O desputado voto do parente de América
Quem nom tem um parente na América? E se nom, na diáspora europeia? Quem nom tem esse parente que leva quarenta anos fora da Galiza e que se vem cada quatro anos e de férias, já vem muito por aquí? E verdade que na maioria dos casos vota PP? E verdade que toda a sua família, incluidos os netos, que nem a menor intençom tenhem de aparecer por estes pagos, fam o mesmo, se tiverem a nacionalidade espanhola? É um problema grave, mas a soluçom é complicada e requere debate. Mais que ser complicada a soluçom, complicada é a postura a tomar desde um ponto de vista galeguista e progressista. A soluçom, é umha questom de vontade política, é questom de que as forças políticas, sobretudo as maioritárias, estejam dispostas ao consenso neste tema. O pior de tudo é que os galegos e as galegas, que somos umha sociedade que sofreu e segue a sofrer o problema da emigraçom no seu seio, nom podemos aplicar umha soluçom própria, temos que esperar a que haja um consenso a nível estatal. O que está claro é que é totalmente irracional que um senhor que mora na Argentina condicione as eleiçons numha localidade galega. E que nessa mesma localidade galega, outro senhor que nom tem a nacionalidade espanhola mas que é vizinho de alí e trabalha neste país, nom tenha direito a escolher a corporaçom municipal que lhe vai gerir serviços que tenhem tanto a ver com a sua vida quotidiana como as águas, a limpeza e saneamento dos espaços públicos, o urbanismo, a vivenda, a gestom e conservaçom do méio natural.... Se alguém foi honesto sempre na defesa dos direitos civís da emigraçom, foi o nacionalismo. PSOE e PP sempre instrumentalizarom o voto emigrante para fazer "pucherazo" e a fraude e a manipulaçom som manifestas, de domínio público e amplamente demostradas. Umha reivindicaçom histórica do galeguismo, que o nacionalismo moderno conservou, foi a do direito a voto dos emigrantes, de umha maneira muito mais sincera que o espanholismo. Se o espanholismo de verdade quer defender o voto emigrante, que implementem medidas que garantam que esse voto é um acto pessoal, presencial, livre e consciente. Que ponham urnas nos consulados. Assim de singelo. Mas esta feira é inadmissível. Eu penso que o voto emigrante deve existir, mas também penso que se tem que regular. E também penso que nom tem que votar em Castro Caldelas, na Corunha, em Riotorto, em Alhariz...quem nom mora em Castro Caldelas, na Corunha, em Riotorto ou em Alhariz. Penso que o voto emigrante deve existir, mas claro, reivindicando o voto emigrante dentro de outra reivindicaçom mais ampla, que é a da "cidadania", a da nacionalidade Galega. E isso inclui que também poidam votar os e as inmigrantes. Passa por aí o espanholismo? Verdade que nom? Eu nom renego do parente da América, eu quero que o parente da América vote com garantias e seguindo as mesmas regras do jogo que sigo eu. Que remate já o infame mercadeo este, no que votam os mortos e umha pessoa pode votar por dez ou por um cento. E sobretudo, quero evitar esta vergonha, este espectáculo de trinta pessoas recenseadas num domicílio, e cousas polo estilo. Outra boa medida seria que se decidisse de umha vez quando podem votar exactamente estes filhos e filhas ausentes da Galiza. Desde logo carece do menor sentido que votem numhas eleiçons que, sendo francos, nom lhes afectam (caso das eleiçons locais). Outra cousa é que poidam votar nas "autonómicas"...mas em qualidade de emigrantes, e decidindo um par de deputados especificamente assignados. Isso de que decidam os deputados dentro do território galego...é kafkiano. Voto emigrante sim, mas como e quando. Sejamos sérios, respeitemo-los a eles e a elas e respeitemo-nos a nós. |
4 Comments:
Si que é un vello tema. Independentemente da ideoloxía que teñan o que está claro é que tantos anos afastados fan perder a noción de realidade respecto do país. Claro que non serían os únicos que botan sen ter nen idea...
Home, eu penso que é complexo no caso das persoas que tendo no seu momento nacido en Galiza levan 20 ou 30 anos fora, pero que descendentes destes emigrantes con plena conciencia de franceses, suízos ou arxentinos e totalmente desinteresados pola política local (lóxicamente, se aínda o están moitos daquí!) sexan requeridos a votar en Galiza paréceme unha forma de buscar votantes que creen maiorías artificiais.
Dende logo o tema é moi complexo pero creo que poñen máis interese os políticos por atraer e publicitar o voto emigrante que os propios interesados porque moitos descoñecen a realidade que está a vivir o concello depositario das súas papeletas.
O que é absolutamente escandaloso é como se produz a captaçom desse voto e como se produz também o acto do voto. Nom sei se existem casos análogos noutras "democracias", mas é de escándalo. E haveria que ver, os que sem sentir nem padecer aceitam fazer parte desse jogo, a cámbio de quê o fam.
Sobre os que desde aquí votam de maneira inconseqüente, dizer que é um risco que nom temos mais remédio que correr, é dizer, estamos numha sociedade "apolítica", ser "apolítico" é umha opçom-etiqueta normal e aliás refuga-se o debate de ideias, com o que afinal o pessoal acaba votando o de sempre. Mas é um problema já endógeno desta sociedade.
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