terça-feira, maio 31, 2005

Perspectivas de umha fim de semana movida

Achegamo-nos à metade da semana, e já começo a fazer planning do que vai ser umha fim de semana movida. A sexta-feira, concerto de Skacha no Caimán. Sábado, manifestaçom contra a fábrica de celulose em Ponte Vedra. Aproveitarei a ocasiom para combinar com Elvira, que porfim voltou do seu exílio voluntário. E depois de tudo isto, na casa o Domingo, para celebrarmos o dia de anos do meu pai. Vivo mais rapidamente que quando tinha dezaoito anos.

segunda-feira, maio 30, 2005

Iconologia

Ontem lim um post num blog de umha pessoa companheira em seguramente muitas luitas, ou simplesmente na luita - na luita por um mundo mais justo - muito crítico com o panorama da esquerda neste país. Fixo umha leitura muito crítica do cenário vivido com a celebraçom do Dia de las Fuerzas Armadas na Corunha. Denunciava como os leirismos e os eleitoralismos fáceis empecerom que houvesse a grande resposta social que os fastos belicistas mereciam. Certamente foi um cenário de divisom que apenas favoreceu à panda de mamalons que vinherom dar-se um banho de nazi-onanismo espanhol na Corunha. Com a CIG de congresso, Esquerda Unida e o BNG agachados numha esquina, Galiza Nova fazendo o seu actinho de consumo interno...era difícil plantar cara com certa dignidade à concentraçom de fachas que havia no passeio marítimo. E ainda assim, há que dizer que o resultado no que di respeito da convocatória conjunta do Manifesto Nom os Queremos e da Assembleia Aberta, nom foi de todo mau...seiscentas pessoas é umha cifra bastante digna, com toda a psicose que havia de possível repressom, as dificuldades administrativas e a escassa publicitaçom do acto. Ainda assim, é claro que nom estávamos tod@s. Esta pessoa companheira dezia que nom ia votar o dia 19 de Junho. Que com este cenário, nom havia quem merecesse o seu voto. Nom serei eu quem lhe intente convencer do contrário. Ao melhor é certo, ao melhor tem toda a razom do mundo em nom votar, ainda que eu sim que o vou fazer.
Eu queria falar de outra cousa. Precisamente de um incidente concreto que houvo na manifestaçom à que eu e ela assistimos, e que se deu cara ao final, quando se ia cantar o hino da Galiza. Um sector da manifestaçom, minoritário e formado por ácratas, começarom a apupar no momento em que o companheiro Maurício Castro anunciava a interpretaçom do hino como fechamento do acto. Outro sector, também minoritário, encarou-se com os ácratas e houvo um rapaz que, infelizmente, resultou agredido. Desafortunado o lance, de princípio a fim. E o pior é que sabemos que episódios assim se repetirám e que já agora nom som novidade. Se o problema fosse o hino realmente, nom haveria problema. Porque tu és soberano para decidir se, no momento de cantar o hino, toca levantar o punho ou chegou a hora de ir tomar as birras. Até o de agora, por marchar antes ou depois, nom se recriminou a ninguém. O problema é, eu penso, o cabreo que provocou na acratada o facto de que o conteudo nacionalista da maioria das palavras de ordem nom fosse um motivo para a descoesom e fossem estas assumidas pola imensa maioria da manifestaçom, como também a imensa maioria da manifestaçom cantou o hino, suponho que também porque se assume como algo normal que depois de umha manife anti-militarista se cante o hino galego. A Corunha nom é Valladolid. E em Valladolid umha manife anti-militarista nom é igual que na Corunha, porque a contradicçom poderá ser basicamente a mesma, mas a maneira em como se manifesta nom é exactamente igual. Para um galego a questom nacional está presente na luita anti-militarista, porque é certo que o exército espanhol nos ameaça a nós como povo, sem perjuízo de que o exército norueguês, argentino ou británico tenham também a sua história mais ou menos horripilante trás de si, e sem perjuízo também de que se passado amanhá se proclamasse o estado galego, o exército desse estado provavelmente seja tam opressor como o resto dos exércitos, máxime se esse estado é um estado capitalista. Mas o artigo VIII da constituiçom está aí e a Bono "le gujta, fíjese" (ou seja, que muito talante, mas estes teriam o mesmo problema em aplicar esse artigo que o que teriam os do PP, que seria exactamente nengum) Esse artigo, refresco memórias, di que o exército espanhol poderá intervir num território do estado que se declarar independente. Nom fai falta ser independentista para ver aí umha ameaça. E por muito que um se declare ácrata, anti-estados, anti-fronteiras e anti-governos...umha cousa é isso e outra que che dea igual que se se dá o caso de aquí se dar essa situaçom venham os valentes soldados da Espanha a esmagar à populaçom galega, que nom som um ente abstracto. A populaçom galega é a tua nai, o teu vizinho, e essa senhora que acaba de passar por diante de ti. A tua gente. À partir de aí, um pode decidir se isto dos hinos e as bandeiras vai consigo ou nom. Agora, nom deve estranhar que os sectores nacionalistas e em geral de esquerda fagam alusom à contradicçom nacional. Mas cumpre recalcar que a imensa maioria cantou o hino, nom foi umha imposiçom dos independentistas.
Naturalmente, nem assim há que estar de acordo com cantar o hino numha manifestaçom. Mas um desacordo nom justifica atitudes de boicotagem como a vista esse dia. É o debate o que deve limar essas diferenças, nom umha guerra de decibélios e punhos.

domingo, maio 29, 2005

Aínda estamos aquí

Apesar de que últimamente tardo mais em postar, aínda ando por aquí. Esta fim de semana foi intensa e tivemos manifestaçom anti-militarista na Corunha. Umha manifestaçom diversa e animada, além de nutrida. A Corunha mais viva e pensante fixo-se ouvir. Nom todos estivemos aplaudindo o passeio triunfal do exército espanhol. Alguns e algumhas saimos à rua a manifestar o nosso rejeitamento. Nom todo foi fanfárria militarista, também houvo lugar para a dignidade.

quinta-feira, maio 26, 2005

Manifesta-te contra o exército espanhol

O dia 29 de Maio, as organizaçons assinantes do Manifesto "Nom os queremos" e a Assembleia Aberta Contra o Desfile convocam umha manifestaçom que sairá às 13 horas da Praça de Pablo Iglesias na Corunha. Manifesta-te contra o passeio triunfal das forças de ocupaçom pola tua cidade!!!

sexta-feira, maio 20, 2005

Em liberdade os três militantes de Briga detidos

Na manhá de ontem, os jovens independentistas galegos Afonso Méndez, Vreixo Formoso e Borja Neves eram postos em liberdade com cargos, trás declarar perante o juíz. Finalmente estám pendentes de juízo por danos e nom prosperou a pretensom de também lhes acusar de injúrias ao exército.
De qualquer jeito, nom será o último caso de repressom a todo o movimento de protesto que gerou a escolha da cidade da Corunha como sede dos actos do "Dia de las Fuerzas Armadas". À parte de demostrar a nossa disconformidade com a provocaçom que supom a celebraçom de tal evento aquí, temos que ganhar-lhe o pulso a umhas forças de segurança do estado que vinherom a amedrentar a aqueles sectores da populaçom propensos a protestar. Nom podemos permitir que os responsáveis policiais estejam tam tranquilos como para declarar perante a imprensa que as forças resistentes aos fastos da festa do exército espanhol nom se vam fazer notar o 29-M. Esse dia, tod@s na Corunha, protestando contra o desfile!!!

quarta-feira, maio 18, 2005

Urgente - Solidariedade - Stop Repressom

Três membros da organizaçom juvenil independentista BRIGA forom detidos quando realizavam umha acçom directa contra um monumento fascista, em protesto contra a celebraçom dos fastos do Dia das Forças Armadas na cidade da Corunha. Para hoje às 20:30 horas, diante da estaçom de comboios da Corunha, há convocada umha concentraçom de apoio a estes três companheiros.
ACODE!!!!

domingo, maio 15, 2005

AAAAAAAARRRRRRRGGGGGHHHH!!!!

Fechei a página do blogger por erro e foi-se-me tomar vento o post. Quê se lhe vai fazer. Quem o fai mal fai-no duas vezes. Amanhá falo, sem falta, das eleiçons. Hoje, duas recomendaçons musicais. Tivem umha fim de semana especialmente movida nesse sentido; fum ver a Kannon, maravilhosa banda de new metal de Vigo, e ao dia seguinte a Mamá Ladilla. Realmente dous grandes concertos, quiçá algo desangelado o de Kannon, ainda que se viu que havia qualidade. Mamá Ladilla, um verdadeiro torrente de ingénio, sátira e mordacidade, com melodias aceleradas e autênticos himnos punk.

AAAAAAARRRRRGGGGGGH!!!

Fechei a página do blogger por erro e foi-se-me tomar vento o post. Quê se lhe vai fazer. Quem o fai mal fai-no duas vezes. Amanhá falo, sem falta, das eleiçons. Hoje, duas recomendaçons musicais. Tivem umha fim de semana especialmente movida nesse sentido; fum ver a Kannon, maravilhosa banda de new metal de Vigo, e ao dia seguinte a Mamá Ladilla. Realmente dous grandes concertos, quiçá algo desangelado o de Kannon, ainda que se viu que havia qualidade. Mamá Ladilla, um verdadeiro torrente de ingénio, sátira e mordacidade, com melodias aceleradas e autênticos himnos punk.

terça-feira, maio 10, 2005

Ficariam tranquilos!!!

A CIG vem de anunciar que declarou a NÓS-UP organizaçom "non-grata" e que decideu prohibir a concorrência desta organizaçom "nas manifestaçons organizadas polo sindicato". Suponho que, no fundo, já estava previsto tomar esta decisom e que só se estava a aguardar o momento mais oportuno. O acontecido em Vigo pinta-lhes umha ocasiom que nom podem desaproveitar, para apagar os elementos incómodos do que o BNG sempre considerou a sua leira particular. Já fixeram algo parecido com a ÁPU. Mas continua a ser muito chamativo que os maus e as más da fita sejam @s militantes e simpatizantes de NÓS-UP, e nom o sub-delegado do governo espanhol na província de Ponte Vedra, nem os responsáveis policiais que estavam alí, na manifestaçom do Primeiro de Maio, ao mando dos agentes que cargarom na Porta do Sol, e que nom haja nem a mais mínima palavra de solidariedade para as pessoas feridas e detidas a causa da brutal actuaçom policial.
Alegam desde o sindicato (...nacionalista?) que para tomar esta decisom tiverom em conta a atitude desrespeitosa de NÓS-UP com a central e o seu papel colaboracionista com o poder na sua campanha contra a CIG. Paranoia pura. Como já tenho dito, a maioria da filiaçom a NÓS-UP que está sindicada pertence à CIG. A quê se referem com isso da atitude desrespeitosa? Se calhar aos centos de incidentes provocados pola própria CIG com os cortejos de NÓS-UP. Incidentes que servirám logo para justificar medidas anti-democráticas como esta. O último incidente ao que assistim foi justamente no Primeiro de Maio, mas na Corunha. As pessoas que levavam a faixa de Galiza Nova acusavam-nos de violar um acordo de ordem dos cortejos na manifestaçom, ao que naturalmente se lhes respondeu que NÓS-UP nom respeita acordos nos que se lhe empece participar, porque tais acordos, como é lógico, para NÓS-UP nom existem. Poido relatar uns quantos incidentes parecidos.
Em qualquer caso, mais umha vez se confirma que a CIG nom pretende ser o sindicato da classe operária galega, ao serviço dos trabalhadores e trabalhadoras, fora de sectarismos; é o braço sindical do BNG, umha organizaçom ao serviço da Espanha, que hoje por hoje centra os seus esforços no reforçamento das instituiçons espanholas na Galiza. Algum dia falaremos por extenso do BNG.

segunda-feira, maio 09, 2005

NÓS-UP apresenta-se às eleiçons

A Direcçom Nacional de NÓS-Unidade Popular, reunida com carácter extrordinário no dia 7 de Maio em Compostela, acordou unanimemente apresentar candidatura própria às Eleiçons autonómicas convocadas para o próximo dia 19 de Junho na Comunidade Autónoma da Galiza.

A decisom, tomada com carácter de urgência, responde à impossibilidade final de apresentarmos umha única candidatura que incluísse o conjunto do soberanismo socialista galego, como era o nosso desejo. Porém, a decisom final da FPG de concorrer em solitário, quando o processo de acordo iniciado no passado mês de Janeiro entre essa força, o PCPG e NÓS-UP se encontrava numha fase já avançada, evitou a que para nós seria sem nengumha dúvida a escolha mais acertada.

Lamentando que a ruptura unilateral por parte da FPG tenha impedido nesta ocasiom dar resposta ao necessário entendimento que a base social independentista e de esquerda reclama, confiamos em que no futuro poda retomar-se o caminho da unidade. Tratando-se de umha necessidade objectiva para a Galiza e o seu povo trabalhador, NÓS-Unidade Popular continuará a trabalhar por torná-la umha realidade mais cedo do que tarde.

Ante umha situaçom que nom é a que a nossa organizaçom preferiria, e reconhecendo portanto a anomalia que supom a inexistência de umha única candidatura soberanista galega e de esquerda, NÓS-Unidade Popular nom pode renunciar a que a sua voz e a sua alternativa de futuro para esta naçom e o seu povo trabalhador estejam presentes na convocatória de Junho. E assim será: NÓS-Unidade Popular fará da próxima campanha eleitoral mais um campo de trabalho para a socializaçom do projecto independentista, socialista e antipatriarcal que representamos, frente ao espanholismo e o capitalismo; mas também como forma de reivindicar o único voto útil, o voto que serve para reivindicar a autodeterminaçom nacional e a luita do povo trabalhador galego no seu longo caminho pola independência e o socialismo.

Direcçom Nacional de NÓS-Unidade Popular
Galiza, 8 de Maio de 2005

quinta-feira, maio 05, 2005

Mentiras

Um méio de comunicaçom pode ser umha extraordinária ferramenta para umha comunidade, ou pode ser umha arma partidarista. As empresas de comunicaçom, naturalmente, tenhem interesses, obedecem a interesses. Nom som equánimes, nem som objectivas. Mas as linhas editoriais podem ser mais sectárias ou menos sectárias. No caso de A Nosa Terra, nom só nom há pudor, é que aliás fai-se alarde de ser um méio fortemente instrumentalizado polo BNG. Bem. Nengum problema. Se El Correo Gallego pode ser do PP, porquê nos vamos escandalizar de que A Nosa Terra seja do BNG. Neste país nom se disimulam as fílias e as fóbias, porquê lhe vamos exigir a A Nosa Terra o que nom se lhe exige a ninguém. O problema de A Nosa Terra nom é que seja do BNG. O verdadeiro problema é o seu desconhecimento das mais elementares normas da ética jornalística. Nom há nem rigor, nem elegáncia...por nom haver, nem haverá ciência. É um jornalismo sectário, mas aliás muito medíocre.
No número desta semana, dedicam-se a insultar à esquerda independentista, a difamá-la. Nom é a primeira vez que o fam. Desta vez tenhem o descaramento de acusar a NÓS-UP de planificar todos os incidentes que acontecerom na manifestaçom do Primeiro de Maio em Vigo...rotura de montras, agressom a um policial municipal...mas é para nom perder-se o relato da carga policial que se deu momentos antes de a convocatória se disolver. Segundo estes génios do jornalismo, que som os rapazes de A Nosa Terra, o grupelho de militantes de NÓS-UP que protagonizou todos estes incidentes, mesturou-se com um grupo de manifestantes formado por famílias predominantemente, e no que abondavam carrinhos de bebé e meninhos de curta idade. Desde alí dedicarom-se a insultar à dotaçom de anti-distúrbios que irrompia na Porta do Sol. Esta provocaçom, originou a brutal carga da polícia espanhola. É dizer; quê malévolos som estes de NÓS-UP que provocam à polícia para que cargue sobre famílias entre as que pode haver crianças e avozinhos.
Estes misseráveis de A Nosa Terra dam-lhe mais umha volta às suas acusaçons taimadas para citar na sua secçom "Aldea Global" umha suposta conversa entre independentistas "no pub A Revolta" (tome-se nota de que nom há tal pub, que é um centro social) no que alguém fai um comentário nestes termos: "A que lhe metimos à CIG", comentário que é celebrado com gargalhadas polo resto do grupo. Esta...seudo-notícia, nom merece credibilidade algumha. É umha mentira que tem como finalidade reforçar a ideia de que "foi NÓS-UP" e que aliás NÓS-UP agiu com umha clara intençom de perjudicar à CIG, já que, segundo eles, NÓS-UP está a desenvolver umha campanha contra a CIG. Bem; esta tese é totalmente falsa porque a CIG é o sindicato onde a maior parte dos filiados e filiadas de NÓS-UP estám associados e associadas, e é também o sindicato de referência para a imensa maioria d@s que nom estám sindicad@s. Quê interesse pode ter para NÓS-UP atacar à CIG? O que sim há é umha campanha da UPG, maioritária no BNG e na CIG, e também nos conselhos de redacçom e administraçom de A Nosa Terra, para expulsar a esquerda independentista da CIG. A negativa dos dirigentes desta central a se solidarizar com determinadas pessoas repressaliadas por incidentes relacionados com greves ou com convocatórias da CIG, só porque estas pertencem ao contorno de NÓS-UP é um indício bem eloqüente. Nom é o único. A manifestaçom da CIG na Corunha nom tivo incidente nengum, mas deu-se umha situaçom que se vem repetindo com freqüência crecente; um conato de enfrentamento com membros de Galiza Nova, ao parecer porque NÓS-UP rompera a ordem pre-acordada entre os diferentes cortejos da manifestaçom. Um acordo do que, por suposto, nom tinha notícia NÓS-UP e que nom respeitou (só faltava). Essa hostilidade gratuita tem a finalidade de fazer entender aos e às independentistas que som intrusos nas convocatórias onde o autonomismo é hegemónico.
Acontece também que as manifestaçons da CIG este ano foram mais pensadas para a foto eleitoral que para o fechamento de fileiras entorno à causa operária. A presença independentista era umha nódoa nessa foto. Ainda por cima, o pior que podia acontecer em Vigo para os interesses bloqueiros, aconteceu. A Anxo Quintana escaralharom-lhe o passeio dominical.

quarta-feira, maio 04, 2005

O alento da besta

A taquicárdia de encontrar os teus olhos de fera
E o teu alento a atravesar o frio
A adrenalina a furar –me o estómago
...e o primeiro golpe
deu no teu capacete
e o segundo na tua face

a manada de raposos foge em retirada
e um bote de fume fixo cantar o ar
a vossa carrinha corre e uiva como um animal ferido

segunda-feira, maio 02, 2005

Repressom policial nos actos do Primeiro de Maio

Ontem na manifestaçom do Primeiro de Maio que a CIG celebrava na cidade de Vigo, durante as intervençons finais antes de dar por finalizado o acto, na Porta do Sol, produziu-se umha brutal intervençom policial na que colaborarom Polícia Nacional e Polícia Local. O balanço final desta agressom à liberdade de expressom e manifestaçom é um número indeterminado de contussionad@s, duas pessoas feridas e três detidas.
Se grave é a agressom perpetrada polas forças repressivas do estado, sinto-me ainda mais agredido na minha condiçom de pessoa livre e inteligente depois de lêr e escuitar algumhas opinions. Passadas a tensom e confusom dos primeiros momentos, realmente indignante me resulta o comprovar como os que se dim representantes legítimos d@s trabalhadores e trabalhadoras perdem por completo os papeis perante a pressom mediático-policial e som incapazes de defender a esses que dim representar.
Nom cabe absolutamente nengum matiz, nem é possível dentro da coerência e a prudência minimamente exigíveis matizar a necessária condena perante a repressom. Carece de fundamento estabelecer categorias entre detid@s, contussionad@s e ferid@s conforme pertencerem a tal ou qual organizaçom. É absolutamente delirante procurar motivos para exprimir umha acçom policial, como se a polícia espanhola precisasse realmente de motivos fundados para exercer a repressom, aliás de que com determinado tipo de argumentos o único que finalmente se consegue é passar polo anel de que aquí tod@s somos polícias, com a única diferência de que uns cobram por sé-lo e outr@s nom. É, aliás, de todo ponto intolerável, que umha organizaçom política apoiante do acto assinale a outra como responsável de determinadas acçons que poderiam ou nom servir para justificar a carga policial que se deu o Primeiro de Maio. Quero dizer que, de nom dar-se tais acçons, alguém pode assegurar que nom haveria essa carga policial? Abondando nesse despropósito, nom faltou quem, desde a cúpula sindical, se recriou com absurdas teorias sobre o papel de provocadores de quem protagonizarom essas acçons directas ou quem inclusso se permitiu fazer recomendaçons à polícia sobre como agir contra a esquerda independentista. Mas solidariedade expressa e inequívoca com aquelas pessoas que foram agredidas ou com as que, ainda a estas horas, estám privadas de liberdade, disso nem umha palavra.
A organizaçom política na que milito mantivo em todo momento a coerência que nestes casos há que ter, nom condenando as acçons que se derom contra algumhas sedes de entidades bancárias. Nom é ético condenar a violência surgida dos sectores mais conscientes do proletariado galego num momento como este, no que o Povo Trabalhador está a sofrer as pancadas mais brutais por parte do capital. Quando dúzias de miles de galegos e galegas estám obrigad@s todos os anos a emigrar, ou quando o setenta e cinco por cento das famílias galegas chegam com dificuldade a final de mês, seria raiar o absurdo levar as maos à cabeça porque arde um caixeiro automático ou rompe umha montra. Há que ter muito clarinhas as proporçons das violências, umhas a respeito das outras.
Quem no dia de ontem condenou, fazendo-o aliás por cima de qualquer oitra consideraçom, a rotura de montras ou a autodefesa que originou lesons a um agente da Polícia Local viguesa e a dia de hoje nom rectificou, ou inclusso continua a elaborar teoria da justificaçom, colocou-se, eu nom sei se definitivamente, num terreno moral que até o momento eu reservava quase em exclussiva aos fascistas.
Pola parte que me toca, umha afectuosa lembrança para o Sérgio, companheiro da UP que ainda permanece detido, e à companheira Sheila, que saiu especialmente mal parada do embate, com umha conmoçom cerebral. A estas duas pessoas, o meu alento em horas difíceis.