terça-feira, junho 28, 2005

Bye, bye ... por enquanto.

Aínda com os votos da emigraçom praticamente contados, o PP nom jogou todas as cartas que pode jogar. O mesmo que acontece com muita freqüência nalgumhas cámaras municipais, bem poderia acontecer no Parlamento Autonómico. Recordam a Paco Vázquez especulando com um possível pacto entre PSOE e umha cisom do PP? Bom, pois há mais umha possibilidade, aínda mais factível. Que seja o PP quem pacte com umha cisom do PSOE. Nom me resultaria estranho ver, dentro de alguns messes, um governo com Fraga de Presidente e José Luis Méndez Romeu de vice. Muito olho. Pensades de verdade que a um indivíduo como Paco Vázquez lhe interessa remover a Fraga? Entom, porquê confiar em que os peons de Paco Vázquez vam estar quietinhos? Nom vam estar... aquí vai haver movida. Lamento nom partilhar o entusiasmo dos que festejam a fim do fraguismo.
E já falaremos dos partícipes do novo governo, que sobre isso também caberiam várias observaçons.

domingo, junho 26, 2005

Uns marcham, outros voltam

Amanhá é o dia D para sabermos o resultado definitivo das eleiçons. Parece que, segundo as leis da estatística, é impossível que os votos da emigraçom provoquem umha viragem tal que o Partido Popular de faga com o escano número 38, o imprescindível para a maioria absoluta. De todos os jeitos, como algum dia exprimirei, o Partido Popular nom jogou ainda todas as suas cartas.
Deixando um pouco de lado a política, este verao despido-me de umha companheira e amiga que estará dous anos nas Canárias, ainda que neste caso nom emigrada, mas estudando. Completará alí os seus estudos de INEF. Vim-na nesta noite de Sam Joam na Praia das Lapas e foi-nos difícil conter a emoçom. A miha querida Marta vai-se-me para as Canárias. Ainda a verei mínimo um par de vezes; em Ferrol a semana que vem, e, naturalmente, o 25 em Compostela. Ainda há pouco eu celebrava a volta de Elvira, e agora tenho que despedir-me da Marta...quê desastre de vida...
falando de re-encontros, o outro dia, a quem encontrei na estaçom de autocarros? Pois nada menos que a Célia. A quem ler este blog nom lhe dirá nada o nome de Célia. Mas Célia era umha rapariga que me escrevia cartas quilométricas, um dia escreveu para me pedir um fanzine (o Falcatruada, hehehehe....velhos tempos...) e a partir de aí estivemos nada menos que sete anos...sete anos!!! a nos escrever. Um dia chamou-me para me dizer que nom me ia escrever mais, que estava ocupada e nom lhe apetecia...e eu sentim certo vértigo. A vida deu umhas quantas voltas, ela que morava em Madrid agora está em Compostela. Levava anos desejando fazer esse cámbio, vir à terra dos seus antergos. E quando nos atopamos, pois nom podemos evitar saudar-nos efusivamente, muito apesar de que tomamos rumbos bastante diferentes e que já nom existe a relaçom intensa que houvo antes. Mas Célia é um episódio da minha vida que nom poido nem quero apagar.
Ontem estivem num interessante recital do Mário Herrero e o Carlos Solla. De Mário Herrero, quê dizer? Genial e mordaz sempre. Com esses poemas carregados de ironia e fatalismo. Por outra banda, os ideogramas de Carlos Solla rezumegavam um humor negro também muito ingenioso. O recital foi no Centro Social A Treu e a iniciativa correu a cárrego dos amigos Joseph Ghanimé e Alberto Naya. Foi agradável partilhar com eles uns longos minutos de poesia, e posterior conversa demorada ao abrigo da acolhedora atmosfera da Repichoca.
E hoje fum ver a exposiçom que a amiga Tareixa Gonçálves Guisám tem instalada no bar El Escondite de Buñuel. Também de algumha maneira foi um re-encontro, porque nom sempre nos vemos com tempo para falar. Estivemos metendo-lhe um repaso à vida cultural corunhesa e despedimo-nos afectuosamente.

sábado, junho 18, 2005

Reflexiona...e vota em conseqüência

Na jornada de reflexiom, pensa se o teu voto útil vai fazer que um tipo como Touriño, que nom sabe falar galego, nem quer aprender, chegue a Presidente da Junta. Há que botá-los...a todos! Vota NÓS-UP. Um voto de esquerdas para a liberdade da Galiza.

(Recebido via SMS)

terça-feira, junho 14, 2005

A camorra de Galiza Nova

Andam os babecas de Paliza Boba a amolar à minha amiga Sabela. A ver quando lhes entra na cabeça que nom é por culpa do blog de Sabela, nem por culpa de nengúm blog, nem por culpa de nengum dos fantasmas que agitam para justificar os seus ódios irracionais que vam perder as eleiçons. Aliás, aos mamalons esses de Paliza Boba, quê lhes importa quê caminhos decida tomar a esquerda independentista, nem no tema eleitoral, nem em nengum outro? Se nom competimos polo mesmo espaço...nós pretendemos chamar ao voto soberanista e eles pretendem ganhar-lhe ao PP e ao PSOE no seu terreno e aliás perdem (claro, como nom). E o que teriam que fazer é preocupar-se de discorrer porquê Quintana vai perder perante dous tecnocratas espanhois medíocres e fracasados como Touriño e Fraga, e nom de forças políticas que tirarám nestas eleiçons mil, dous mil, três mil votos...porque ainda que tiraram vinte mil, nom seria esse o problema. O problema é que o BNG apostou por umha via que está a fracasar.
Por outra banda, a polémica é pola repressom sobre a esquerda independentista. O silêncio do mundo do BNG é muito significativo e a troça com o que o tomam off the record, bastante escandaloso. E, por dizê-lo, bombardeiam o blog de Sabela. Som igualinhos que as juventudes hitlerianas. Em Ponte Vedra, tiverom que levar de óstias para entender que eles nom som os donos de nengumha rua nem de nengumha manifestaçom. A óstias é que entendem. Quê baixo caiu essa organizaçom, assumindo labores para-policiais. Parece que agora também se erigem em inquisiçom internética.
Bom; que vos sente bem a derrota eleitoral. Bem sabedes vós quantos sodes, e sodes bem poucos, e representativos de absolutamente nada. Já se viu, o Dia de las Fuerzas Armadas, o vosso poder de convocatória. A vossa auto-compracência e sectarismo tiverom um justo prémio. Machinhos e machinhas; manifestaçom do manifesto Nom os Queremos e da Assembleia Aberta, seiscentas pessoas. Palhaçada de Galiza Nova, duzentas...ou trescentas, dependendo de a quem se lhe faga caso. De qualquer maneira,umha grande diferença. O trabalho honesto e conseqüente, deu fruto.

sexta-feira, junho 10, 2005

Eleiçons

Venho de repartir programas eleitorais. Um na rua atopa de todo. Atitudes mais compreensivas e menos compreensivas. Atitudes receitivas e atitudes bordes. A rua é complexa e diversa, e parece mentira que a nossa sociedade seja às vezes tam monolítica. Ou dea a sensaçom de sê-lo. Enfim, o que sim é certo é que há pouca margem de maniobra para grupos minoritários, por muito que o de minoritário ou maioritário seja bastante relativo. Por muito que mesmo as três forças políticas maioritárias hoje em dia na Galiza também tiveram no seu dia sido minoritárias. Alianza Popular estivo ao borde da desapariçom há uns vinte anos, o PSOE antes do oitenta e dous na Galiza era umha cousa bastante marginal, e quê dizer do BNG...ainda lembro ao Beiras confinado na sua solidom parlamentar...

Em todo caso, e a pesar de que desta nos vai tocar viver umhas eleiçons tri-polarizadas nas três siglas do arco parlamentar, penso que nom há tardar em chegar o momento dos minoritários. Estas eleiçons, tenho-o comentado com vários amigos, parecem um referendo franquista. Nom há debate ideológico, tudo se reduz a debates tecnocráticos sobre se AVE aquí ou AVE acolá, Porto Exterior em tal ou qual prazo, esta ou a outra proposta de novo estatuto, o PSOE com a sua, o BNG com a sua, e nom tardará em aparecer a do PP. Enfim, que afinal há que votar aos tecnocratas da direita ou aos tecnocratas da esquerda. Uns e outros tenhem as suas respeitivas claques: os de “Lo que diga don Manuel” por um lado, e polo outro os de “Hai que botá-los”. O povo parece que se mete muito nesse papel de aceitar que isso é o que há, e pronto, quê se lhe vai fazer. Possibilismo e política institucional, como únicas vias.

Eu tenho umha particularíssima teoria sobre o que se vai passar, que já lhe expliquei a várias pessoas, a maioria das quais considerarom tal teoria como plausível. Há uns dias dezia o Paco Vázquez que nom trabalhava com a hipótese de o BNG entrar no governo. Falava de que, ao perder o PP a maioria absoluta, este quebraria. E que o PSOE co-governaria com umha cisom do PP. Bom, eu o que penso é que se o PP perde a maioria absoluta...pactuará com umha facçom do PSOE; a liderada por Paco Vázquez. Ou comprará a alguém, como já tenhem feito na política municipal. Os casos de Sada e Sárria estám aí. Isto contei-lho hoje mesmo a umha filiada do BNG, quem me contestou que nom lhe surpreenderia tal maniobra. Dezia que tudo era tam sórdido que desanimava.

E eu digo...pois isso, tanto possibilismo e tanta política institucional para isto. A mim os discursos manejados por uns e por outros parecem-me perigosamente parecidos. A este respeito, há umha caricatura do Siro na Voz de Galicia que lhe fai um tremendo favor à candidata de Esquerda Unida, Yolanda Díaz. Aparecem os três principais candidatos a cantar a trio umha cançom italiana, no entanto aparece a Yolanda Díaz com umha piruleta que pom: “Entramos pola esquerda”. É certo que, postos a reduzir as comparativas entre EU e os três grandes, ela é a única que di cousas com um certo conteúdo. Em todo caso, parece que, por enquanto, os que entendemos o voto como um acto de afirmaçom ideológica nom vamos ter nestas eleiçons a nossa oportunidade.

Alguém dizia no Portal Galego da Língua que o nosso programa era fraco a respeito daquela matéria (a língua) Suponho que a maioria de quem usa o PGL sabe que o programa de NÓS-UP nom é um programa de governo, que nom aspiramos a entrar em Sam Caetano. Da mesma maneira que para nós o debate nom pode ser se o novo estatuto tem que marcar tais ou quais tectos competenciais, porque o estatuto nom é um marco jurídico político válido para nós, ou se o AVE deve ou nom passar por tal sítio, ou se tem que ir a duzentos ou a trescentos, porque nom é o AVE a necessidade prioritária deste país, nem em quê prazo se tem que finalizar a obra do Porto Exterior, porque nom é tampouco umha necessidade real, e porque afinal estamos a falar das necessidades estratégicas do capital...como vamos nós falar do Plan Galicia dentro dos discursos oficiais mediaticamente permitidos, por exemplo? E um longo etcétera...pois também nom tem sentido que falemos de normalizaçom lingüística nos termos que utilizam as forças do sistema. Em todo caso, somos a única força reintegracionista de prática, ainda que a algum lhe dea sarabulho reconhecê-lo. Continuará...

quinta-feira, junho 09, 2005

O retorno de Elvira

Estivem este sábado com Elvira. Foi um prazer imenso percorrer as ruas de umha soleada Ponte Vedra com ela, conversar sobre cousas triviais e nom tam triviais; sobre as eleiçons, sobre o panorama literário, sobre as relaçons humanas, sobre os nossos amigos comuns - nomeadamente o Alberte e a Alízia, naturalmente - e ante tudo, de futuro. Trás o túnel, a perspectiva de um futuro...de um futuro que afrontar com fólegos renovados. Bem vinda, Elvira.

terça-feira, junho 07, 2005

NHU

Hoje em La Voz de Galicia lim a história de umha banda de rock sinfónico galega que arrassa nos leilons da internet. Nem os seus próprios membros podem conseguir os seus vinilos, que se vendem na rede por quantidades que rondam os duzentos euros. Esta banda, esquecida em vida, hoje conhece o sucesso depois de morta. Nascerom no 78, em plena eclossom do punk. Isso do rock progressivo, já era quase umha antigualha. Cantavam em galego, por certo. Nos catálogos gava-se a sua grande qualidade. Acontece que tem que passar o tempo para valorar com justiça cousas que no seu momento se despreçam por puro capricho dos preconceitos. Nom virom um peso no seu dia, e hoje poxam polos discos da sua banda na net, como lhe aconteceu a um ex-membro, e nom conseguem fazer-se com eles. De conhecidos a imprescindíveis. O pior é que na sua terra, apesar de seguramente levar por bandeira o lugar de origem, ninca forom ninguém. Nom ocupam lugar algum nesse olimpo onde há tempo que estám alojados rockeiros como Los Suaves, Siniestro Total e Os Diplomáticos; referentes da cançom ligeira como Xil Rios ou Ana Kiro; ou da música folk e tradicional como Fuxan os Ventos e Milladoiro. Bom, suponho que quando a este ex-membro de NHU lhe ganhou a poxa um coleccionista japonês, no fundo tivo a sensaçom de estar saboreando umha pequena dose de vingança. Ainda bem que, já que La Voz nom os incluiu na sua antologia de música galega com Na Lua, a Orquestra de Cámara da Universidade de Santiago de Compostela e Los Tamara, o mesmo rotativo corunhês se lembrou de dedicar-lhes umha reportagem na contra-capa. Se estes tipos fossem norte-americanos, veriades que aginha lhes re-editavam o infortunado LP, para um par de anos depois voltá-los juntar ou montar umha banda baixo o nome da antiga com um ex-membro da primeira formaçom a liderá-la.

quinta-feira, junho 02, 2005

Inauguraçom de campanha às 0 horas no Campo da Lenha

NÓS-Unidade Popular abrirá a campanha no Campo da Lenha.

NÓS-Unidade Popular inaugurará a campanha eleitoral no Campo da Lenha (Pça da Espanha), à altura do número vinte, onde se procederá à colagem do primeiro cartaz e farám senhas intervençons públicas os candidatos Ramiro Vidal e Gemma Branco.

NÓS-UP apresenta-se pola primeira vez a umhas eleiçons autonómicas, leva desde a sua fundaçom, há quatro anos, trabalhando pola construcçom de um espaço político comum para o soberanismo socialista na Galiza e apresenta-se nas quatro circunscripçons adoptando como eixos centrais do programa os três princípios irrenunciáveis da organizaçom: independência, socialismo e anti-patriarcado.

Ramiro Vidal Alvarinho, responsável comarcal de comunicaçom de NÓS – UP
Tlfn 637242459

Repressom sobre a juventude independentista


www.nosgaliza.org
Quiroga Palácios 42, rés-do-chao, Compostela
nosgalzia@nosgaliza.org
669 778 474


Comunicado Nacional de Imprensa
NÓS-UP solicita a imediata liberdade dos militantes de BRIGA detidos pola Guarda Civil
(Concentraçom em solidariedade com os detidos, às 20.30 no Obelisco da Corunha)

A primeira hora da tarde de hoje fôrom detidos na Corunha Vreixo Formoso Lopes e Afonso Mendes Souto, militantes da organizaçom juvenil da esquerda independentista BRIGA, e filiados de NÓS-UP. Estám acusados de “injúrias” ao exército, por terem participado na acçom que o passado 18 de Maio tentou a pimeira hora da manhá derruvar a estátua de Millán Astray, na praça do mesmo nome, diante do quartel de Atocha.

Estas detençons, a três dias do desfile militar que o exército espanhol realizou na Corunha e da mobilizaçom antimilitarista convocada pola plataforma “Manifesto contra o desfile”, e o dia anterior ao início da campanha eleitoral ao parlamento autonómico, só se podem avaliar como umha provocaçom do Estado espanhol, como umha tentativa de tensionar e introduzir crispaçom social.

Amplos sectores do povo da Corunha, e da Galiza inteira, somos contrários à existência do exército espanhol, e à presença de simbologia fascista e militarista nas ruas e praças do nosso país.

O próprio governo do PSOE vem de aprovar no parlamento espanhol, em Novembro de 2004, umha proposta nom-de-Lei pola que se “insta a impulsionar todas as medidas necessárias para favorecer a desapariçom de símbolos inconstitucionais”.
A detençom de Vreixo e Afonso, -por ter participado numha acçom de denúncia contra o oprovioso símbolo de um dos principais criminais de guerra do exército espanhol: o fundador da “Legión española”-, constata a hipocrisia e o cinismo do governo de Zapatero e do PSOE.

Este é o “cámbio” que promete Tourinho para Galiza. Detençons e repressom de jovens consequentes e decididos a defender umha Galiza sem simbologia franquista, umha sociedade sem estruturas militares. Enquanto os empresários responsáveis de mortes em acidentes laborais seguem na rua, enquanto políticos corruptos seguem impunemente nos seus cargos, enquanto agressores sexuais seguem sem condena, o Estado espanhol opta por reprimir a juventude galega mais combativa, a que defende os ideias de umha verdadeira democracia para o nosso povo e a nossa naçom.


Permanente Nacional de NÓS-UP

Galiza, 1 de Junho de 2005