Vinte anos depois da derradeira dança
Hoje cumprem-se vinte anos da disoluçom de umha banda importantíssima no que se deu em chamar Rock Radical Basco e que tivo umha inorme influência em bandas punk do estado espanhol e América Latina. No 1 de Outubro de 1988 actuavam por derradeira vez, e nesse mesmo ano editavam o seu trabalho póstumo "Azken Guda Dantza".
Kortatu para nós, para os da minha geraçom, está associado a infinitos recordos. Recordos de litronas na praia que está a douscentos metros do liceu, em manhás de Junho, celebrando a conclusom dos exames, ou simplesmente latando às aulas. Recordos de acampadas no monte. Recordos de cervejas a oitenta pesetas no Borrazás, antes de nos lançar à noite de um Sábado que por força tinha que ser extraordinário, porque para monotonia, já estava a de toda a semana. Ou antes de um serám de futebol, nos tempos heróicos do Deportivo, de antes de Bebeto e Mauro Silva.
Recordos daquelas greves estudantís contra a guerra do Golfo, de movilizaçons em favor dos insubmissos: Ernesto, César, Goldi, Pasky, Chano, Elias, Ramiro, Anxo, Asier, Alberto, Joseph e tantos, tantos outros...
Recordos do próprio Rock Radical Basco, aquela rebeldia sonora e meio-clandestina: La Polla, Zikatriz, Kontuz Hi!, Jotakie, Hertzainak, Potro Taino...
Recordos daquela Corunha que sonava a Diplomáticos, La Vergüenza, Verjalhudos, Abarrote no Parrote, Xentalla, Sok...
Quando um escuita Kortatu, todos aqueles sabores, olores e cores daquela época lhe venhem aos sentidos.
1 Comments:
Lembro bem aquele dia, aqueles dias da dissoluçom de Kortatu. Lembro que estivemos, nom podia ser doutra forma, tomando cervejas polas galerias de Compostela... Parecia que aquilo era o final de algumha cousa, o final de Kortatu era umha cousa triste, quem como eles iam fazer aquelas cançons nas que nos viamos refletidos. E nom, nom foi um final. Foi um começo: todo o que veu depois, pagou a pena.
Kortatu ainda está vivo, e nom só nas nossas lembranças. Quando há uns messes, trabalhando n'A Gatera, pinchei o Sarri, o Mierda de Ciudad, ou o Nicaragua Sandinista, a gente brinca, salta, berra, baila e canta como o primeiro dia.
Postar um comentário
<< Home