quarta-feira, agosto 17, 2005

Luito polos mercenários?

O Concelho da Corunha decretou a suspensom de todas as actividades das festas de Maria Pita programadas para o dia de hoje, com motivo da morte de dezasete mercenários do exército espanhol no Afeganistám, dez deles pertencentes a umha agrupaçom do exército do ar com sede na Galiza, e maioritáriamente de origem galega. Concretamente um deles era vizinho da Corunha. Estes dezasete mercenários viajavam num helicóptero que, presumivelmente, foi abatido por fogo insurgente.

O Presidente da Xunta nom tardaria em expressar a sua solidariedade com as famílias dos soldados, umha solidariedade verbalizada naturalmente com um inevitável adereço de verborreia patrioteira e auto-justificativa, na linha hipócrita do PSOE. Que se orgulho polo labor dos soldados espanhois lá, que se etcétera, etcétera...

Os soldados espanhois no Afeganistám fam o mesmo que faziam no Iraque...ajudar à força invasora. Nem misom de paz, nem farrapos de gaitas. O exército espanhol é o que ameaça à minha gente, ainda que a minha gente nom se dea por ameaçada. O exército espanhol está ao serviço do capitalismo, ao serviço do imperialismo e duvido muito que algum dia poida dizer que entram em combate por umha causa justa.

Desde as instituiçons espanholas e os partidos espanhois é muito difícil que se deam discursos que se saiam da linha oficial, mas eu desde a minha liberdade individual proclamo a minha satisfacçom ao comprovar que o povo afegao se defende ainda da opressom dos invasores e digo que esses dezasete mortos nom som os meus mortos. Que os meus mortos som as vítimas civís da invasom de Afeganistám a maos norte-americanas ou mesmo aqueles que apanharom o fuzil e morrerom plantando cara ao ianque. Naturalmente nom estou de acordo com que se guarde dó qualquer por esses assassinos profisionais.

4 Comments:

At 9:34 PM, Anonymous Anônimo said...

Nom foi nenhum acto de resistência, foi simplesmente que o piloto do helicóptero cometeu várias imprudências, segundo as provas parecem indicar. Entom, nom estamos a falar de nenhum acto nem de guerra nem de paz, senom dum simples «acidente» laboral que, como todos, é debido à ineptidom e incompetência (fomentada) das autoridades responsáveis a manter a segurança dos trabalhadores, sejam estes mercenários ou delinquentes legais (constructores, especuladores...).

Do resto concordo plenamente contigo, mas nom eram apenas 12 mercenários galegos, eram 12 compatriotas que estavam a ganhar a vida dum jeito que acreditavam lícito, legal, e mesmo honroso. E assim é, oficialmente. Tinham todas as benções oficiais, como bem dizes. Eu também nom concordo com converter em herois o que nom o som, herois eram os trabalhadores de Ferrol que morrerom tentando salvar a um companheiro. A qualidade de heroi vem determinada pola vontade, nom polo acidente. Mas aqui o único culpável é a sociedade, som eles os que lavam cérebros para procurar nova carne de canhom, e bem fácil que a acham neste nosso malpocado país.

Isto nom só procura um efeito anestésico sobre a sociedade, também querem "embaucar" às famílias dos mortos. Toda a minha solidariedade com eles, roubárom-lhes os filhos com cantos de sereia e devolvem-lhos mortos. Que oxalá podam denúnciar aos responsáveis políticos, que oxalá paguem estes polo seu "trabalho".

 
At 9:59 AM, Anonymous Anônimo said...

"O exército espanhol é o que ameaça à minha gente, ainda que a minha gente nom se dea por ameaçada".
Non creo que debamos negar o dereito a non sentirse ameazado, home. E moito menos dicirlle á xente quen a ameaza e quen non. Sinto pena polos rapaces mortos. Os exércitos son unha merda. Todos.
:-)

 
At 2:39 PM, Blogger tangaranho said...

Quando eu escrebim o post, nom começaram as investigaçons. Manejava-se ainda a hipótese de um ataque e ainda nom se descarta de tudo. Em qualquer caso, ainda que se trate de um acidente, a mim nom me cambia grande cousa o esquema. Desde logo tenho que dizer que em qualquer caso, se se tratasse de um acto de resistência pareceria-me legítimo.

Que nom te sintas ameaçado, nom quita de que o estejas, a isso me refero com o de que ameaçam à minha gente ainda que nom se dea por ameaçada. Tudo depende da interpretaçom que fagas de textos como a Constituiçom Espanhola, por exemplo. Na situaçom actual ninguém o lê em chave de ameaça, mas nada é inmutável em termos sócio-políticos.

 
At 3:55 PM, Anonymous Anônimo said...

Entendo o que dis, pero a min non me preocupa tanto o artigo da constitución que lle dá facultades ao exército para garantir a unidade de España como aquel (ou aqueles) que din que todos temos dereito a un traballo e unha vivenda digna. Ou o de que todos somos iguais ante a lei. Estes últimos son un pitorreo. Postos a darlle postestade ao exército, podían garantirnos soldos de 3.000 euros mensuais e pisos de 200 m2.

 

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