quarta-feira, agosto 31, 2005

Alberte

Alberte é um gajo com sentido do humor; isso é um traço que partilha de algumha maneira com o último galego que editara com arcosonline.com, o também amigo Mário Herrero. Claro que no caso de Alberte nom há essa ironia fatalista, esse humor tam densamente negro. Alberte Momán tem dentro de si um pouso de vitalismo patológico que irrádia com a sua simples presença. Deve ser por isso que raro é o auditório que nom lhe agradece longamente as piadas e deve ser por isso também que tem fama de ter sucesso com as mulheres. Alberte o mesmo retrata a paisagem urbana e humana da caótica Beirut, aquela Beirut dos anos do exílio "lugoslavo", que ceiva fervenças de erotismo em tinta. Por isso até é diabolicamente sensual. Por isso o considero um génio.
Parabéns, rapaz...

terça-feira, agosto 30, 2005

Lançamento de "Erótica"

Poesia galega contemporânea

Alberte Momán lança "Erótica"

As Edições ArcosOnline.com lançam amanhã, dia 30 de Agosto, o poemárioErótica, do poeta galego Alberte Momán. A obra será disponibilizadagratuitamente em formato digital na página web da editora(www.arcosonline.com).A obra em questão é um poemário cuja temática erótica se entrelaça comum discurso claramente lírico. A linguagem é rica de sentido e desentidos, com todo um desfile de símbolos, metáforas e imagens que vãodeslizando sedutoramente sobre a pele do leitor. A dor e o prazer –afinal de contas, os dois motores da acção humana – são-nosapresentados num terno abraço que se estende lânguidamente lúbricodesde o início até ao fim do livro. Estes entre muitos outros atributos mereceram-lhe em 2004 o aplauso entusiasmado do júri que lh eatribuiu o Prémio Francisco Añón de Poesia.

Com esta nova publicação, as Edições ArcosOnline.com dão continuidadeao seu projecto de intercâmbio cultural, apostando numa ofertaliterária de expressão galego-portuguesa que procura reforçar os laçosde Portugal com as nações suas irmãs, como o Brasil e a Galiza.

O autor Alberte Momán nasceu em Ferrol, na Galiza, em 1976. Como escritor, é autor de diversas obras premiadas, como O Lobo da Xente (EdiciónsPositivas, Prémio Narrativas Quentes 2003), Erótica (Prémio FranciscoAñón de Poesia 2004) ou O Pasado nas Horas (Prémio Rosalía de Castro –Cornellá, 2004).Tem colaborações dispersas por diversos volumes colectivos, como aprimeira edição de Relatos de Verán (editado por Ir Indo Edições epromovido pelo diário La Voz de Galicia), ou o poemário Xuro que nunca volverei pasar fame – Poesia Escarlata (editado pela Difusora dasLetras, Artes e Ideas e promovido pela associação Redes Escarlata –www.redesescarlata.org, da qual foi membro e coordenador do boletim de de-construção literária Espasmo).Colaborou, também, no volume de poesia Sempre mar – Cultura contra aburla negra, promovido e editado pela associação Burla Negra commotivo do afundamento do 'Prestige'.

sábado, agosto 27, 2005

Selecçom galega...até que enfim (e a luita continua)

Até que enfim vamos ter selecçom galega de futebol, e inclusso parece que há data para o primeiro jogo, ainda que o que nom se sabe por enquanto é qual vai ser o primeiro rival desta selecçom. Seja qual for, estará bem ver a jogadores do país defendendo as nossas cores, por cima das rivalidades lógicas e habituais. Mas a luita continua. Quero dizer que isto a nível simbólico está bom, que tem também a sua utilidade, porque dá a oportunidade a jogadores moços de colher rodagem internacional e darem-se a conhecer, mas que primeiro; nom abonda apenas com o futebol, deve haver selecçom galega em todos os desportos, e segundo; deve haver umha lei de selecçons desportivas que regule a participaçom em competiçons oficiais dos nossos e as nossas desportistas aló onde for em princípio legalmente possível. Nem que dizer tem que o objectivo político para todo o nacionalismo sem distinçom deveria ser que esta selecçom galega puidesse jogar competiçons oficiais, igual que o fam outras selecçons que representam a territórios sem estado próprio.
O problema é que continuamos a dar bastante peninha como sociedade, porque afinal esta já medianamente velha reivindicaçom se vê satisfeita nom pola pressom que se exerceu desde a rua ou desde as bancadas, mas por umha decisom institucional. E nom podemos aguardar que desde os escritórios nos resolvam tudo. As torzidas dos clubes galegos, em muitas ocasions derom espectáculos lamentáveis, de antepôr nom já rivalidades desportivas, mas mesmo liortas pessoais a um objectivo que devia ser comum. A imensa maioria da paróquia futeboleira passou do tema, olhava-o com condescendência, com indiferência, e nalgum caso com hostilidade. Afinal parecia cousa de certas penhas juvenís, mais que outra cousa. Nom se aproveitou o potencial que podia haver no desporto modesto e de base...estou absolutamente seguro de que de aí se podiam tirar muitos apoios. Sempre recordarei que há uns seis ou sete anos...ou se calhar mais!!! vim pola tvg um inquérito entre jogadores galegos de andebol e todos estavam a favor de umha selecçom galega deste desporto...como nom vam estar a favor os desportistas e as desportistas galegos e galegas de poder jogar encontros internacionais, ainda que forem amigáveis? E neste primeiro jogo da selecçom galega de futebol parece que se vai contar com jogadores da primeira e a segunda divisom...mas estou absolutíssimamente seguro de que há umha maocheia de jogadores de segunda B, terceira ou categorias nom profisionais que estariam encantadíssimos de jogar defendendo as cores da Galiza.
Só um problema...que vai ser a "Selección de Galicia" e nom a "Selecçom da Galiza"...nem sequer a "selección da Galiza". Mas, por enquanto, vamos ver se a iniciativa, ainda que seja de natureza institucional, começa com bom pé.

quarta-feira, agosto 17, 2005

Luito polos mercenários?

O Concelho da Corunha decretou a suspensom de todas as actividades das festas de Maria Pita programadas para o dia de hoje, com motivo da morte de dezasete mercenários do exército espanhol no Afeganistám, dez deles pertencentes a umha agrupaçom do exército do ar com sede na Galiza, e maioritáriamente de origem galega. Concretamente um deles era vizinho da Corunha. Estes dezasete mercenários viajavam num helicóptero que, presumivelmente, foi abatido por fogo insurgente.

O Presidente da Xunta nom tardaria em expressar a sua solidariedade com as famílias dos soldados, umha solidariedade verbalizada naturalmente com um inevitável adereço de verborreia patrioteira e auto-justificativa, na linha hipócrita do PSOE. Que se orgulho polo labor dos soldados espanhois lá, que se etcétera, etcétera...

Os soldados espanhois no Afeganistám fam o mesmo que faziam no Iraque...ajudar à força invasora. Nem misom de paz, nem farrapos de gaitas. O exército espanhol é o que ameaça à minha gente, ainda que a minha gente nom se dea por ameaçada. O exército espanhol está ao serviço do capitalismo, ao serviço do imperialismo e duvido muito que algum dia poida dizer que entram em combate por umha causa justa.

Desde as instituiçons espanholas e os partidos espanhois é muito difícil que se deam discursos que se saiam da linha oficial, mas eu desde a minha liberdade individual proclamo a minha satisfacçom ao comprovar que o povo afegao se defende ainda da opressom dos invasores e digo que esses dezasete mortos nom som os meus mortos. Que os meus mortos som as vítimas civís da invasom de Afeganistám a maos norte-americanas ou mesmo aqueles que apanharom o fuzil e morrerom plantando cara ao ianque. Naturalmente nom estou de acordo com que se guarde dó qualquer por esses assassinos profisionais.

sábado, agosto 13, 2005

Agora o povo, agora a paz

O meu saúdo ao irmao povo basco e aos companheiros e às companheiras da esquerda abertzale. Com o coraçom, amanhá estarei marchando com eles.

GORA EUSKAL HERRIA ASKATU TA!!!

quarta-feira, agosto 10, 2005

Ardeu o Vale do Gestoso, cento e cinqüenta hectares nada menos de monte que pertence aliás ao parque das Fragas do Eume. Umha grande perda ambiental e paisagística. Levamos décadas com o monte a arder sem trégua, começam a aparecer os primeiros sintomas de desertizaçom. O problema é sério, e de facto há vozes desde o ambientalismo que já afirmam que nom é certo isso de que a maior catástrofe ambiental acontecida na Galiza seja a do Prestige.

O monte deixou de ser um bem social, perdeu a sua funcionalidade. E agora, com o agro desmantelado, como revalorizamos o monte? Este país desaparece, suicida-se. Como nom reagirmos rápido...

terça-feira, agosto 02, 2005

Concertos das festas de Maria Pita

Hoje tocavam na Praça de Maria Pita quem para mim som umha das grandes bandas do rock espanhol; Seguridad Social. Guardo um recordo especialmente bom do LP “Introglicerina”, com certa atitude punk e com influências do rock e do rap. Acontece que eu tenho que madrugar, e afinal a balança, que oscilava entre o sim e o nom mentres baralhava a opçom de ir, inclinou-se do lado da prudência – raro em mim – e finalmente ficarei na casa, reservando-me para o concerto de amanhá, com a Fundación Tony Manero, O’Funkill’o e La excepción, e o do dia 11, com Rosendo. Enfim, a pesar de que nestas festas de Maria Pita há um bocadinho mais de pluralidade nas propostas – apenas um bocadinho – aquí os grandes marginados continuam a ser...os músicos galegos. Nem um só concerto onde a estrela seja um artista galego e, os músicos da comarca, totalmente desterrados mais um ano. Estes últimos, parece que se tenhem que conformar com cousinhas subsidiárias e meio marginais, tipo o Rock Marino, ou os tinglados que organiza de quando em vez o Gandy e que, quê casualidade, sempre acabam em folhom. Seria muito pedir que, com cada concerto que se faga com um artista ponteiro do panorama estatal ou internacional, vaia um teloneiro local?