Idiotez
Antontem fum a Lugo, a fazer a visita de rigor à cidade da muralha polas suas festas grandes, e também a me despedir do maravilhoso combinado música ao vivo-ao ar livre-de balde. Fum com o meu primo e umha amiga da Bretanha. Escolhemos, de entre todos os eventos musicais do Sam Froilám, o concerto do Carlinhos Brown. Este gajo é idiota, sinto-o.
Nom o poido qualificar de outra maneira, e se algumha conclusom tirei do concerto é que nunca mais irei a um show do Carlinhos Brown. Eu compreendo que som as instituiçons leais a Espanha, geridas polos partidos políticos leais a Espanha, as entidades que maiormente pagam as actuaçons do Carlinhos na Galiza. Compreendo-o, e compreendo portanto que tanto ele como outros artistas brasileiros evitem a polémica omitindo meter-se em determinados assuntos. O que nom entendo é porquê teima em tomar partido em cousas que desconhece. Ou é imbécil, ou é um reaccionário.
Porque necessidade de se pronunciar tam claramente em certas questons, nom creio que a tenha. Um pode perfeitamente ficar bem com todo o mundo, sem necessidade de fazer continuamente auto de fé espanhola. Singelamente, nom é necessário. Nom é umha demanda explícita do público, nem sequer do espanholista. Embora, sim pode amolar a bastante gente o estar continuamente a fazer alusons a Espanha e dando-lhe vivas. E depois, essa teima “bilingüista”, consistente em pretender demostrar que tem um domínio do espanhol que nom tem, dificultando ainda mais a compreensom. Ou fala umha cousa, ou fala a outra, e seria de agradecer que falasse em português.
Quando este homem tocou em Oleiros, na Festa dos Mundos, tivo que fazer mençom a um facto que o surpreendera; a chegada ao seu e-mail de centos de mensagens solicitando que falasse na nossa língua comum quando actuar na Galiza. Também tivo que mencionar o facto de que recebera umha carta do vereador de juventude de Oleiros, apelando-o no mesmo sentido. A verdade é que, ainda que o Carlinhos fixera umha interpretaçom muito sui generis de tudo aquilo, mesturando factos históricos e falando sem vir demasiado a conto da opressom que exercia o português no Brasil sobre as línguas indígenas, e dizendo que a reivindicaçom do portugês no Brasil era reaccionária, tinha a leve esperança ainda de que aquele facto lhe fixesse reflectir e mudar a sua atitude. Ainda a pesar de que daquelas dixera, sem que isso vinhera tampouco muito a conto, que ainda que o galego fosse português, Galiza era Espanha.
Sem meter-me já em quê grau de cumplicidade seria desejável dos artistas brasileiros para com nós, galegas e galegos que reivindicamos a língua, ou com nós, galegas e galegos que reivindicamos a soberania para o nosso povo, polo menos podiam compreender que a língua opressora aquí é o espanhol, ou ainda que nem isso reconheceram, polo menos podiam compreender que nós nom somos soldados do império luso, somos umha comunidade humana que reivindica os seus direitos. E merecemos tanto respeito como essa maioria que nom se pronuncia e que aceita por activa ou por passiva a Espanha.
A fim de contas, as festas do Sam Froilám fam-se também com o dinheiro dos nossos impostos. Merecemos que quando assistamos a um concerto, aquilo nom se nos converta num acto de exaltaçom extemporánea de Espanha. Aliás, penso que os artistas brasileiros, deveriam utilizar o português na Galiza por respeito a si próprios e ao que representam. Porque representam a um sistema cultural que se manifesta em língua portuguesa, para bem ou para mal. E porque tenhem que dar umha imagem digna do Brasil. É muito patética a imagem do músico brasileiro servil ante o público espanhol, tratando de ficar bem fazendo como que fala espanhol. Afinal dá umha imagem ridícula e distorsionada do carácter brasileiro. Para o único que serve isso é para que os espanholeiros continuem a parodiar o jeito de falar dos brasileiros e continuem a circular os estereótipos do Brasil. Espero que estas linhas sirvam para que algumha pessoa brasileira que me leia entenda a minha postura, que é mais ou menos a postura de quem adoita reclamar o uso do português por parte dos artistas brasileiros. A Carlinhos Brown, inútil dizer-lhe nada.
Nom o poido qualificar de outra maneira, e se algumha conclusom tirei do concerto é que nunca mais irei a um show do Carlinhos Brown. Eu compreendo que som as instituiçons leais a Espanha, geridas polos partidos políticos leais a Espanha, as entidades que maiormente pagam as actuaçons do Carlinhos na Galiza. Compreendo-o, e compreendo portanto que tanto ele como outros artistas brasileiros evitem a polémica omitindo meter-se em determinados assuntos. O que nom entendo é porquê teima em tomar partido em cousas que desconhece. Ou é imbécil, ou é um reaccionário.
Porque necessidade de se pronunciar tam claramente em certas questons, nom creio que a tenha. Um pode perfeitamente ficar bem com todo o mundo, sem necessidade de fazer continuamente auto de fé espanhola. Singelamente, nom é necessário. Nom é umha demanda explícita do público, nem sequer do espanholista. Embora, sim pode amolar a bastante gente o estar continuamente a fazer alusons a Espanha e dando-lhe vivas. E depois, essa teima “bilingüista”, consistente em pretender demostrar que tem um domínio do espanhol que nom tem, dificultando ainda mais a compreensom. Ou fala umha cousa, ou fala a outra, e seria de agradecer que falasse em português.
Quando este homem tocou em Oleiros, na Festa dos Mundos, tivo que fazer mençom a um facto que o surpreendera; a chegada ao seu e-mail de centos de mensagens solicitando que falasse na nossa língua comum quando actuar na Galiza. Também tivo que mencionar o facto de que recebera umha carta do vereador de juventude de Oleiros, apelando-o no mesmo sentido. A verdade é que, ainda que o Carlinhos fixera umha interpretaçom muito sui generis de tudo aquilo, mesturando factos históricos e falando sem vir demasiado a conto da opressom que exercia o português no Brasil sobre as línguas indígenas, e dizendo que a reivindicaçom do portugês no Brasil era reaccionária, tinha a leve esperança ainda de que aquele facto lhe fixesse reflectir e mudar a sua atitude. Ainda a pesar de que daquelas dixera, sem que isso vinhera tampouco muito a conto, que ainda que o galego fosse português, Galiza era Espanha.
Sem meter-me já em quê grau de cumplicidade seria desejável dos artistas brasileiros para com nós, galegas e galegos que reivindicamos a língua, ou com nós, galegas e galegos que reivindicamos a soberania para o nosso povo, polo menos podiam compreender que a língua opressora aquí é o espanhol, ou ainda que nem isso reconheceram, polo menos podiam compreender que nós nom somos soldados do império luso, somos umha comunidade humana que reivindica os seus direitos. E merecemos tanto respeito como essa maioria que nom se pronuncia e que aceita por activa ou por passiva a Espanha.
A fim de contas, as festas do Sam Froilám fam-se também com o dinheiro dos nossos impostos. Merecemos que quando assistamos a um concerto, aquilo nom se nos converta num acto de exaltaçom extemporánea de Espanha. Aliás, penso que os artistas brasileiros, deveriam utilizar o português na Galiza por respeito a si próprios e ao que representam. Porque representam a um sistema cultural que se manifesta em língua portuguesa, para bem ou para mal. E porque tenhem que dar umha imagem digna do Brasil. É muito patética a imagem do músico brasileiro servil ante o público espanhol, tratando de ficar bem fazendo como que fala espanhol. Afinal dá umha imagem ridícula e distorsionada do carácter brasileiro. Para o único que serve isso é para que os espanholeiros continuem a parodiar o jeito de falar dos brasileiros e continuem a circular os estereótipos do Brasil. Espero que estas linhas sirvam para que algumha pessoa brasileira que me leia entenda a minha postura, que é mais ou menos a postura de quem adoita reclamar o uso do português por parte dos artistas brasileiros. A Carlinhos Brown, inútil dizer-lhe nada.
1 Comments:
Este texto esclarece muita coisa. Que pena a actuação do cantor brasileiro ter deixado uma impressão negativa!
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