Zanjando (pola minha parte) a questom eleitoral
Nom vou seguir aborrecendo ao pessoal com liortas partidaristas a respeito dos resultados eleitorais. Simplesmente sintetizar o que para mim é o panorama político actual na Galiza.
Chamarom-me estes dias manipulador, porque dixem que NÓS-UP sobira em número de votos e por dizer que o BNG descera. Segundo alguns, eu devo estar apesadumbrado porque NÓS-UP atingiu esses 1.700 votos e o que deveria dizer é que o BNG, apesar de perder 34.000 votos e quatro escanos, atingiu um magnífico resultado. O mundo do BNG tem todo o direito a manifestar-se satisfeito com esses resultados, outra cousa é o que pense eu ou o que em geral se interprete desde fora. E eu o que penso é que em primeiro lugar, dentro do que é a co-relaçom de forças dentro do parlamento, medra o espanholismo e desce a única força autóctone com representaçom no hemiciclo. Isso nom pode ser positivo. Segundo, Anxo Quintana perde na corrida presidencial perante dous políticos espanhois fracassados. Os dous tinham as suas respeitivas metas em Madrid e recalarom na Galiza perante a impossibilidade de satisfazer as suas aspiraçons pessoais na metrópole. Isso tampouco pode ser positivo porque significa que Galiza é naçom ao seu pesar, é dizer, se aos cidadaos e cidadás da Galiza lhes dá igual votar políticos assim será porque também tenhem esses esquemas mentais. Nom há umha maioria social nacionalista, bem sabemos, mas desta vez ficou claríssimo.
Por outra banda "botarom" a Fraga. Com umha vitória na prórroga, que obrigou a deixar o champagne na geleira. Pola mínima. Mas cuidado, que ninguém aquí se resigna a acatar o resultado. Ainda que alguém dias atrás me acusou de dizer disparates por sugerir a possibilidade de umha viragem da situaçom por vias ilegítimas, nom som o único que acredita nessa possibilidade. Vejam-se as declaraçons de Beiras. Que Beiras fale desde certa cenreira, nom significa que nom o faga com fundamento. Mas enfim, tempo ao tempo e já julgaremos.
A mim esta situaçom nom me agrada, tampouco vou botando foguetes polos resultados atingidos por NÓS-UP. O que sim digo é que arredor de trescentas pessoas mais que nas eleiçons europeias estiverom dispostas a votar NÓS-UP. Por algo será isso. NÓS-UP nom é o Partido del Cánnabis, nem os humanistas. Estamos a falar de votar independentista numha sociedade que maioritariamente nom o é e com um sistema eleitoral que favorece as maiorias, e portanto o "voto útil". Terei que pensar que quem nos vota vota-nos conseqüentemente.
De todos os jeitos, quem queira ver a análise eleitoral de NÓS-UP, que visite a sua página.
Amanhá falaremos de cultura.
3 Comments:
Nom penso que ninguém esteja contente com os resultados. Eu preferiria muitos mais votos para o BNG e muitos mais votos para a esquerda independentista. E que houver um partido nacionalista (nom regionalista) de direitas, com também muitos votos. Os resultados foram maus, acho que para todos, mas por primeira vez há possibilidade de condicionar, a sério, as políticas do Estado (algo que nem em sonhos se pode fazer desde um Concelho ou qualquer outra instância inferior), porfim há possibilidade por exemplo de mudar a puta da ENCE de local, e isso nom é pouca cousa. Sem dúvida que com outro governo do PP o resultado seria... outro. Eu espero muito em normalizaçom linguística (dentro do que é razonável para o que se há), e de facto o difícil é fazê-lo pior do que o PP.
Simplesmente todos devemos ser cientes da nossa comum fraqueza e colaborar em benefício do caminho nacional. Que nom quer dizer abdicar cada um dos seus projectos. Nom sei se concordarás comigo, mas os partidos, as organizações, som apenas instrumentos para lograr a libertaçom nacional, e nom finalidades per se.
Outra cousa da que tenho certa esperança é que se faga umha reforma da lei eleitoral. Um círculo único e sem alfândega do 5% daria muitas possiblidades à esquerda independentista de ter, porfim, representaçom. Seria umha importantíssima melhora democrática.
O tema da Lei Eleitoral toca questons que nom sei eu se serám muito tocáveis a nível legal...como re-formulamos o tema de quem é considerado galego e quem nom o é, por exemplo? Porque para mim é injusto que um inmigrante nom poida votar. Também é injusto que um galego residente em Barakaldo ou Pájara nom poida votar. Mas claro, formular a cidadania galega é estabelecer a nacionalidade galega. Por suposto, estou de acordo em que nas autonómicas deveria haver circunscripçom única.
É possível que a melhor soluçom ao assunto dos imigrantes seria criar um círculo específico para eles, com apenas 1 ou 2 deputados. Com o actual estatuto podem-se aumentar os deputados da câmara até 80, assi que sem barreiras seriam necessários uns 20.000 votos por deputado com participações do 70% do censo. Ora, já que se vai reformar o Estatuto, poderia-se aumentar o número de bancas até 100, por exemplo (das quais umha ou duas seriam para a emigraçom, e nas que acho deveriam entrar galegos residentes no Estado espanhol mas censuados administrativamente noutras CCAA).
Outra reforma (para melhor) de interesse seria que houver listagens abertas, mesmo um sistema de voto por preferências (escolher umha lista de primeira opçom, outra de segunda, etc.). O do círculo único acho eu que é de máxima urgência, mesmo para os interesses de PSOE e BNG (nom para os do PP, é claro).
Postar um comentário
<< Home