O Comboio - Poema de Ramiro Vidal Alvarinho
O comboio, animal asmático
Introduz-me na boca da besta
E eu revivo
A fisonomia vertiginosa dos arrabaldos.
O meu diálogo interior é com um sujo vinilo
Que tem tatuados os riffs daquele combate
Que um dia tivemos com a puta que pariu o mundo
Aquela épica que hoje já apenas se conserva em nebulosa
A besta, bebedora de azeite industrial, hoje é um cadáver onde moram
Dúzias de miles de missérias
Tu que foches a minha caverna e a minha deusa assassina
Hoje és umha seca bosta de vaca infectada de glória ressessa e sem sentido
E eu fago skate-board num metálico lóstrego que lambe, provocador, com lascívia
Os muros que chucharom a nossa juventude
Como saudando fachendoso
Umha parte mutilada do meu corpo
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home