Maltreito trás a batalha...
Já estou de volta de Alhariz, de participar no Filo-café. Foi umha experiência agradável, divertida, enriquecedora, e nom isenta de incidências com certa carga humorística. Mas ante tudo houvo um maravilhoso feeling entre @s participantes no evento. Umha grata experiência de intercámbio galego-português, com a concorrência aliás de umha poeta asturiana, tendo também a oportunidade de escuitar como sonavam alguns poemas de Xavier Frías em checo... música, curtas metragens e performance, completarom esta jornada de arte interactiva. Tenho que dizer que desfrutei das horas prévias à minha participaçom no filo-café, deambulando polas ruas da fermosa vila de Alhariz, comendo a tortilha insuperável que fam em Roi Xordo, o local que acolheu o acto, visitando por fora alguns dos monumentos que tem o concelho (Convento de Santa Clara, Igreja de Sam Bieito, Igreja de Sam Pedro, Igreja de Sant-Iago, moínho do Burato...) monumentos que até o de agora apenas conhecia de internet e por fotos em livros e revistas. Nom só o evento, mas todo o facto do convívio foi agradável e foi um imenso prazer estar de novo com Elvira Riveiro, com Alberte Momán, com Diego Taboada, com Carlos Fuentes, com Brais González...agradecer a hospitalidade e amabilidade da gente do Roi Xordo, e a hospitalidade também da minha caríssima Elvira. Amanhá, de novo volta à actividade normal.
Deixo-vos com a portentosa poesia de Brais González, um rapazolo de 16 anos, que fai cousas como ésta (e, no entanto, eu vou cear algumha cousa e marchar para a cama, que forom dous dias intensos)
Desfrutade do poema, e amanhá poesia portuguesa, que a concorrência chegada a Alhariz do país vizinho, encheu-nos de presentes magníficos. Mostras de algumhas das muitas cousas interessantes que se estám a fazer por lá.
Principio.
II.
Tranviario.
Ris-toi de ceux qui ont une autre façon de pleurer
...a Alice Dréano, grande parladora do bretón,
a cuxos beizos ergo estas palabras.
E ti dis dama montada
“esculcarei as ruinas de todas as Provenzas
a baba que lles subsistia aos avós no espazo
ermo entre os dentes, o froito, cereixo,
Galiza, Breizh, Éire, unión”
E o carballo de Gernika gorentaba o descanso eterno,
Eterno descanso dirías sen os contínuos farrapos que o suxeitan.
Lurpias verdes nos zapatos
E “malpocado sexa o pobo
Que nasce na morte dos mártires”
Non hai esquenzo, non,
Doce amiga, tranviaario,
Dicer Existo é non dicer asasino,
Senón vingador das vilas do cinto de coiro
Morrentes.
E dis soñadora, namentres te entregas
Á simple tarefa de encamiñármonos
Nas congostras non trazadas:
“alcéndelle o facho ao ceo que se demora
confesándolle o amor ás alboradas,
atinxe o berce falto
dos habitantes que de seu non nacen”
Asín sería de ter iste tempo que posúo intre a intre
Por descer nas ponlas devoradas da estirpe
E atoparte soia, desfacéndote
Das terras non fértiles en número mínimo.
E ti dis non, vagalume mineral dos tempos eses:
“chora ledo o pranto da Caeira
coma un berro da pedra grisalla contra
a partida sen retorno”
toldado viñedo nas silveiras.
Síntote no interior e non
sinto nada
pois adoezo de serme eu mesmo
cando ti dis na derradeira
badalada do reloxio
“estúpida me reencontro no sangue antigo
ao forxar en nó parello Galiza,
Breizh;
Éire
E digo, moito máis”
Levantemos pois, Gwenn ha du!
E ti dis non, dama!
Dama montada.
4 Comments:
Bom dia e excelente semana.
Onde poderei encontrar mais poemas de Alice Dréano? Este, porque gostei muito, vou copiá-lo para mim. Obrigada.
Um sol de verão continua a preguiçar por Lisboa, de onde envio o meu abraço.
O poema é de Brais González e podes achar mais poemas dele na Biblioteca Virtual Galega (www.bvg.udc.es)
Olá Ramiro, olha seu blog é informativo, vc sabe gosto de vir aqui nesse espaço, as vezes me confundo um pouco, é interessante como temos o mesmo idioma, mas como dialeto muda um pouco, as vezes não consigo compreender, mas afirmo que esse poema é maravilhoso, e sua viajem também foi, beijos
puxa eu não sei se foi ou não publicado o meu comentário, e agora
http://tlusty.blog.uol.com.br
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