sábado, junho 19, 2004

Texto de NÓS-UP denunciando a privatizaçom do monte de Sam Pedro, na Corunha

Nom à privatizaçom do monte de Sam Pedro

O monte de Sam Pedro, com o parque de Bens, vem sendo um dos pulmons da cidade da Corunha, aliás de ser umha paragem que oferece umha excelente alternativa de lecer para a populaçom, nomeadamente para as vizinhanças dos bairros cercanos, como Agra ou Labanhou. Bairros que, como outros nom tam extensos, como a Sagrada Família, O Ventorrilho, a Agrela, O Peruleiro, Sam Pedro de Visma ou Os Marinheiros, se atopam na assa mais populosa da cidade e também a mais abandonada em quanto a investimentos em infra-estruturas sociais.

Justamente um dos problemas mais graves desta zona da cidade, com umha altíssima densidade de populaçom, é a falta de espaços para recreio dos seus e suas habitantes. As escassas zonas verdes, revelam-se insuficientes, à parte de que nos feriados e fins de semana as pessoas precisam de espaços de lecer mais alonjados dos ruídos e a contaminaçom atmosférica existentes no casco urbano.

Tradicionalmente, o monte Sam Pedro, umha maravilha esquecida para umha boa parte dos e das corunhesas e corunheses, que ficaria depois ao descoberto com a construcçom do passeio marítimo, veu sendo um lugar de excursom muito recorrido, nomeadamente para famílias operárias que nom tinham capacidade económica para sair da Corunha em tempo de lecer. A nível visual, o Monte de Sam Pedro oferece umha estampa inigualável, e provavelmente, se nom for por outros reclamos turísticos que os sucessivos governos autárquicos forom promocionando, seria sem dúvida a postal imprescindível para qualquer visitante à nossa cidade. O espectáculo de as ondas do mar a bater contra o coloso que se erige na mesma beira da baía é difícilmente comparável a outros espectáculos da natureza e a vista que o monte oferece desde a sua cimeira, dominando a baía e divisando as outras rias do Golfo Ártabro é impressionante. Mas ao Monte de Sam Pedro, parece que lhe chegou a hora.

O alcaide Francisco Vázquez, anunciava o seu projecto, há já arredor de um ano, de levar o tranvia até lá e construir um elevador que sobisse o monte até a cimeira, e no mesmo coruto, instalar umha cafetaria. NÓS-UP já denunciara o disparatado das pretensons de Vázquez, polo atentado ambiental e paisagístico que se ia perpetrar. Como se de um concurso de ideias absurdas se tratasse, Fernando Rodríguez Corcoba, o portavoz na Cámara Municipal do PP, propujo há poucos dias a criaçom de...umha estaçom de esquí!!!! Nesse mesmo espaço natural. Independentemente de se trunfa um projecto ou trunfa outro, o que está claro é que PP e PSOE estám de acordo no fundamental: que há que turistificar este monte.

Para isto nom se duvidará em acometer intervençons agressivas que porám em perigo a bio-diversidade do monte e a qualidade paisagística da paragem, aliás de furtar espaço de desfrute público para usos privados. Sem que entre @s que redactamos este vozeiro se atope nengum/a engenheir@ nem negum/a biólog@, nom nos resulta difícil imaginar as consequências das intervençons que seriam necessárias tanto para instalar o elevador, como para a estaçom de esquí- esta segunda umha aventura que se nos antolha ruinosa; na Corunha nom adoita nevar, é possível que ninguém reparara nisso?- . Em primeiro lugar, talas massivas que afectarám a todas as espécies animais que dependem directamente das árvores. Em segundo lugar, agressom a outras espécies vegetais que convivem com as árvores. Em terceiro lugar, a erosom que conseqüentemente se provocará, danando seriamente o solo e o mar. Em quarto lugar, os resíduos que gera umha obra de grande envergadura, num sítio onde pode fazer um imenso dano.

Por ecologia ambiental e social, NÓS-Unidade Popular opom-se a qualquer intervençom no monte de Sam Pedro que suponha a degradaçom do entorno e a privatizaçom do seu espaço. A gente residente na Corunha também tem direito a ter os seus próprios espaços de lecer, e a estratégia turistificadora do governo autárquico contribui a guettizar os bairros e desumanizá-los, a base de ganhar espaço físico para o turismo.