quinta-feira, setembro 02, 2004

Esse estranho país...

Venho de digitar no “Google”, o pesquisador mais prestigioso da internet, a palavra “Galiza”, que nesta altura já umha boa parte de vós sabedes que é o nome do meu país. Num princípio, quando comecei a contactar com pessoas ante tudo do Brasil, era freqüente que os meus interlocutores nom souveram onde era que se encontrava esse estranho país, ou regiom, ou paragem, ou o que for, onde aparentemente se falava português, ou umha cousa parecida, mas que ninguém sabia ubicar no mapa. Claro, teria sido muito mais singelo passar por cima de disquisiçons de tipo político, e simplesmente dizer “sou da Espanha”. Mas, vam-me desculpar, a mim essa soluiçom resulta-me incómoda. Porque se digo que “sou da Espanha”, provavelmente, tendo em conta os clichés que por aí circulam da Espanha, me malinterpretem. Eu nom som andaluz, nom gosto de flamenco, nem de touradas...e nom falo espanhol. Sei-no falar, mas nom falo normalmente espanhol.

A minha terra, a minha pátria, bebe de herdanças culturais bem diferentes do que outros povos da Península Ibérica. A Loba, foi a primeira que se mostrou surpreendida do descobrimento que para ela supunha a literatura galega. A poesia em galego...às vezes manifestada como poesia em português, com a aportaçom dos matizes próprios do “galego”, se se quer fazer algumha distinçom entre o que falamos cá e o que se fala noutras terras de fala portuguesa. Com essa ortografia às vezes espanholizada, com essas extrvagáncias gramaticais, mas com palavras tam portuguesas como “cadeira”, “coelho”, “marinheiro”, “borralha”, “névoa”...

apenas o Bernardes tinha certa familiariedade com a literatura galega, conhecia a Rosalia de Castro (Dezia e suponho que seguirá a dizer Chicco Buarque, que se orgulhava de cantar na língua de Camöes e Rosalia...) de resto, o pessoal mostrava perplexidade, perguntava onde era que estávamos e resultava-lhe ainda mais espantoso ouvir falar num território baixo administraçom espanhola onde se dá a circunstancia que nasceu a língua que eles falam.

Recomendo-vos que digitedes no mesmo pesquisador ao que eu recorrim a palavra “Galiza”. Aparecerám 639.000 (639.000!!!) resultados que incluim essa palavra. Será um pequeno exercício de investigaçom, que mesmo pode resultar divertido. No entanto, eu agradeço aos meus visitantes habituais; Karla, Déia, Debinha, Loba, Mónica, Antônio, Bernardes, Sônia...que tenham tam infinita paciencia comigo, e que sejam tam amáveis. Quê boa é a gente brasileira, polo menos a que vou conhecendo. Também agradecer que algumhas destas pessoas me incluiram nas ligaçons do seu blog. Oxalá isto serva para que aí, ao outro lado do Atlántico, conheçam o nosso país...

1 Comments:

At 2:36 PM, Blogger Loba said...

Começo dizendo que já me apaixonei pelos poetas da Galiza! E olha que o Al tem grande responsabilidad enisso, viu? rs... Sem dúvida, este contato com vcs tem disparado a minha curiosidade, viu? Hoje posso dizer que sei bem mais do que sabia há um tempo atrás.
Ramiro, fico encantada com este amor que vc tem ao seu país. Vc o diz em todas as palavras e de forma linda. Torço por vcs, o povo da Galiza, que consigam alcançar os objetivos a que se propõem. Meu beijo

 

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