Seremos ou nom seremos celtas?
Parece que novos estudos sobre o tema chegam à conclusom de que os galegos sim, a pesar de que já pareciamos estar de volta da paixom celtista, estamos emparentados com os celtas atlánticos. Ultimamente havia quem dezia que os galegos de celtas nadinha, e havia outros que ainda concediam certa possibilidade de que sim tivéssemos algumha cousinha de celtas, remotamente, como muito de rebote, mas que em qualquer caso teriamos a ver com os celtas continentais e nunca com os celtas atlánticos, esses que povoarom o que conhecemos como “naçons celtas”. Havia ultimamente muito histerismo anti-céltico, que dezia que nada havia mais anti-galego que catalogar Galiza como naçom celta e afirmar que aquí houvera, em tempos, celtas. Havia muito histerismo celtófilo, também, que afirmava que éramos celtas, atlánticos, europeus e que era precisamente isso o que nos fazia umha naçom diferenciada de Espanha. Havia também muito espanholista que, por desacreditar de algumha maneira qualquer teoria de que somos umha naçom diferenciada, dezia que aquí nunca houvera celtas nem de passo. Havia-che discursos para dar e tomar. Mesmo havia quem dezia que os de Soria ou os de Huelva eram mais celtas que nós. A mim dá-che-me igual. Os de Soria e os de Huelva, se querem reivindicar a sua celticidade, que a reivindiquem, tanto se essa reivindicaçom tem base real como se nom a tem. Eu o que penso é que a herdança celta está muito presente na cultura galega; na arquitectura, na música, na mitologia popular...já nom me vou meter se os que estiverom aquí eram celtas que vinheram sobindo desde África ou se vinherom desde Irlanda. Essa herdança é evidente à nossa percepçom, mas algo haverá para que também salte à vista de muitos irlandeses, escoceses, bretons ou galeses que venhem aquí. Nom acontece nada, nom arderemos nos infernos do etnicismo, se afirmamos que na cultura galega há um componhente celta. Agora, claro, outra cousa é afirmar que somos celtas, que a Galiza é umha naçom celta e que sermos celtas é o que nos diferencia de outros povos peninsulares. Eu estou em que o que nos fai naçom é, fundamentalmente, a língua. E o dia que perdamos a língua – parece que esse dia nom tardará em chegar – perderemos a condiçom de naçom. Mais ainda no mundo globalizado que nos está tocando viver. Os avanços tecnológicos, os cámbios nos habitos sociais, na cultura de cada povo, homogeneizando costumes e formas de vida, fai que praticamente o único que nos diferencie a uns paises de outros seja a língua. Porque, polo demais, diferencia-se muito nos seus hábitos um jovem que more em Rio de Janeiro de outro que more em Amesterdám, ou em Madrí? Os rapazes e raparigas galegas escuitam a mesma música que os rapazes e raparigas da sua idade de quase qualquer ponto do mundo. Assim que o que nos fai galegos é a língua, e nom sermos mais celtas, mais latinos, ou mais árabes. Fermín Muguruza dezia há anos numha entrevista concedida a A Nosa Terra, que dentro de pouquíssimo tempo o único que vai diferenciar a música feita num ou noutro país vai ser o idioma no que esteja feita, pois de facto um já pode escuitar bandas de reagge da Escandinávia, com os seus músicos branquinhos como o leite ou bandas de música celta do Brasil, com músicos mulatos. À parte de que a pátria fai-na o povo e para mim questons como raza ou religiom carecem de significado. Sempre direi que se pode ser galego, negro e muçulmano.
1 Comments:
parabens. é bom ver alguem a defender assim os usos e costumes da sua terra.
os estados ganhavam mais em fortalecer e reconhecer a riqueza cultural e linguistica de um pais do que em tentar reprimir algo q ja existe a tanto tempo como é o caso da bela lingua galega
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