quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Apagam-se os últimos ecos

Ontem era um dos motores industriais da comarca de Trasancos, e hoje dá os seus últimos estertores sem remédio. O livre mercado decideu estrangulá-lo. O livre mercado é de tudo menos livre, o problema é que os que mais conscientes som de que o mercado livre de livre nom tem nada, som os que mais enchem a boca com isso do livre mercado e a livre competência.
O problema de ASTANO nom era de viabilidade, nom era de incapacidade para competir, nom era de falta de preparaçom dos seus cadros para fazer frente às exigências do mercado...nom, nom...nom era nada disso. O problema de ASTANO é que os tecnocratas que desenham a cousa esta do mercado comum lhes dixerom aos seus colegas espanhois que, para ir funcionando como umha soa economia, havia que ir reconvertendo o sector. A pior parte levou-na Galiza, ainda que asturianos, cántabros e bascos nom se pode dizer que sairam muito bem parados do embate tampouco. A construcçom naval militar ficou concentrada em Puerto Real (Andaluzia) e a construcçom civil pública quase liquidada. Em todo caso já previamente ASTANO passou a formar parte de IZAR, com o que os estaleiros de Fene passarom a trabalhar com a carga de trabalho desviada desde Ferrol.
Ultimamente, umha facçom do capital galego andava com um projecto entre maos para privatizar ASTANO e devolvê-lo à construcçom civil. O BNG, polo menos desde a sua postura oficial, apoiava esta saída para o complexo de Fene. Sectores da esquerda e do sindicalismo criticavam duramente esta pretensa soluiçom, porque as privatizaçons o que costumam trazer consigo som deslocalizaçons ou, em qualquer caso, reducçons de plantel. Desde o sector mais oficialista do BNG qualificava-se aos que reclamávamos umha soluiçom sem privatizaçons de demagogos, ultra-esquerdistas e inimigos do povo. Quando se plantejava umha compra do estaleiro para constituir umha sociedade pública galega de construcçom naval, sempre se aludia à impossibilidade de tal via, frente ao suposto possibilismo caval da via propugnada polo BNG.
Bem, o caso é que parece que o Conselheiro de Indústria, Fernando Blanco, ia intentar reunir-se com a comisária europea do ramo para explicar-lhe o projecto que defendia a Xunta, ainda que a Comisária nom chegou nem a o receber, alegando que nom tinha tempo. Também confirmou algo que a SEPI, a sociedade estatal que gere ASTANO, já assinalara quando conhecera as intençons do grupo de empresários galegos embarcados nesta aventura, avalados polo governo autonómico. A saber; que existia um acordo secreto segundo o qual era impossível que ASTANO voltasse à construcçom civil, nom já como empresa pública, mas em qualquer das formas possíveis, parece que incluida a de empresa privada.
Ou seja, que afinal tam utópica era umha soluiçom como outra. A única soluiçom realista era deixar as cousas como estám. Porque polo demais, parece que já decidirom por nós. Pois para isso, teria sido mais coerente - desde um governo de esquerda, vaia - intentar a compra do estaleiro via Xunta. E se desde Bruxelas deziam que nom, pois sempre havia ficar a rua.
Eu as conclusons que tiro de tudo isto som:
1.- Resulta evidente que a falta de soberania política do nosso país tem muita culpa nesta situaçom, porque é óbvio que decidirom por nós.
2.- E decidirom por nós, numha mostra lapidária de como funciona o livre mercado, do democráticos que som os seus mecanismos de funcionamento. De maneira que existem acordos institucionais nom públicos que impossibilitam que ASTANO volte trabalhar? Pois isso parece, e o povo nom pode conhecer o conteúdo desses acordos
3.- Com o que chegamos à necessária conclusom também de que a economia de mercado é, como dixéramos, tudo menos livre. Às costas dos povos decidem o seu futuro, conculcam a soberania das comunidades políticas.
Resituemo-nos para nom perder de vista que a luita é o único caminho. Que para que che deam dous, há que sair à rua a demostrar a tua força, e reclamar seis. Se reclamas um e meio e jogas com as suas regras, nom che vam dar nada.

1 Comments:

At 10:39 PM, Blogger Mario said...

Un grande pau para a comarca, pero diso a xente só se decatará dentro dun par de anos.

 

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