sexta-feira, abril 27, 2007

O elevador da discórdia

Hoje vejo-me na obriga de fazer referência, já que nom o fixem antes, à ordem emitida desde a Xunta de Galicia a FENOSA para que esta empresa lhe corte o subministro eléctrico ao elevador do Monte de Sam Pedro, na Corunha. Este artilúgio apresenta deficiências técnicas que ponhem em perigo mesmo a vida dos seus utentes. Maravilhoso. Agora resulta que este pretenso prodígio da técnica é um cacharro que se pode converter em qualquer momento numha armadilha mortal. À parte da muita energia que consume (como se estivesse o forno para bolos) e do lógico impacto ambiental que supuxo a sua instalaçom, agora ainda vamos ter que lamentar mortes. Este governo local de irresponsáveis, a saber onde nos leva com as suas arroutadas. Que paguem o importe do trasto e mais a sua reparaçom os membros do grupo de governo! A fim de contas, é um capricho deles com o que ninguém está de acordo. Já podia escaralhar-se com o senhor Losada e o senhor Lareo dentro, mas desta vez, em vez de ficar parado como quando o provou o alcaide, cair.

terça-feira, abril 24, 2007

O desputado voto do parente de América

Quem nom tem um parente na América? E se nom, na diáspora europeia? Quem nom tem esse parente que leva quarenta anos fora da Galiza e que se vem cada quatro anos e de férias, já vem muito por aquí? E verdade que na maioria dos casos vota PP? E verdade que toda a sua família, incluidos os netos, que nem a menor intençom tenhem de aparecer por estes pagos, fam o mesmo, se tiverem a nacionalidade espanhola?
É um problema grave, mas a soluçom é complicada e requere debate. Mais que ser complicada a soluçom, complicada é a postura a tomar desde um ponto de vista galeguista e progressista. A soluçom, é umha questom de vontade política, é questom de que as forças políticas, sobretudo as maioritárias, estejam dispostas ao consenso neste tema. O pior de tudo é que os galegos e as galegas, que somos umha sociedade que sofreu e segue a sofrer o problema da emigraçom no seu seio, nom podemos aplicar umha soluçom própria, temos que esperar a que haja um consenso a nível estatal.
O que está claro é que é totalmente irracional que um senhor que mora na Argentina condicione as eleiçons numha localidade galega. E que nessa mesma localidade galega, outro senhor que nom tem a nacionalidade espanhola mas que é vizinho de alí e trabalha neste país, nom tenha direito a escolher a corporaçom municipal que lhe vai gerir serviços que tenhem tanto a ver com a sua vida quotidiana como as águas, a limpeza e saneamento dos espaços públicos, o urbanismo, a vivenda, a gestom e conservaçom do méio natural....
Se alguém foi honesto sempre na defesa dos direitos civís da emigraçom, foi o nacionalismo. PSOE e PP sempre instrumentalizarom o voto emigrante para fazer "pucherazo" e a fraude e a manipulaçom som manifestas, de domínio público e amplamente demostradas. Umha reivindicaçom histórica do galeguismo, que o nacionalismo moderno conservou, foi a do direito a voto dos emigrantes, de umha maneira muito mais sincera que o espanholismo. Se o espanholismo de verdade quer defender o voto emigrante, que implementem medidas que garantam que esse voto é um acto pessoal, presencial, livre e consciente. Que ponham urnas nos consulados. Assim de singelo. Mas esta feira é inadmissível. Eu penso que o voto emigrante deve existir, mas também penso que se tem que regular. E também penso que nom tem que votar em Castro Caldelas, na Corunha, em Riotorto, em Alhariz...quem nom mora em Castro Caldelas, na Corunha, em Riotorto ou em Alhariz. Penso que o voto emigrante deve existir, mas claro, reivindicando o voto emigrante dentro de outra reivindicaçom mais ampla, que é a da "cidadania", a da nacionalidade Galega. E isso inclui que também poidam votar os e as inmigrantes. Passa por aí o espanholismo? Verdade que nom?
Eu nom renego do parente da América, eu quero que o parente da América vote com garantias e seguindo as mesmas regras do jogo que sigo eu. Que remate já o infame mercadeo este, no que votam os mortos e umha pessoa pode votar por dez ou por um cento. E sobretudo, quero evitar esta vergonha, este espectáculo de trinta pessoas recenseadas num domicílio, e cousas polo estilo. Outra boa medida seria que se decidisse de umha vez quando podem votar exactamente estes filhos e filhas ausentes da Galiza. Desde logo carece do menor sentido que votem numhas eleiçons que, sendo francos, nom lhes afectam (caso das eleiçons locais). Outra cousa é que poidam votar nas "autonómicas"...mas em qualidade de emigrantes, e decidindo um par de deputados especificamente assignados. Isso de que decidam os deputados dentro do território galego...é kafkiano.
Voto emigrante sim, mas como e quando. Sejamos sérios, respeitemo-los a eles e a elas e respeitemo-nos a nós.

quinta-feira, abril 19, 2007

Agressom fascista

Hoje tenho que me fazer eco da condena a umha agressom fascista. Ontem chegava-me um mail, denunciando a brutal agressom por parte de um indivíduo ao ex concelheiro em Vila Garcia Gonzalo Bouza Brey e à sua companheira. O relato da agressom aparecido na imprensa, di-o absolutamente tudo. O comentário de Teo Cardalda, quem difundiu pola rede o aviso aponta à crispaçom política do momento como causa principal deste horrível facto. A mim falta-me um elemento de juízo para poder afirmar o mesmo; nom sei quem é o elemento agressor. Aparece o seu nome completo na notícia de imprensa, mas eu nom sei se este gajo é um velho conhecido dos agredidos, se é um desequilibrado mental, se realmente agiu com umha motivaçom política...ainda que umha cousa sim que vem sendo certa. Há um envalentonamento geral da extrema-direita, percebe-se como umha coesom e umha clareza de objectivos, como se vissem o advenimento de um desenlace desejado e factível num prazo nom demasiado longo de tempo. Em ambientes de pré-involuiçom costuma acontecer que estes animais se sentem como mais legitimados para sair da toba.
Em qualquer caso, eu contribuo para que isto nom fique no silêncio. Esta notícia saiu nas páginas locais; se chega a ser ao revês, se chega a ser um roxo o que lhe dá umha malheira a um facha, isto nom tardava em rular polas agências...va que nom?

terça-feira, abril 17, 2007

As eleiçons autárquicas em Oleiros

Já um vizinho do meu concelho fixera referência a algumha peculiariedade rechamante das que apresenta a cita eleitoral em Oleiros, concretamente falara de umha candidatura que já nom vai poder ser, que já nom se vai poder apresentar sob as siglas que em princípio tinha planeado por nom passar o trámite das sinaturas. Quinhentas sinaturas, é o que lhe exigem as listas independentes em Oleiros para se poder apresentar, o problema é que estas eleiçons venhem desputadas e com overbooking de candidaturas, até seis, sete contando com os momentaneamente excluídos para arredor de trinta mil habitantes. Bem que sentimos no seu momento os que agradecemos algum que outro contraponto humorístico o finalmente impossível concurso das siglas mais originais da história, mas nom tudo está perdido, o espírito de Arrefino pervivirá em PINOL.
Estas eleiçons em Oleiros, avatares humorísticos à parte, som de coitelos afiados, de aí esse inflado casting de siglas. Por um lado está o ataque despiadado do sector da construcçom que exige mais solo para desenvolver a indústria do tijolo. Nom é que se construa pouco em Oleiros, é que querem construir mais e com mais facilidades. Sobretudo estám que lhes arde o cu aqueles aos que nom lhes tocou nengumha parte da torta. Digamos que Oleiros é o bocado delicioso que todos querem catar.
Por outra parte está a descomposiçom de um projecto: o de Alternativa dos Veciños. Sintomático é que, se nas anteriores eleiçons o BNG por primeira vez se apresentava no nosso concelho, trás muitos anos de acordo político com AV, nestas eleiçons seja Esquerda Unida quem se apresente, e isso que havia elementos em AV com certo crédito em EU. De facto Gelo foi em tempos militante do PCG e filiado a CCOO (um destacado activista do Sindicato da Música). As contradicçons começam a pesar demasiado, a política social nom se adequa aos tempos que vive Oleiros e qualquer pacto com AV no sentido de deixar-lhe a estas siglas a representaçom absoluta da esquerda fai-se insustentável. À entrada em cena de EU, há que lhe acrescentar a irrupçom no panorama eleitoral oleirense de Terra Galega (o chiringo de Xoán Gato) e PINOL. Se a primeira lista está formada por rebotados de AV e o PP, a segunda também vai encabeçada por um ex-edil de Alternativa.
Também haveria que salientar a crise permanente do PP em Oleiros, acrescentada pola ainda nom bem fechada crise do PP provincial. É que estes, ou mandam ou estám em crise. Levam demasiados anos já intentando queimar ao Gelo, sem conseguí-lo. E por cima, parece que os inquéritos nom lhes som muito favoráveis desta vez tampouco.
Anda a cousa quentinha, e como mostra dizer que já somos dous os membros da minha família tocados para fazer parte de umha lista. Assim andam as cousas.

domingo, abril 15, 2007

ressaca republicana

Ontem foi 14 de Abril, umha data que para mim tem duas connotaçons diferentes, mas, em certo modo relacionadas. O 14 de Abril, suponho que a maioria dos e das visitantes deste humilde blog saberám que é a data na que se conmemora a proclamaçom da II República espanhola. No 14 de Abril também fai anos a minha amiga Noemí, 34 primaveras tem já ( e nunca melhor dito). Naturalmente, este segundo dado já nem o tinham que saber os e as visitantes. A questom é que Noemí sempre apostilha, quando di a data do seu dia de anos, que ela nasceu no 14 de Abril "o dia da proclamaçom da República". Ontem combinou com um grupo de amigos que lhe felicitarom os anos ao som do Himno de Riego.
Ontem eram muitos os blogs que faziam votos por um sonho, o sonho de nos ver ceives do jugo monárquico, e certamente, ainda que para mim "republicano" é umha etiqueta um bocado delicada de assomir, o que nom poido negar é que, em Espanha ou fora dela, ser súbdito de um rei ou nom sê-lo, nom é o mesmo.
É bastante alarmante comprovar como no mundo, incluída a nossa civilizada e moderna Europa, som ainda muitos os estados que tenhem a monarquia como forma de governo, e mais alarmante ainda é ver como mesmo em estados com umha longa tradiçom republicana resurgem movimentos que reclamam a volta à monarquia.
Eu desde este blog sumo-me às vozes que dim que as monarquias devem desaparecer. Sim. Liberdade, Igualdade e Fraternidade. Entre todos os seres humanos.

quinta-feira, abril 12, 2007

Sobre o termo "libertário"

Estivem a pesquisar sobre o termo "libertário". Foi umha pesquisa interessante e divertida. O primeiro que puidem saber é que existe umha confusom freqüente entre o termo "libertário" e o termo "libertariano". Nom conhecia eu a existência desse segundo termo. Sabia que os diferentes "partidos libertários" que há polo mundo adiante, nom tenhem muito a ver com o anarquismo. Parece ser que o apelido político correcto para estes é precisamente o de "libertarianos", ou seja, estes liberais à ultrança que estám em contra dos impostos, etc.
Dizer, em favor dos mais "espunta-aghulhas", que no diccionário Xerais a definiçom que aparece para "libertário" é: (de liberdade). adx. e. s. Anarquista; partidario da liberdade política absoluta, que non admite o poder dun home sobre outro.
Portanto, em rigor, parece que ganhades os que vos ponhedes mais rígidos na interpretaçom do termo, ainda que eu sempre recordarei aquele verso daquela cançom de Carlos Puebla que aludia ao "brazo libertario" do Ché.

quinta-feira, abril 05, 2007

Continuam as andanças literárias do tangaranho

Minhas donas, meus senhores...venho de receber um aviso do Ateneu Libertário de Vigo, segundo o qual um relato meu será incluído numha escolma realizada com vários textos participantes no I Certame de Relato Curto e Libertário. Um está bastante longe de ser anarquista, o que se passa é que também odeia os sectarismo e acredita no significado amplo das palavras e dos conceitos, além dos corsés impostos polas siglas. Libertário nom significa necessariamente anarquista, isto nom fai falta explicá-lo e, desde logo, a procura da liberdade para mim é umha constante necessária.
Por outra parte, venho de participar na inauguraçom da expocadáver, que organizou o imparável e incombustível Igor. Dizer que Ponferrada é um lugar ao que penso voltar, pola boa acolhida que alí tivemos. Por de pronto, umha pequena mostra de como foi a história.