Nocturno de Nova Iorque - Poema de Ernesto Guerra da Cal
Pelo frio
Do gume frio
Da noite
Caminho duro do abrente
Entre os tremores grisalhos da madrugada
Pelas sentinas mornas
Escoa
Lento
Espesso
Manso
E choro denso
E choro mesto
O pranto imenso
Dos olhos
Da
Cidade
Olhos
Baços
Escuros
Olhos
De
Noite insone
De
Morte em vela
Das
Raças mergulhadas
No duro pesadelo de si mesmas
Chora
Israel
Soturno e oprimido
Nos sete dedos magros do Pecado
Encadeado
Na alheia geometría
Cristä
Das
Sinagogas
Chora
Pela mäo do gentil na morte da galinha
Chora
O fantasma da sua barba perdida
Buscada
Inutilmente
Entre as vogais da Torah
Incógnitas
Ausentes
E
Soluça convulso
Ao decobrir
Que as folhas do Talmud
Se lhe tornaram em papel moeda
Chora
Na espera atribulada dos rabinos
De
Negros balandraus
Pelos baixos terraços
De
Brooklyn e do Bronx
A
Nutrir a esperança
Impossível no Hudson
Do sacro Éxodo enxuto
Do
Mar Roxo
E
O preto
Chora
Atávico
A curva da serpente
E o ronsel da piroga
A carantonha eterna do fetiche
E
As quiméricas selvas evadidas
Que fogem em cascatas
De
Ervas e crocodilos
Pelas caixas sem fim dos ascensores
E
Geme
Negramente
Asfixiado
Pelas mäos brancas
Dos anjinhos loiros
Do Céu presbiteriano
Que
Com cruel loar azul-gelado
Fazem-no comungar com dólares de prata
Chora
Os seus sonhos presos
No espelho cóncavo das cuspideiras
E
O tambor congo borrifado em sangue
Nos assentos traseiros dos expressos
E
O chinês
Escorre báguas brandas
Oblíquas
De espuma e sabäo
E
Acarinha escondido
Entre signos e sedas relaídos
O dragäo diminuto
Que
Com
Arroz e amor
Criou na cave da sua lavandaria
Mentres
Sonha marfins e porcelanas
Na camisa engomada dos banqueiros
E
Nas nódoas dos lenços milionários
Procura
Desolado
O
Tao
Perdido
..........................................................
..........................................................
pelas janelas dos arranha-céus
pelos telhados
e
pelos pára- raios
surge o choro calado
que
endurece
o
choro
ilimitado
inesgotável
da
vigilia
das
raças
submersas
da
Cidade
Do gume frio
Da noite
Caminho duro do abrente
Entre os tremores grisalhos da madrugada
Pelas sentinas mornas
Escoa
Lento
Espesso
Manso
E choro denso
E choro mesto
O pranto imenso
Dos olhos
Da
Cidade
Olhos
Baços
Escuros
Olhos
De
Noite insone
De
Morte em vela
Das
Raças mergulhadas
No duro pesadelo de si mesmas
Chora
Israel
Soturno e oprimido
Nos sete dedos magros do Pecado
Encadeado
Na alheia geometría
Cristä
Das
Sinagogas
Chora
Pela mäo do gentil na morte da galinha
Chora
O fantasma da sua barba perdida
Buscada
Inutilmente
Entre as vogais da Torah
Incógnitas
Ausentes
E
Soluça convulso
Ao decobrir
Que as folhas do Talmud
Se lhe tornaram em papel moeda
Chora
Na espera atribulada dos rabinos
De
Negros balandraus
Pelos baixos terraços
De
Brooklyn e do Bronx
A
Nutrir a esperança
Impossível no Hudson
Do sacro Éxodo enxuto
Do
Mar Roxo
E
O preto
Chora
Atávico
A curva da serpente
E o ronsel da piroga
A carantonha eterna do fetiche
E
As quiméricas selvas evadidas
Que fogem em cascatas
De
Ervas e crocodilos
Pelas caixas sem fim dos ascensores
E
Geme
Negramente
Asfixiado
Pelas mäos brancas
Dos anjinhos loiros
Do Céu presbiteriano
Que
Com cruel loar azul-gelado
Fazem-no comungar com dólares de prata
Chora
Os seus sonhos presos
No espelho cóncavo das cuspideiras
E
O tambor congo borrifado em sangue
Nos assentos traseiros dos expressos
E
O chinês
Escorre báguas brandas
Oblíquas
De espuma e sabäo
E
Acarinha escondido
Entre signos e sedas relaídos
O dragäo diminuto
Que
Com
Arroz e amor
Criou na cave da sua lavandaria
Mentres
Sonha marfins e porcelanas
Na camisa engomada dos banqueiros
E
Nas nódoas dos lenços milionários
Procura
Desolado
O
Tao
Perdido
..........................................................
..........................................................
pelas janelas dos arranha-céus
pelos telhados
e
pelos pára- raios
surge o choro calado
que
endurece
o
choro
ilimitado
inesgotável
da
vigilia
das
raças
submersas
da
Cidade
1 Comments:
O primeiro poema exigiria mais conhecimento pra comentar. Mas gosto da forma e das imagens que as palavras formam. O segundo, lindo! Tou ficando apaixonada pelos poemas galegos! rs.. Beijão
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