estava a acontecer. Polo que puidem ver, a esquerda está a participar nas mobilizaçons. A Revoluçom Islámica colocou a umha oligarquia nas estruturas do poder reaccionária e corrupta. E a esquerda vê nesta crise derivada do escándalo das eleiçons o princípio do final para o poder dos aiatolas. Também negam que trás as mobilizaçons populares esteja o braço dos Estados Unidos.

Tudo isto que comento, fago-o ao fio do que puidem encontrar pola rede: algum que outro artigo e posicionamentos de organizaçons iranianas. Polo demais, temos as imagens que se vam colando em sítios como youtube.

Eu o que gostaria é de que isto servesse de ponto de inflexiom e que o que acontece no Irám abra caminho a propostas anti-imperialistas para o mundo árabe que nom passem polo Islám. Oxalá o que afirma a esquerda, quanto a que Mousavi pinta pouco em tudo isto e que sob tudo isto há um mar de fundo muito além da liorta sobre se o Presidente tem que ser Mousavi ou Ahmadineijad, seja certo.