Poema anti-fascista
Este é um poema que estreei em Ferrol. É um poema dedicado a um monumento de triste recordo para a nossa gente, que presidia a praça mais céntrica da minha cidade natal até há bem pouco. Afortunadamente, já nom está aí. Quero dedicar este poema à gente que luitou contra o fascismo na Guerra Civil.
O perfume da pólvora nas tuas botas,
O sangue calhado,
A infámia que dá resplandor às medalhas sobre o teu peito,
A atmosfera gelada ao teu passo
A atronadora charanga militar
O teu séquito de bispos e tricórnios
Cruzes e fuzís
Cançons de amor para a morte
Portada sinistra de umha carniçaria
Presidida por corvos
Raposos descidos das cavernas uivando cânticos a um Deus imperialista
Tendido de sol
Mantilhas...
O banquete macabro de umha decrépita vitória bélica
Aquele dia em que se desligou a luz...
Anano com voz de galinha
Símio com uniforme
A tua lembrança
Polui ainda estas ruas.
Aí ficas, cabrom, a cavalgar face o horizonte
Desafiando o julgamento da História
À espera de que um graffitti justiceiro
Decore a tua marcial atitude
2 Comments:
Lindo amigo...apesar de achar triste, é lindo o poema!
Beijos
Debinha
Sim, felizmente já lá não está!
A memória dos homens é demasiado curta, ainda bem que os poetas contribuem para que não haja esquecimento. Gostei.
Abraço, daqui, de Lisboa sob um magnífico luar.
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