Repressom policial nos actos do Primeiro de Maio
Ontem na manifestaçom do Primeiro de Maio que a CIG celebrava na cidade de Vigo, durante as intervençons finais antes de dar por finalizado o acto, na Porta do Sol, produziu-se umha brutal intervençom policial na que colaborarom Polícia Nacional e Polícia Local. O balanço final desta agressom à liberdade de expressom e manifestaçom é um número indeterminado de contussionad@s, duas pessoas feridas e três detidas.
Se grave é a agressom perpetrada polas forças repressivas do estado, sinto-me ainda mais agredido na minha condiçom de pessoa livre e inteligente depois de lêr e escuitar algumhas opinions. Passadas a tensom e confusom dos primeiros momentos, realmente indignante me resulta o comprovar como os que se dim representantes legítimos d@s trabalhadores e trabalhadoras perdem por completo os papeis perante a pressom mediático-policial e som incapazes de defender a esses que dim representar.
Nom cabe absolutamente nengum matiz, nem é possível dentro da coerência e a prudência minimamente exigíveis matizar a necessária condena perante a repressom. Carece de fundamento estabelecer categorias entre detid@s, contussionad@s e ferid@s conforme pertencerem a tal ou qual organizaçom. É absolutamente delirante procurar motivos para exprimir umha acçom policial, como se a polícia espanhola precisasse realmente de motivos fundados para exercer a repressom, aliás de que com determinado tipo de argumentos o único que finalmente se consegue é passar polo anel de que aquí tod@s somos polícias, com a única diferência de que uns cobram por sé-lo e outr@s nom. É, aliás, de todo ponto intolerável, que umha organizaçom política apoiante do acto assinale a outra como responsável de determinadas acçons que poderiam ou nom servir para justificar a carga policial que se deu o Primeiro de Maio. Quero dizer que, de nom dar-se tais acçons, alguém pode assegurar que nom haveria essa carga policial? Abondando nesse despropósito, nom faltou quem, desde a cúpula sindical, se recriou com absurdas teorias sobre o papel de provocadores de quem protagonizarom essas acçons directas ou quem inclusso se permitiu fazer recomendaçons à polícia sobre como agir contra a esquerda independentista. Mas solidariedade expressa e inequívoca com aquelas pessoas que foram agredidas ou com as que, ainda a estas horas, estám privadas de liberdade, disso nem umha palavra.
A organizaçom política na que milito mantivo em todo momento a coerência que nestes casos há que ter, nom condenando as acçons que se derom contra algumhas sedes de entidades bancárias. Nom é ético condenar a violência surgida dos sectores mais conscientes do proletariado galego num momento como este, no que o Povo Trabalhador está a sofrer as pancadas mais brutais por parte do capital. Quando dúzias de miles de galegos e galegas estám obrigad@s todos os anos a emigrar, ou quando o setenta e cinco por cento das famílias galegas chegam com dificuldade a final de mês, seria raiar o absurdo levar as maos à cabeça porque arde um caixeiro automático ou rompe umha montra. Há que ter muito clarinhas as proporçons das violências, umhas a respeito das outras.
Quem no dia de ontem condenou, fazendo-o aliás por cima de qualquer oitra consideraçom, a rotura de montras ou a autodefesa que originou lesons a um agente da Polícia Local viguesa e a dia de hoje nom rectificou, ou inclusso continua a elaborar teoria da justificaçom, colocou-se, eu nom sei se definitivamente, num terreno moral que até o momento eu reservava quase em exclussiva aos fascistas.
Pola parte que me toca, umha afectuosa lembrança para o Sérgio, companheiro da UP que ainda permanece detido, e à companheira Sheila, que saiu especialmente mal parada do embate, com umha conmoçom cerebral. A estas duas pessoas, o meu alento em horas difíceis.
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