sexta-feira, março 31, 2006

Próximo jogo: Galiza - Portugal

Pois já está quase, quase, quase revelada a incógnita de qual vai ser o próximo jogo da selecçom...se a federaçom portuguesa está polo labor e saim bem as gestons da Direcçom Geral para o Desporto da Junta da Galiza, o próximo jogo vai ser...Galiza- Portugal!!!

Emocionante, eh? Os sub-campions da Europa a jogar contra a nossa selecçom... seguramente os lusitanos pretenderám resarcirem-se da malheira que lhes demos há oitenta anos...já veremos se podem.
De qualquer maneira, e falando mais a sério, acho que será um inorme logro do Director Geral se este jogo se celebra, porque agora já ninguém poderá dar-lhe voltas à história a conta da falta de entidade do rival. Se venhem os Xavier, Vigaral, Rui Costa, Figo e companhia...a ver o quê é que terám que objectar alguns.
Eu nom quero levitar antes de tempo, mas gostava que o jogo fosse em Vigo, que sobissem à Galiza muitos autocarros de vizinhos portugueses, e que depois do jogo houvesse um festivo terceiro tempo.
Por certo que esta notícia chega quando ainda recentemente se nos anunciou que a hora do basquet e o andebol se achegavam.
Até que enfim, as nossas cores sobre as canchas desportivas, nom me estranha que a caverna ande a bruar...

quinta-feira, março 30, 2006

De Marbella a Eirís

Quando acontecem cousas como o último escândalo de Marbella (um tema, o desta cidade artificial feita de petrodólares, narcodólares e tijolodólares, de muito difícil arranjo) os que já nom acreditamos muito no sistema acabamos por nom acreditar para nada. Haverá quem reduza o tema a umha questom de pessoas ou de siglas, mas há algo mais. O sistema está podre, nom é um problema de bons e maus, de facto quase nada ou nada se poderia reduzir a umha dicotomia bons/maus. Estou-me a lembrar de quando o Xosé Manuel Pereiro afirmava que preferia que os concelhos tivessem carros de combate a que tivessem competências em matéria urbanística. Razom nom lhe falta, provavelmente. Um observa a turbulenta vida política de concelhos como Ponte Areias ou Sada, e chega à conclussom de que a determinada ralea só a apagariamos do mapa se lhe quitáramos a teta da chupanda, que curiosamente vem sendo o urbanismo.
Mudando de cenário, sem que provavelmente mude demasiado a história, proximamente vamos ver se relançamos o tema de Eirís, que o tenho bastante abandonado ultimamente.

sexta-feira, março 24, 2006

Música e política

Noutro blog de outro servidor, atopei um pequeno artigo sobre curiosidades musicais, mais bem centrado no anecdotário das bandas do rock americano, que basicamente me vem parecendo um circo, à parte de que inclusso as bandas politizadas de verdade nos USA, politizadas no sentido de que se molham defendendo causas ou pedindo o voto para alguém, que é ao mais que chegam, adoitam ter um discurso bem pobre. De quaquer jeito, achei o tema interessante, porque aliás já tinha pensado escrever algumha cousa acerca do tema por várias questons.

Umha das razons que me empeliu a decidir escrever sobre a estreita relaçom entre o mundo da música e o da política, foi um artigo bastante vomitivo num prestigioso jornal corunhês no que se reconvinha, nom sei, como paternalistamente ao Manu Chao por ir tocar a Cuba e dizer o que dixo de Bush, ou à inversa, dizer o que dixo de Bush estando em Cuba, ou mais por ter ido a tocar a Cuba que por dizer o que dixo de Bush, que falar mal de Bush pois está dentro do permitido...bom, que eu creio que no fundo vem sendo um bocadinho por tudo, que em geral os alarmes saltarom porque os sensores dixerom "Atençom! Combinaçom errónea!". No meu outro blog defendo um pouco a Manu Chao e o seu direito de fazer o que lhe pete assim como o nosso direito a fazer-lhe caso ou nom, ou ficar com o que nos convenha de cada um dos seus factos e cada umha das suas palavras. Realmente aí está o problema; que ataquem a Fidel Castro e a Manu Chao nom é tanto o problema em quanto que lhes sobram defensores e lhes sobra tribuna para replicar, o maior ataque é aos leitores e à sua inteligência. Pretendem ensinar-nos a ser progres, o que tem bastante chiste, se o pensas, mas de primeiras, a mim me provoca náuseas...ou seja, claro, o modelo se quixeres ser um progre é Bono, é Bob Geldoff (...mas homem tampouco te passes de roxo, tio, que isso nom é nada guai, que nom se leva isso de...) Por um lado está isso, e polo outro...polo outro, o fodido pensamento único, a homogeneizaçom de gostos, a ditadura do politicamente correcto. E quê tal se nos deixam escolher a nós? Enfim...
Os mass média tutelam-nos política e culturalmente, a isto me refiro. Que Manu Chao é um oportunista com o de ir tocar a Cuba? Se calhar...e porquê ele nom pode ser oportunista? Eu nom som um fam de Manu Chao eu simplesmente som um ser pensante que lhe di às empresas de comunicaçom "Deixade-me em paz!!!"
Aquí ninguém é inocente, todos sabemos que houvo grandes músicos, sobretudo entre os ícones do pop e o rock, conhecidos por se casar politicamente. Todos sabemos quê artistas fixerom campanha por Kerry nas últimas presidenciais norteamericanas, nom é? Também sabemos de outros que pedirom o voto para Bush, ou que publicamente manifestarom a sua vontade de votar-lhe.
No contexto do estado espanhol, mais ou menos imaginamos quem é quem também, ainda que o panorama seja um bocado mais complexo.
O pessoal que escuita punk, sabe perfeitamente que o rock radical basco foi um fenómeno que medrou à sombra do movimento abertzale de esquerdas. Tenho amigos que escuitam heavy metal e dentro deste estilo todos sabemos de bandas que utilizam iconologia fascista, e de outras que à parte dessa iconologia que usam, também som explicitamente fascistas. Isto nom converte nem aos que escuitam rock radical basco em abertzales, nem aos que escuitam heavy metal em nazis.
Por outra banda, suponho que nom todos os fans de Loquillo serám do PSOE, nem votariam "Sim" à constituiçom europeia. Ou suponho que nom todos os fans de Joaquín Sabina serám acerrimamente pró-taurinos. Ou suponho que nom todos os que admiram a Pablo Milanés simpatizarám com Fidel Castro.
E de entre os seguidores de Manu Chao haverá a quem lhe pareza estupendo que vaia a Cuba, haverá a quem lhe pareza fatal e haverá a quem lhe pareza umha cagada mas que defenderá o direito de Manu Chao a cagá-la, em qualquer caso eu estou seguro de que a maioria desse heterógeneo conjunto seguirá indo a concertos e comprando cedés de Manu Chao.
A mim particularmente dá-me igual Manu Chao, assim que mais indiferente me vem resultando ainda o que faga. O que nom me dá igual é que me importunem líderes de opiniom que nom reconhecem o nosso direito de escolher.

quinta-feira, março 23, 2006

...de volta por aquí

Várias cousas passarom durante a minha ausência. Obviamente a actualidade política está monopolizada polo cessar o fogo em Euskal Herria, ainda que nom é o único que está a acontecer. Convidaria ao pessoal a que nom perdesse de vista que a CIA vem de fazer público que possui informes segundo os que Ben Laden está acobilhado no Irám. Nom sei porquê, sona-me a patranha. Quê é o que realmente há no Irám que realmente inquieta/interessa aos ianques? À parte de um programa de desenvolvimento nuclear que lhes fai temer a possível fabricaçom de cabeças nucleares..o que há é PETRÓLEO. E deixemo-nos de caralhadas.

quinta-feira, março 02, 2006

Mais do tinglado identitário

A mim, francamente, que me venham agora a demostrar com dados genéticos que nom somos celtas, nom me rompe esquema nengum.A fim de contas, eu próprio devo ser umha cousa bastante palheira geneticamente falando: Menos de cigano, que disso nom creio ainda que vai tu saber, polas minhas veias correrá sangue árabe, judia, e vai tu saber quê mais. Sempre o dixem, para mim ser galego é falar em galego. Quando definitivamente deixemos de falar em galego, pois seremos habitantes de um recuncho peninsular, mas nom da naçom galega. Um será galego se assume a língua do país como própria, a cultura e se integra na sociedade galega. Podes ser negro ou amarelo, e ser galego. Ou é que ser inglês ou português implica ser de umha raza? O único que quero é que os galegos do ano 2050 falem em galego.

quarta-feira, março 01, 2006

Apontamentos soltos (e desordenados) sobre as nossas origens.

Venhem-se de publicar dous artigos do filólogo Craig Patterson em Vieiros, que estám a levantar umha poeira eu penso que exagerada. Mas claro, com a cousa esta identitária nom é muito recomendável assim pôr-se a brincar. As sensibilidades resentem-se assinha, porque também o povo galego leva de toda a parte quando trata de definir-se a si próprio. De novo, somos celtas ou quê caralho somos? Eu escuitei já argumentos mais aparentemente fundados e menos fundados também, mais paixonais e menos paixonais, a favor e em contra do celtismo. E nom é que o nacionalismo galego tenha umha especial teima com o celtismo, já a tivo mais do que a tem: há furibundos celtistas e radicais anti-celtistas no nacionalismo galego e fora também.
Há um detalhe que me resulta especialmente mosqueante. Galiza nom é umha naçom celta, dim alguns. Na Galiza nom houvo nunca celtas, dim outros. Nom há cousa mais anti-nacionalista que defender um suposto passado celta da Galiza, chegam a dizer alguns outros. Vale, muito bem. Tranquilidade. Nom ondearei a bandeira celta em vao. A questom é que há quem chega mais longe e lhe dá a volta à tortilha; há quem di que nom só na Galiza nom terá havido celtas, é que inclusso qualquer território peninsular tem mais de celta que a Galiza. Pode ser, pode ser, nom digo que nom. Mas a mim essa nova tendência de reivindicar a celticidade de territórios como Castela ou Andaluzia, ao que me sona é à necessidade de re-inventar umha Espanha que se quer desfazer da imagem que de si própria estivo a promover durante muito tempo: essa Espanha mediterránica, do flamenco, dos touros e do sol sintetizada da maneira mais perfeita na Andaluzia.
Os galegos...nom somos celtas, ou somo-lo de umha maneira muito residual, aliás de sermos suevos, romanos, árabes. A questom é que nos deixem ser galegos, sejamos muito celtas, pouco celtas ou nada celtas...e esse é o repto, agora, porquê de súvito é tam importante que nos metamos na cabeça que nom somos celtas? Ou porquê, por exemplo, a mim na escola nom me falarom dos suevos e sim dos visigodos? Quê curioso! Sempre passando "de puntillas" diante dos suevos...falavam-che dos reis godos, da arte visigoda e só de passada deziam "...menos na Galiza, que estavam os suevos..." desde que por primeira vez, em séptimo de EGB escuitei mencionar aos suevos, até que tivem oportunidade de saber vagamente quem eram e quê fixerom por estas terras, passarom muitos anos.
Pois o que eu digo, que a questom é que nom silenciem a nossa história, esse silenciamento deliberado de determinados episódios da história da Galiza é o mais grave de todo este tinglado, nom que alguns utilicem os celtas para fazer valer determinadas teses sobre o que é hoje este país ou que a dia de hoje o pretenso passado celta da Galiza siga formando parte da mitologia doméstica.