quinta-feira, dezembro 15, 2005

Contra a simbologia fascista

Simbologia fascista fora da Corunha

Este ano cumprirom-se vinte e sete anos da Constituiçom Espanhola, vinte e cinco do Estatuto de Autonomia e trinta da morte do ditador Francisco Franco. Fomos bombardeados com infinidade de propaganda institucional e quilométricos rios de tinta mediática reforçando o discurso oficial segundo o qual o franquismo é umha cousa que fica muito longe, a situaçom política mudou muito, o sistema actual nada tem a ver com o “antigo regime”, etc.

A realidade desmente tanta pomposa autocomprazência e, trinta anos depois da morte do genocida, ainda nalgumhas cidades e vilas galegas temos exemplos de simbologia fascista que resiste como homenagem extemporánea e macabra a Franco e aos alçados em 36, as suas gestas bélicas, os seus heróis e mártires, assim como também continuam em exposiçom pública vestígios da administraçom franquista, tais como as placas com o jugo e as frechas (símbolo da sanguinária Falange) na porta de vivendas de protecçom oficial, por exemplo.

Tristemente, A Corunha é o concelho galego com maior número de ruas dedicadas a persoeiros do franquismo. Também encabeça esse deshonroso ranking a nível estatal. @s corunheses e corunhesas temos que aguentar a vergonha de ter que explicar às pessoas que visitam a nossa cidade porquê três décadas depois há um “Viaducto del Generalísimo” umha “Plaza de Millán Astray” ou umha “Calle División Azul”.

NÓS-Unidade Popular está a desenvolver umha intensa campanha em toda Galiza para reivindicar a retirada de toda a simbologia fascista das nossas ruas, praças e espaços públicos. Reivindicamos isto por higiene, já que resulta absolutamente estridente que umha sociedade democrática tenha que tolerar simbologia de um regime que se considera oficialmente finiquitado e que, por cima, se instaurou “manu militari”, contra a vontade do povo galego e em rebeldia contra a legalidade republicana. Por justiça, porque som as vítimas do franquismo, aquelas pessoas que forom encarceradas, repressaliadas, fuziladas ou passeadas por defender ideias galeguistas ou de esquerda as que devem ser desagraviadas e homenageadas. E também por dignidade democrática, porque é intolerável que grupos de pressom reaccionários imponham à maioria da populaçom a permanência desta simbologia. O discurso e a parafernália do “Glorioso Alzamiento” tenhem que acabar no faiado da história, nom podem ter cabimento num verdadeiro contexto democrático.

É umha verdadeira armadilha moral apelar à toleráncia para justificar a continuidade desta simbologia na exposiçom pública. Toleráncia é respeitar ideias e plantejamentos políticos diferentes e disso nom podem dar liçons os que intentam burlar o passo da história empecendo a retirada de monumentos e placas fascistas. Também é mentira que quem defendemos a retirada da simbologia fascista dos lugares públicos pretendamos apagar Franco da história. Antes ao contrário, somos @s
primeir@s partidári@s de investigar sobre a guerra civil espanhola e o franquismo, que se conheçam todos os detalhes da repressom e a sua verdadeira dimensom. Som entidades como a Fundación Francisco Franco e similares as que armazenam quantidades ingentes de material histórico ao que ninguém tem accesso as que empecem que o franquismo seja investigado, que se conheça a identidade dos carrascos e a sorte das vítimas. E, por cima, recebem subsídios multi-milionários das instituiçons públicas.

Gemma Branco,
Responsável Comarcal de NÓS-UP na Corunha