terça-feira, junho 23, 2009

Mais sobre o Irám

No post anterior eu remetia-me a diverso material que fazia referência a um pretenso mar de fundo revolucionário no Irám, baixo os protestos polos resultados eleitorais. Quereria deixar claras um par de cousas: primeiro que, naturalmente, nengumha afirmaçom que fago a fago alegremente, e em qualquer caso falo a remolque do que vou atopando por aí. Procuro análises desde umha perspectiva de esquerda, que nom som fáceis de atopar, e que muitas vezes som contradictórias. Isto fai que às vezes os acontecimentos sobre realidades que nom conheço muito me apanhem a contra pé. É o caso do Irám, claro. A segunda cousa que quixera deixar clara é que em nengum momento pretendim sequer deixar cair que eu sentia algumha preferência por Mousavi, ou que considerasse que Mousavi era o bom da fita, ou algumha cousa polo estilo. Remarco que, evidentemente, se a questom se reduzisse à luita por quem deve ser Presidente da República, pouco interesse teria para mim.

É óbvio a simples vista que o movimento em si é contradictório, que a sua composiçom é heterogénea. E há quem acusa a certos sectores da esquerda de se somar a um movimento liderado polas classes meias e altas pró-occidentais, que por questons supérfluas e individualistas estám a operar umha revolta em toda regra em favor do candidato que nom por acaso é preferido pola UE, polos USA e por Israel. Apontam-se como casos análogos de "revoltas populares" instigadas exogenamente contra líderes que impertinentemente ganhavam eleiçons contra as preferências dos amos do mundo Venezuela, Georgia, Chile, Sérbia...também nom pode cair em saco roto a resenha de que já se tinha desvelado o intuito da CIA de promover distúrbios de rua para acelerar umha desestabilizaçom do regime iraniano.

Como nom podia ser de outra maneira eu reafirmo a minha nom simpatia pola República Islámica, porque para mim estado e religiom, quanto mais afastados melhor. Ainda que também acho honesto dar resenha a análises nom tam optimistas como a de Alan Woods, por exemplo. Que todas as potências que se jogam algumha cousa em Oriente Meio corram a manifestar a sua simpatia polos protestos, dá para pensar e muito. E desde logo eu nom apoiaria umha intervençom militar americano-europeia-israelí no Irám. Outra cousa é que repudie a umha oligarquia confissional e reaccionária que criminaliza o movimento operário, que demoniza a diversidade sexual, que sequestra a liberdade das mulheres...som contradicçons em diferente plano.