terça-feira, dezembro 26, 2006

Corunha vai ferver com a selecçom

O outro dia tivem umha discusom com um amigo de Laje, que quase deriva em derroteiros violentos...nunca pensei que o futebol me levaria a ter umha discusom no tom e nos termos que a tivem com este homem. Se calhar porque eu me empenho em viver com naturalidade cousas que a muita mais gente da que eu imagino lhe venhem bastante grandes.
Eu pensei, iluso de mim, que ninguém fazia caso dos editoriais do As, mas está claro que essa suposiçom minha era bastante excessiva. Esquecim que neste país nom temos méios de comunicaçom de massas que tenham umha linha editorial galeguista. Por exemplo. Esquecim que nom há umha soa revista desportiva séria (o dxt Campeón é umha cousa tam inqualificável, que melhor isso, nem parar-se a qualificá-la) e que o pessoal lê o As ou o Marca (um é do Real Madrid e o outro também) e que, enfim...umha parte importante da populaçom galega mama todos os dias um discurso hostil contra o que consideram um inventinho folclórico, inútil e de nulo interesse desportivo.
Tudo começou por um comentário meu a respeito dessa ridícula filosofia compensatória para ter contentes aos dous "grandes clubes" galegos...para começar, a parvoíce essa do tándem Arsénio-Vázquez (porquê? para quê?) procure-se à pessoa que dea o perfil adequado e morra o conto...se Arsénio, Arsénio; se Vázquez, pois Vázquez...e inclusso pode nom ser nengum dos dous, pode ser um cada convocatória. Desde logo, nom será por falta de treinadores neste país...Luis César, Fernando Castro Santos, David Vidal...bem é certo que nom todos destacarom sempre por defender a criaçom de umha selecçom galega, mas se se exonera a beligeráncia de alguns que hoje estám, locem e figuram...esqueçamos o dito e feito no passado, mesmo com os excessos de vehemência já conhecidos na hostilidade de outros e simplesmente pois presuponhamos em princípio o interesse natural de qualquer galego em representar ao seu país.
Claro que nom todo o mundo vê na selecçom galega umha instituiçom desportiva que represente a Galiza, e de aí vem o desacordo. Aquí o amigo respondeu secamente ao meu desinteresse polo "equilíbrio" nas presenças "brancas e azuis" e "celestes", dizendo que "se a gente nom conhece a nengum jogador, nom vai" ao que eu respondim que se ao que vas é apoiar à selecçom galega, é bastante accessório o tema de quantos jogadores há de cada clube e que de facto eu sabia que vinham autocarros de Compostela, de Ferrol, de Lugo, de Ourense, de Ponte Vedra...e que nom ia jogar ninguém nem da "essedê", nem do Rácing, nem do C.D. Ourense.
A partir de aí a discusom já sobiu graos rapidamente, ante a negativa do meu interlocutor a reconhecer realidades, como a dos autocarros que venhem das diferentes cidades galegas (dixo que de fora da Corunha viriam três ou quatro) ou como a da existência de umha reivindicaçom que jogava um papel central no tema das selecçons galegas que era a reivindicaçom do direito a competir baixo bandeira própria. Em concreto, pronunciou frases do calado de "os que pensam como tu, logo se contam", "a selecçom galega nom lhe interessa a ninguém", "estás confundido", "estás equivocado", "eu vou de passeio e a passar o rato, como a maioria" e, a mais incrível de todas..."o 99% da gente pensa como eu". Há que ver a segurança que dá assomir o discurso do poder, porque para nom dar-se conta de que o seu dado matemático é impossível... tenhamos em conta que 3.000 das ponhamos trinta mil pessoas que vai haver alí som movidas por Siareiros Galegos, o que fai um 10%. Umha pessoa que vai a travês de Siareiros vai alí a "passar o rato"? Por outra banda, está o pessoal movido polos CAF, Galiza Nova ou a CIG...ou seja, ainda que todos os demais vaiam com a intencionalidade do amigo de Laje, já nom som um 99%.
Mas de todos os jeitos, o drama é que ele vai estar alí e nom vai cair da burra...como total, a canallesca vai saber mais que ele, fará mais caso dela que dos seus olhos. A Corunha vai ferver, mas o manto do silenciamento informativo vai neutralizar essa efervescência. O de sempre. Por certo, já somos mais de vinte mil os ninguéns que vamos estar no jogo da selecçom galega.

4 Comments:

At 6:28 PM, Blogger Mario said...

Ai que enganado estás, pois claro que hai xente que se guía polos editoriais do As e do Marca, se son "a man invisíbel" que domina o mundo. E DXT eu mercárao de rapaz unha temporada, porque regalaban algo e non sei se seguirán igual, pero daquela xa era un escándalo, mesmo pasando por alto o feito "sen importancia" do idioma.
De todos xeito eu creo que esa xente que vai "a pasar o rato" é similar a tanta xente que podería dicir o mesmo doutras seleccións. O importante de contar cunha selección propia é que crea unha educación inconsciente do xeito no que o fan outras identidades nacionais. Así como hai algúns galeguistas que non poden deixar de seguir a selección española (co que iso significa), tamén haberá moita xente que comece a sentir as cores e a pertenza pola simple asistencia de "pasar o rato". En canto ao do público, eu vivín o partido da selección desde fóra e alucinei con como o vivía a xente: familiares meus, os vellos nos bares..., e este último ano mesmo vin un montón de cativos pequenos coa camiseta. Non, se non tivemos selección antes non foi por casualidade. E aínda que o feito de non xogar partidos oficiais afecte algo á implicación, o caso é que a selección espertou moito o orgullo identitario e o sentimento da galeguidade (nun ou noutro sentido, tamén é certo, pero algo é algo).

 
At 9:44 AM, Blogger tangaranho said...

Homem, eu sabia que o futebol mandava muito na nossa sociedade, sabia que outros jornais nom, mas o As e o Marca todo o mundo o lia...o que nom sabia é que os seus leitores faziam tanto caso das suas palavras de ordem. Este rapaz estivo comigo num curso de formaçom, e nos minutos de descanso fazia tertúlia com outros três cujas conversas giravam todas entorno ao mundo do futebol, mas até extremos verdadeiramente incríveis, é dizer, falavam das casas, os carros e as namoradas dos jogadores...fazendo comparanças...e até tinham discusons e todo!!!! Mas pensei que a este rapaz em concreto o tema da Selecçom Galega nom lhe provocaria tanto preconceito. Eu é que afinal, nom sabia se discutia com ele ou com José María García, pá.

 
At 12:11 PM, Anonymous Anônimo said...

As e Marca non os leo, pero igualmente creo ter unha idea da súa liña editorial. Creo que é evidente que a selección galega é moito mais que un acontecemento folclórico puntual, e entre moitas outras cousas o demostra o feito de ser unha reivindicación dúnha parte da sociedade que xa ven de longo.
O partido do ano pasado en Compostela deixou ben ás claras que a selección nacional galega atopa un respaldo que vai moito mais aló do deportivo, é un símbolo que moita xente demandaba como icono nacional. É lóxico que exista un discurso "condescendente" dos detractores da iniciativa... eu lembro de sempre o argumento de que se Galiza tiña selección própria non gañaría un só partido, e polo de pronto xa gañou o que disputou. Creo que os verdadeiros motivos de esa suficiencia son moi outros.

un saúdo.

 
At 6:44 PM, Blogger tangaranho said...

Bom, melhor digamos "os que desputou", já que os que se celebrarom nos anos vinte e trinta também os ganhou com bastante claridom. Em todo caso, com efeito, o que aconteceu em Compostela explica perfeitamente o verdadeiro porquê de que a selecçom galega estivesse tanto anos aletargada. Porque o que aconteceu é umha clara mostra do que o PP nom queria que acontecesse (o PP muito em especial, e o PSOE também tem que engolir sapos)Hoje puidem lêr um extracto da entrevista de Vieiros ao tándem seleccionador, e eles próprios aludem a questons políticas quando se referem à dificuldade de jogar contra Espanha, desputar um triangular com Euskadi e Catalunya ou competir em campionatos oficiais.

 

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