Inverno Vermelho
Este post é umha homenagem a um projecto musical que se converteu em bandeira de rebeldia para a juventude basca - e nom só- lá pola década de noventa. Negu Gorriak (Inverno Vermelho) tinha letras tam eloqüentes como esta. Eu tivem o bom critério de comprar o LP "Ideia Zabaldu" ("Espalhade a ideia") a travês de umha distribuidora alternativa que havia por aqueles anos na Galiza, chamada Trevoada. Por isso o disco me chegou com umha folha anexa, editada polo Colectivo Meendinho, que traia as letras em galego. Quem comprara o disco em grandes superfícies, nom tem essa folha. Puidem portanto desfrutar da contundência e versatilidade da sua música, onde cabia hip-hop, reagge, salsa e até hardcore, e aliás das suas excelentes letras, que tenhem umha força poética, que desgraçadamente desconhecem muitos dos seguidores galegos desta banda, apenas preocupados com a parte superficial de todo isto. Suponho que a muit@s visitantes galeg@s deste blog, isto vos vai trazer recordos.
HITZ EGIN!
Bai, nik ere errezitatzen nuen Bertolt Brecht
Bidegaberkeria salatzen nuen ozen
Dudarik ez, hitz jarioak zirikatzen zituen
Eta mingaina tutorretik ebaki zidaten
Eskuak libre hasi ziren idazten
Kitarra, lagun errebeldea jotzen
Eta berriz nire bila etorri ziren
Besorik gabe, ezgauzatu ninduten
Hitz egin! Adierazpen askatasunarengatik. Hitz egin!
Laster aldiz, behatzekin moldatu nintzen
Alferrik, hankondoak alulkian nituen
Baina begiradak salatzen omen
Begiak beleek xehatu zizkidaten
Nire izate hutsak zituen ikaratzen
Tiro-hotsa, belarriek ozta-ozta aditu zuten
Norbaitek ahotsa altxatuko al luke?
Ordurako ordea den-denak mutu genituen
Hitz egin! Adierazpen askatasunarengatik. Hitz egin!
FALA
Sim, eu também recitava Bertolt Brecht. Denunciava a injustiça em voz alta. Sem lugar a dúvidas a minha retórica incomodava-os e decidirom cortar-me a língua de raíz.
As maos começarom a escrever livremente, tocando guitarra, amiga rebelde. E vinherom outra vez na minha procura, sem braços. Deixarom-me inválido. No entanto, logo comecei a arranjar-me com os dedos dos pés. Em vao, os tocos das pernas descansam na cadeira de rodas. Mas a olhada devia-os seguir denunciando, por que os corvos me arrancárom os olhos. Só a minha presença devia-os aterrorizar. Os meus ouvidos escuitárom justo o som do disparo. Levantaria alguém a voz? Para entom, polo contrário, todos eram mudos.
Fala! Pola liberdade de expressom.
3 Comments:
emocionante a força deste texto! Os meus agradecimentos por ele, que não conhecia.
Um abraço de Lisboa, numa tarde de sol radioso.
oi amigo vc tem uma coisa muito legal é que seu senso de justiça, pelas coisas que são certas, pela liberdade do ser humano isso é justo temos esse direito de sermos quem somos e que desejamos enquanto que sociedade, beijos
Menino,
Este teu jeito de escrever me arrepia toda!
Delicia Tangaranho... aliás, o que não é "delicioso" quando se trata de vc, não é mesmo?
Adoro tuas conversas, tua amizade, teu carinho e esse amor de amigo que temos um pelo outro.
Beijim karinhoso e parabéns pela publicação....
Te adoro,
Sá - Encantos
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