O Circo Político II
Hoje acabo com as minhas impressons acerca do panorama político-institucional no meu país. Um panorama marcado polo estado de saúde do presidente e a crise interna do Partido Popular, a força política no governo galego a dia de hoje.
Já dixem com anterioridade que tinha a impressom de que no entanto Manuel Fraga vivesse iamos ter fraguismo. Também acho que, a pesar de que a morte, eu penso que próxima, de Fraga, vai abrir umha nova crise interna no Partido Popular, esta crise nom vai significar necessariamente a quebra do projecto fundado polo próprio Fraga. Porquê a oligarquia galega ia estar interessada em rachar com um partido que lhes assegura o poder político e económico e o controlo social praticamente absoluto no país? Poderá haver brigas polos pedaços mais grandes da torta, mas... erra o nacionalismo reformista em ter esperanças em que o confronto já manifesto entre o clam da boina e o do birrete vaia derivar na apariçom em cena de um partido galeguista de centro-direita ou direita. Polo geral, todas as cisons que foi sofrendo o PP, desenvorcarom no próprio PP. A última experiência, a de Enrique Marfany. Forom os confrontos polo poder entre ele e Romay – Beccaria os que o colocarom fora do partido, mas agora voltou ao redil. A burguesia galega é burguesia, mas antes que galega é espanhola, nom tem nengum interesse em montar estruturas de carácter netamente galego, nem as suas reivindicaçons para com Galiza passam polo confronto com o poder central. O parachuvas político do Partido Popular é perfeito para o que eles pretendem, que nom é mais que manter as estruturas de poder herdadas do franquismo intactas. Assim que, nem havendo diferenças ideológicas entre “famílias” ou “correntes”, que as haverá, vai quebrar o partido, e no caso muito excepcional de que isso acontecesse seria umha etapa transitória, que duraria como muito um par de anos.
Quê me resta por dizer a respeito do Debate sobre o Estado da Autonomia, que era o motivo que me trazia a fazer estas reflexions? Pois que no que di respeito à oposiçom, nengum dos dous portavozes me surprendeu nem para bem nem para mal. Simplesmente que já se escuitam os tambores de guerra eleitoral, e isso puido-se constatar no tom empregado tanto por Beiras como por Touriño. Quiçá mais claramente no caso de Touriño. O próprio Fraga dixo com certo xorne que a sua intervençom parecera um discurso de investidura. A mim também mo pareceu. Parecia talmente como se estivesse a fazer um relatório do seu programa de governo. Aliás, com o estilo pessoalista (próprio de um regime presidencial) que o PP e o PSOE importarom nos últimos anos directamente dos USA, onde os processos eleitorais tenhem pouco de festa da democracia e muitíssimo de espectáculo circense.
Beiras enterrou a cachimba da paz, pola sua parte. Seguramente o motivo será que albisca a fim de Fraga, e também que sabe que o tom moderado e cooperante de começos da legislatura lhe erosionou confianças ao projecto político do qual ainda segue a ser principal referente. Em qualquer caso, o BNG segue na linha errada de querer demostrar que eles defendem as instituiçons que sempre lhes acusarom de atacar. Errada ou interessada? Provavelmente em certa medida se trate das duas cousas. A tentaçom de viver ao abeiro do poder institucional e os seus réditos é forte, máxime quando falamos de projectos derrotados historicamente. Mas do BNG já falarei. Da sua errática trajectória e do seu labirinto interior. Dentro de alguns dias, porque se nom há amanhá nengum imprevisto, a poesia voltará ao Tangaranho.
2 Comments:
Festa no forever!!! Venha conferir o blog homenageado da semana!!!
Bjs
http://debinha_forever.zip.net
Adoro ler-che estes textos, Ramiro. Fás umha análise com a que concordo totalmente. Nom deixes de escrever(-me).
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