sexta-feira, janeiro 18, 2008

Autodeterminaçom e questons materiais

Nos últimos dias em Vieiros voltou sair à palestra o tema da autodeterminaçom. Realmente a questom nacional pode estar no entrelinhado de muitas notícias, mas houvo duas que especialmente derom para que o debate fosse por esses derroteiros:

Umha delas era acerca das declaraçons de Quintana a um jornal espanhol, dizendo que descartava celebrar um referendo sobre a autodeterminaçom na Galiza, similar ao que pretende celebrar o PNV em Euskal Herria, porque o BNG "nom é independentista".

Outra era acerca das declaraçons do presidente regional de Madeira, justo no sentido contrário, ou mais ou menos.

Situaçom bastante curiosa, postos a comparar as duas notícias. Porque, analisando os contextos e as pessoas, choca bastante nos dous casos que quem fala diga o que di, por muito que isso poida ter interpretaçons mais aló da imediata.

Que Anxo Quintana, hoje portavoz nacional do BNG, faga renúncia pública e expressa do direito de autodeterminaçom num contexto no que nom apenas o modelo de estado está em causa, mas também as relaçons das naçons do estado com a metrópole, é quase um alinhamento com o estado bourbónico actual. Ou sem quase. Já há tempo que nom me podem apelar ao voto de esquerdas para pedir o meu sufrágio em favor do Bloque, mas do ponto de vista da questom nacional estám a ficar por trás de partidos nada suspeitos de rupturistas com o sistema, como o moderadíssimo Partido Nacional Escocês ou os claramente direitosos PNV e CiU.

O Alberto Joäo Jardim, é vicepresidente do Partido Popular europeu e tem boas relaçons com o PSD, ou seja, é um elemento claramente de direitas. O que este homem planteja, é que ou o estado português reforma a sua estrutura, e modifica portanto as suas relaçons com Madeira, ou é possível que a opiniom pública madeirense acabe decantando-se pola independência. E que se isso for assim, ele estaria com o povo. Isto sona a várias cousas: a ameaça velada, em princípio, e também a interesses materiais puros e duros que terám a ver com a oligarquia local que representará este gajo, que estarám a ser estorvados pola actual estrutura do estado, e por isso o lançamento deste órdago. O que também imagino, é que esses interesses pouco terám a ver com qualquer ideal libertador.

A mim lembra-me um bocado ao caso do Umberto Bossi, claro que também haveria que ver se realmente um e outro caso guardam paralelismos reais.

Em qualquer caso, o que de novo se pom de manifesto é que se começa por reivindicaçons de tipo material, ou com transfundo material, e isso acaba por se converter num cámbio ideológico: quem sabe se Portugal dentro de um par de décadas nom terá também que enfrentar a emergência de consciências nacionais dentro do seu próprio território? E quê melhor marco para essa contradicçom do que os territórios de ultramar?

1 Comments:

At 6:23 PM, Anonymous Anônimo said...

Pois si, é certo que entre Umberto Bossi e este tal Jardim hai certos paralelismos, vaia, eu incluso diria que é o mesmo tipo de personaxe. Mais ben o que quererá é unha relación mais ventaxosa con Portugal, non creo que lles saia moi a conta iso da independencia.

De todos os xeitos, eu penso que isto da autodeterminación é unha antigualla, que o que lle debería preocupar de verdade á esquerda son os problemas reais da xente; o emprego, a vivenda, a sanidade...as cousas que valen a pena. As bandeiras, non dan de comer.

 

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