quarta-feira, outubro 01, 2008

Vinte anos depois da derradeira dança



Hoje cumprem-se vinte anos da disoluçom de umha banda importantíssima no que se deu em chamar Rock Radical Basco e que tivo umha inorme influência em bandas punk do estado espanhol e América Latina. No 1 de Outubro de 1988 actuavam por derradeira vez, e nesse mesmo ano editavam o seu trabalho póstumo "Azken Guda Dantza".

Kortatu para nós, para os da minha geraçom, está associado a infinitos recordos. Recordos de litronas na praia que está a douscentos metros do liceu, em manhás de Junho, celebrando a conclusom dos exames, ou simplesmente latando às aulas. Recordos de acampadas no monte. Recordos de cervejas a oitenta pesetas no Borrazás, antes de nos lançar à noite de um Sábado que por força tinha que ser extraordinário, porque para monotonia, já estava a de toda a semana. Ou antes de um serám de futebol, nos tempos heróicos do Deportivo, de antes de Bebeto e Mauro Silva.

Recordos daquelas greves estudantís contra a guerra do Golfo, de movilizaçons em favor dos insubmissos: Ernesto, César, Goldi, Pasky, Chano, Elias, Ramiro, Anxo, Asier, Alberto, Joseph e tantos, tantos outros...

Recordos do próprio Rock Radical Basco, aquela rebeldia sonora e meio-clandestina: La Polla, Zikatriz, Kontuz Hi!, Jotakie, Hertzainak, Potro Taino...

Recordos daquela Corunha que sonava a Diplomáticos, La Vergüenza, Verjalhudos, Abarrote no Parrote, Xentalla, Sok...

Quando um escuita Kortatu, todos aqueles sabores, olores e cores daquela época lhe venhem aos sentidos.

1 Comments:

At 3:16 PM, Anonymous Anônimo said...

Lembro bem aquele dia, aqueles dias da dissoluçom de Kortatu. Lembro que estivemos, nom podia ser doutra forma, tomando cervejas polas galerias de Compostela... Parecia que aquilo era o final de algumha cousa, o final de Kortatu era umha cousa triste, quem como eles iam fazer aquelas cançons nas que nos viamos refletidos. E nom, nom foi um final. Foi um começo: todo o que veu depois, pagou a pena.
Kortatu ainda está vivo, e nom só nas nossas lembranças. Quando há uns messes, trabalhando n'A Gatera, pinchei o Sarri, o Mierda de Ciudad, ou o Nicaragua Sandinista, a gente brinca, salta, berra, baila e canta como o primeiro dia.

 

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