Artigo do Maurício Castro
"Quem som, quantos som e com quem se relacionam"
(extraído de www.nosgaliza.org)
Dedicado aos e às estudantes concentradas na Faculdade de Económicas da USC no passado dia 12 de Fevereiro
Alguns sectores da direita política, académica e mediática gostariam de pôr em andamento umha versom hispano-galaica do macarthismo, aquele movimento reaccionário de caça às bruxas comunistas nos Estados Unidos em meados do século passado.
Foi com motivo de um legítimo protesto contra a cessom de instalaçons universitárias compostelanas para um acto eleitoral do Partido Popular, e do tumulto provocado pola violência de guarda-costas que acompanhavam a dirigente basca do PP Maria San Gil, que se activou umha inusitada campanha mediática e institucional contra o grupo de estudantes que protagonizou o protesto.
Nom é a primeira vez que os agredidos som convertidos em agressores por obra e graça da unánime pressom dos empórios mediáticos. Tampouco é a primeira vez que se tenta criminalizar um acto reivindicativo que nom tivo nada de extraordinário –nem sequer conseguiu suspender a suposta ‘conferência’, como no fosse pôr em evidência que a Universidade de Santiago de Compostela permite a entrada de pessoas armadas, além de fomentar actos eleitorais mal maquilhados como conferências.
Mais um elo na cadeia de ataques aos direitos sociais
A deriva social que nos últimos quinze anos se vem produzindo quanto a derrogaçom de direitos sociais e a restriçons no exercício de direitos civis, patente em sucessivas contra-reformas laborais, do código civil e da lei penitenciária, entre outras, vê-se confirmada com esta desproporcionada reacçom perante um protesto estudantil que provocou o fingido escándalo de jornais afectos, grupos políticos ‘de ordem’ e instituiçons várias que evitaremos qualificar.
Vejamos algumhas hipérboles e outras palavras grossas ditas nestes dias, a partir do incidente da Faculdade de Económicas e Empresariais:
O porta-voz do PP no Parlamento autonómico, Manuel G. Rivas, dixo literalmente que “O Parlamento galego nom pode condenar isto, mas sim umha guerra no Líbano”.
O secretário geral da sucursal galega do PP, Alfonso Rueda, por sua vez, declarou que “som umha minoria radical, que há que cortar de raiz”.
Nom entramos a comentar os qualificativos e mentiras publicados por outros meios extremistas ligados ao Partido Popular. Basta aceder a webs como Libertad Digital para comprovar o tratamento literal de “terroristas” que recebem os membros de AGIR e o estudantado independentista em geral.
Voragem mediática unánime sem direito à defesa
Incluso o PSOE e o BNG, arrastados pola voragem mediática, acabárom por assinar umha declaraçom em que, sem reflectirem minimamente sobre o que há por trás da campanha, e sem conhecer a versom dos estudantes espancados por guarda-costas armados com cacetes extensíveis, condenárom o protesto estudantil. Nom assim, curiosamente, a carga policial injustificada da semana passada contra a concentraçom da Corunha em defesa da nossa língua.
Há em todo isto, é claro, um insuportável fedor a eleitoralismo dos de Mariano Rajoi. No entanto, nom é só isso: é também umha nova tentativa de apertar a porca da repressom social contra quem nom passa polo aro do politicamente correcto nesta Galiza de princípios de século, nomeadamente a juventude e o independentismo.
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