sábado, dezembro 31, 2005

O lamazento e escuro mundo de trás os barrotes

Desde este blog somamo-nos às vozes que reclamam verdade e justiça para o caso de Diego Viña. Nunca o silêncio perante a brutalidade policial!!!

quinta-feira, dezembro 29, 2005

A derradeira sobre futebol...por agora

O dia D chegou, e fai um tempo de mal raio; a ver se nom desloce muito a festa. Ainda bem que nom vai muito frio...o que nom cesa é a tempestade política; é que o futebol como espectáculo público reporta uns réditos demasiado apetecíveis. E agora que o brinquedo do poder está noutras maos e essas maos o jogam de maneira diferente, as iras prendem nos peitos dos despejados do cadeirom. A última hora sai outra lebre acusadora, lançada desde fileiras "populares": está-se a fazer um uso partidarista do evento. E ponhem como prova o facto de haver convites nos locais de Galiza Nova.

Por partes. Os senhores do Partido Popular seriam inclusso mais burdos na manipulaçom partidarista deste tema, se estivesse nas suas maos e tivessem vontade de fazer algo parecido. O que nom quita de que com o tema das entradas e convites nom houvesse a informaçom e a transparência que se deveria. Dá-me essa sensaçom. Claro que mesmo aí tenhem umha parte de responsabilidade nom pequena os média afins ao PP, que no tema da selecçom claramente se dedicarom a silenciar e deformar. Em todo caso, afortunadamente, houvo entradas para quem as solicitou, o problema foi que provavelmente nom todos os que solicitariam convites se souvessem que podiam e como podiam fazê-lo se inteirassem. Esse é o problema, umha dossificaçom da informaçom que nom favoreceu que certos detalhes rulassem, e, por certo, a sempre arma de duplo gume da combinaçom de convites com entrada de venda livre.

Mas polo demais, o do Partido Popular é veleno de perdedor.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

Mais de futebol

Um dos debates mais freqüentes no mundo do futebol vem sendo o de que até quê ponto é ético mesturar futebol com política. É um debate “políticamente correcto” que nom me interessa o mais mínimo. Nada é alheio à política, o futebol e em geral o mundo do desporto espectáculo tampouco.

Há já anos que estám a voltas os burocratas do Planeta Futebol com o tema de prohibir simbologia anti-constitucional e que incite ao ódio nos estádios, e isto deu para sissudos e apaixonantes debates. Eu nom sei em quê parou o tema, suponho que em nada. Porque ver, seguem-se a ver bandeiras franquistas, cruzes gamadas, bandeiras independentistas... suponho que sobretudo os clubes terám desistido de aplicar a palavra de ordem, por inaplicabilidade técnica, vaia.

O debate tomou um novo pulo com aquele jogador da liga italiana ao que pretendiam sancionar, nom me lembro se desde a UEFA ou desde o Calcio ou desde quê instáncia, por celebrar os golos com o saúdo à romana. Eu o que me pergunto é se de verdade pensam que este gajo vai deixar de ser um fascista porque lhe prohibam manifestar a sua ideologia. Ou se pensam de verdade que vai influir na maneira de pensar dos espectadores. Vaia, os siareiros que se sintam identificados com esse gesto, pois será porque já pensam como pensam. E os que nom, pois nom vam mudar de jeito de pensar, por muito que este tipo aproveite as canchas para fazer propaganda trapalheira do ideário do Duce.

Suponho que o problema é o temor que a circulaçom de determinada mercadoria ideológica subscita a respeito da mocidade e da infáncia. Mas a mocidade e a infáncia estám expostas a essa mercadoria em miles de ámbitos, nom apenas na cancha de futebol.

Ao melhor o que se passa é que temos ao mundo do desporto idealizado e inclusso ainda erroneamente equiparamos ao futebol com outros desportos e pensamos que deve transmitir esses valores olímpicos nos que na realidade ninguém acredita. O futebol é cada dia mais espectáculo e cada dia menos desporto também. E isso de que os futebolistas se metam em política, também nom é demasiado novo.

Pelé foi ministro com o anterior Presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. Maradona tem feito campanha por Ménem e nom oculta a sua simpatia por Bin Laden e Fidel Castro. De Butragueño se di que tem simpatias de extrema direita. O Raul nom oculta também que é bastante facha. Guardiola é independentista catalám. Nacho é independentista galego e foi amigo pessoal do falecido membro do Exército Guerrilheiro Ramom Pinheiro “Tupa” (o de “Tupa” vinha-lhe aliás por umha anterior militáncia nos “tupamaros”) Arkonada foi concelheiro de Herri Batasuna no seu povo e Iríbar foi delegado sindical de LAB na construcçom. Vicente, um histórico do Celta, também tem ajudado a umha candidatura independente nas municipais do seu povo natal. O genial Sócrates, tivo problemas no Mundial de 86 polas suas famosas fitas na cabeça a rezar consignas políticas. Suponho que nom fará falta que continue.

Os futebolistas som pessoas. Podem ser muito de direitas ou muito de esquerdas, igual que podem ser muito boas pessoas ou autênticos malvados. Também podem ser muito parvos ou muito inteligentes. Som como o resto dos mortais, com um factor a relativizar essa igualdade: som milionários, claro. É o único que os fai “melhores”. O que há é que quitar da cabeça que tenhem que ser um modelo para ninguém. Porquê o tenhem que ser eles e nom os actores de cinema ou os músicos. Todos sabemos que mesmo músicos que dirigem a sua obra a público adolescente som bastante disipados em questom de drogas, por exemplo. Enfim, menos moralismo e mais cultura, que isso é o que verdadeiramente falha. Se os jovens lem mais e diversificam mais o seu ócio, serám mais independentes e o único caso que lhe farám aos futebolistas é o que lhe queiram fazer.

domingo, dezembro 25, 2005

Já fica menos

Admitem-se apostas, porque o dia já se achega. O quê acontecerá? O que já é um sucesso para quem apostou por este evento, é que as entradas se estejam a esgotar a umha velocidade com a que ninguém contava. Encherá-se Sam Láçaro? Tudo aponta a que sim.Pois esse jogo já está ganhado, portanto.Depois, a batalha que se vaia librar na cancha, é outra cousa. O que sim é certo é que se estám a ver as cambadelas de umha maneira até insultantemente clara. Os jogadores do Madrid nom venhem. Quê puta casualidade. Porque é umha casualidade, eh? Enfim. O melhor de tudo é comprovar que se marcha, embora as maniobras espúreas de alguns. Para adiante é a única direcçom. Já gostava de que estivesse claro em todo momento para todos, ainda que nom todos o tiverom claro sempre.

quarta-feira, dezembro 21, 2005

Evo

Dim que é amigo de Fidel e de Hugo Chávez. As multinacionais estám a cair em bolsa. Temem polos seus até o de agora intocáveis interesses em Bolívia. Pois eu espero que tenham razom em temer. Que esses temores sejam fundados e que acabe o expólio descarado. Que já está bem de que este filme acabe sempre igual.

quinta-feira, dezembro 15, 2005

Contra a simbologia fascista

Simbologia fascista fora da Corunha

Este ano cumprirom-se vinte e sete anos da Constituiçom Espanhola, vinte e cinco do Estatuto de Autonomia e trinta da morte do ditador Francisco Franco. Fomos bombardeados com infinidade de propaganda institucional e quilométricos rios de tinta mediática reforçando o discurso oficial segundo o qual o franquismo é umha cousa que fica muito longe, a situaçom política mudou muito, o sistema actual nada tem a ver com o “antigo regime”, etc.

A realidade desmente tanta pomposa autocomprazência e, trinta anos depois da morte do genocida, ainda nalgumhas cidades e vilas galegas temos exemplos de simbologia fascista que resiste como homenagem extemporánea e macabra a Franco e aos alçados em 36, as suas gestas bélicas, os seus heróis e mártires, assim como também continuam em exposiçom pública vestígios da administraçom franquista, tais como as placas com o jugo e as frechas (símbolo da sanguinária Falange) na porta de vivendas de protecçom oficial, por exemplo.

Tristemente, A Corunha é o concelho galego com maior número de ruas dedicadas a persoeiros do franquismo. Também encabeça esse deshonroso ranking a nível estatal. @s corunheses e corunhesas temos que aguentar a vergonha de ter que explicar às pessoas que visitam a nossa cidade porquê três décadas depois há um “Viaducto del Generalísimo” umha “Plaza de Millán Astray” ou umha “Calle División Azul”.

NÓS-Unidade Popular está a desenvolver umha intensa campanha em toda Galiza para reivindicar a retirada de toda a simbologia fascista das nossas ruas, praças e espaços públicos. Reivindicamos isto por higiene, já que resulta absolutamente estridente que umha sociedade democrática tenha que tolerar simbologia de um regime que se considera oficialmente finiquitado e que, por cima, se instaurou “manu militari”, contra a vontade do povo galego e em rebeldia contra a legalidade republicana. Por justiça, porque som as vítimas do franquismo, aquelas pessoas que forom encarceradas, repressaliadas, fuziladas ou passeadas por defender ideias galeguistas ou de esquerda as que devem ser desagraviadas e homenageadas. E também por dignidade democrática, porque é intolerável que grupos de pressom reaccionários imponham à maioria da populaçom a permanência desta simbologia. O discurso e a parafernália do “Glorioso Alzamiento” tenhem que acabar no faiado da história, nom podem ter cabimento num verdadeiro contexto democrático.

É umha verdadeira armadilha moral apelar à toleráncia para justificar a continuidade desta simbologia na exposiçom pública. Toleráncia é respeitar ideias e plantejamentos políticos diferentes e disso nom podem dar liçons os que intentam burlar o passo da história empecendo a retirada de monumentos e placas fascistas. Também é mentira que quem defendemos a retirada da simbologia fascista dos lugares públicos pretendamos apagar Franco da história. Antes ao contrário, somos @s
primeir@s partidári@s de investigar sobre a guerra civil espanhola e o franquismo, que se conheçam todos os detalhes da repressom e a sua verdadeira dimensom. Som entidades como a Fundación Francisco Franco e similares as que armazenam quantidades ingentes de material histórico ao que ninguém tem accesso as que empecem que o franquismo seja investigado, que se conheça a identidade dos carrascos e a sorte das vítimas. E, por cima, recebem subsídios multi-milionários das instituiçons públicas.

Gemma Branco,
Responsável Comarcal de NÓS-UP na Corunha

segunda-feira, dezembro 12, 2005

Debate político, por suposto.

Voltamos ver nos foros da internet a intromissom dos detractores da selecçom galega insistindo com os seus pobres argumentos contra a celebraçom do jogo do dia 29 em Sam Láçaro. Que se nom há jogadores, que se ridículo cantado, que se nom sei o quê mais por diante. É um absurdo que parece incrível que siga dando discusom nesta altura. Digo eu que, quem nom seja partidário da selecçom galega e pense que a experiência vai ser um fracasso, o lógico é que deixe correr o assunto e que quem tenha feito esta aposta se esnafre. A mim particularmente dá-me igual se há jogadores de qualidade ou nom os há – o que sim que há é jogadores dispostos a jogar, e se nom é na primeira divisom é noutras categorias – e também me dá igual se a selecçom galega no jogo do dia 29 contra Uruguai ganha ou perde por goleada. E aliás os detractores da selecçom estám introduzindo argumentos que nom som o debate real. O debate real é político, o que se passa é que se os que por motivos políticos estám em contra da selecçom galega manifestam publicamente as suas verdadeiras razons para manter a postura que mantenhem, perdem o debate. Porque entom vam ter que explicar porquê apoiam em Andalucia ou Cantábria o que aquí rejeitam.

Eu penso que a selecçom galega o 29 até pode ganhar, mas isso nom é o problema. O problema é que igual que durante a era Fraga nom havia selecçom galega por motivos puramente políticos, hoje há selecçom galega também por motivos políticos. Isso sabem-no perfeitamente os que agora andam a envenenar e desacreditar. Sabem o que significa um estádio cheio com 15.000 pessoas a cantar o hino galego, ondeando bandeiras galegas, animando a selecçom galega...e sem a presença da bandeira espanhola por nengumha parte. Até será mais fácil ver umha bandeira portuguesa que umha espanhola. Esse é o verdadeiro problema. O espanholismo vê na celebraçom desse jogo umha manifestaçom nacionalista subvencionada. Pois em certa maneira, nom se pode negar que será assim, o que se passa é que a mim particularmente me dá igual, porque o que tampouco se pode negar é que quem mais instrumentaliza actos públicos para fins partidistas neste país é o PP. Assim que, como ninguém está nesse sentido livre de pecado, nom me parece tam grave que agora se celebre um acto com dinheiro e recursos públicos, ainda que esse acto só satisfaga a um sector muito concreto da populaçom.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

A Galiza irredenta e a álgebra constitucional

Há escándalo em méios políticos e institucionais das vizinhas comunidades de Castilla y León e Astúrias, porque a proposta de Estatuto de Autonomia que o BNG vai apresentar no parlamento galego abre a possibilidade de que concelhos de comarcas limítrofes com Galiza e de fala galega se anexionem à Comunidade Autónoma Galega. Haveria que saber a quê vem tanto rebúmbio.

O Partido Popular e o PSOE nom podem negar o evidente; que a divisom territorial e administrativa do estado nom se fixo contemplando a realidade lingüístico-cultural de cada território, mas atendendo a outro tipo de interesses. O que resulta inadmissível é que nesta altura ainda tenhamos que discutir se se fala galego em Ponte de Domingo Flores ou na Veiga do Eu, ou nom. No caso de Astúrias o espanholismo disfarçado de asturianismo, chega a o pôr em causa de maneira escandalosa. Inventam umha língua inexistente, chamada “fala”, substentam um artificioso movimento associativo entorno à pretensa defesa dessa “fala” e, em definitivo, no nome de umha irreal defesa do próprio o que fam é trabalhar em contra da língua galega e, o que é pior, em contra dos direitos dos e das galego-falantes nessa zona que empregam a nossa língua de maneira consciente, que som os realmente interessados em conservar algumha cousa...os outros, os da “fala”, tenhem como verdadeira aposta o espanhol.

Claramente as autoridades de umha e outra comunidade (Astúrias e Castilla y León) vam fazer o possível por frenar qualquer avanço no sentido da normalizaçom do galego nas zonas galego-falantes baixo administraçom ovetense ou vallisoletana respeitivamente, e, naturalmente, no sentido de que determinados concelhos poidam decidir cambiar o eixo vetustiano ou pucelano polo compostelano se o consideram oportuno. E também as duas maiores estruturas partidárias do estado, PSOE e PP.

Aplicando a anti-democrática Carta Magna espanhola, nom o vam ter nada difícil, porque o que tem de contraditório na letra a lei de leis do estado espanhol, tem-no de inequívoco na música. A partitura nom deixa margem para a criatividade. O único sujeito de direito político é o povo espanhol, a efeitos políticos nom existe povo galego, portanto a realidade de continuums lingüísticos e culturais dentro da península além do corsé das fronteiras administrativas é um “disparate”, com o que Ponferrada nom pode considerar-se galega, nom pode ver-se mais noutra realidade que na que lhe concedem.

Mas o estado espanhol pode pagar um preço histórico muito caro se os partidos do sistema continuam pola via de só aceitar o raquítico marco da sua constituiçom como margem para qualquer soluçom política. Nom sei para quê o advirto.

quarta-feira, dezembro 07, 2005

Venho de conhecer que a ONG Amnistia Internacional desvelou que 800 voos da CIA (suponho que aproximadamente) passarom por Europa para deslocar detidos desde o continente americano até centros de reclusom pertencentes a este serviço de inteligência sediados no Leste do nosso continente ou nalgum lugar indeterminado de Ásia. Interessante dado, mesmo diria que inquietante, se nom fosse que sei desde há anos quê papel jogam os USA nesta fita. Dar, dá medo pensá-lo, se um para um momentinho a o pensar, tendo em conta que nom está no bando dos bons na história oficial, essa que escrevem os vencedores. No meu país, há neste momento dezasete pessoas em espera de juízo por associaçom ilícita, é dizer, dezasete futuros presos políticos a nom ser que o aparelho da justiça espanhola funcione desta vez para fazer justiça e nom para fabricar culpáveis como acontece muitas vezes. E outras duas pessoas que estám já no caldeiro e cujo futuro está também condicionado a questons nom estritamente relacionadas com o ámbito legal; som já presos políticos, porque estám à mercé do que aconteza no taboleiro da política e isso ninguém o pode negar. E estamos numha nova ordem mundial onde o perigo número um deixou de ser o capitulado bloco soviético para ser o que genericamente se dá em chamar “terrorismo”. Aí cabe desde umha parte do movimento antiglobalizaçom até movimentos de libertaçom nacional, passando polo fundamentelismo islámico. O quê acontecerá num futuro próximo na Europa, sabendo que nalgum lugar do nosso continente há um Guantánamo ou um Abujarib? Onde forom apanhados os indivíduos que forom conduzidos lá?

Estamos ameaçados. Há umha corrente mundial de pensamento que se activou para fazer do nosso planeta um macro-cárcere, no que qualquer pessoa pode ser detida em qualquer momento, suspensa dos seus direitos, e submetida a um cativério em quem sabe quê condiçons. E esses estados que se proclamam de direito, vam inibir-se da sua potestade para reclamar os seus cidadaos, por nom dizer que haverá umha connivência descarada. Olho, porque muitos presos anti-franquistas acabarom em campos de concentraçom nazis, sem terem combatido na II Guerra Mundial. E o que queira entender, realmente estará a entender.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

Política inteligente ou repressom obtusa

É bastante estúpido pretender a acossa mediática, judiciária ou política de umha organizaçom por defender postulados “inconstitucionais”. Digo-o porque os partidos do sistema tendem ultimamente a se refugiarem na Constituiçom espanhola para fechar-se a soluçons políticas ou simplesmente para furtar debates. O do Partido Popular com a qüestom nacional é paradigmático. Nom é plantejável no jogo democrático o direito à autodeterminaçom porque nom é um direito recolhido na Constituiçom, e pronto.

O direito à autodeterminaçom está recolhido no direito internacional, que digo eu que estará por cima da Constituiçom espanhola, porque se nom é assim, para quê fai parte o estado espanhol das estruturas supranacionais. O que nom se pode é tratar de resolver um problema real, que é o nacional, pola via judiciário-policial. E menos ainda chegar a níveis de ridiculez tal como quem pretende criminalizar o uso demasiado flexível da semántica. Esse uso perverso que interpreta que “nacionalidade histórica” é um eufemismo de “naçom”. A maioria dos cataláns opinam que Catalunya é umha naçom. Quê fazemos? Há que os meter a todos na cadeia? Ou haverá que escuitar aos cataláns?

É inadmissível a perseguiçom e ilegalizaçom de indivíduos, colectivos, ou ideias. A Lei de Partidos conculca todas as fontes de direito. Que um partido político defenda postulados “fora da Constituiçom” nom pode ser argumento para expulsá-lo do jogo democrático e empecer-lhe convocar actos públicos, manifestar-se, organizar comícios...

É certo que proclamar a independência de qualquer território do estado espanhol é anticonstitucional. Isso nom legitima prohibir a difusom de ideias favoráveis à independência de Catalunya ou de quem seja. Outra cousa é que se opine que estas ideias tenhem mais ou menos fundamento histórico ou som mais ou menos desejáveis. Mas isso som opinions.

A questom é que os independentistas galegos, cataláns, bascos, canários, ou de onde forem, nom som os únicos que defendem cousas “fora da constituiçom”. Se ser independentista é anticonstitucional, ser republicano, por exemplo, é anticonstitucional, porque se a Constituiçom estabelece que Espanha é umha monarquia, entom o único que nom iria contra a Constituiçom seria ser monárquico. Ser comunista ou anarquista é anticonstitucional, porque a Constituiçom espanhola estabelece que o sistema económico no estado espanhol é a economia de mercado. Duvido que numha economia de mercado se poida chegar ao ideal de umha sociedade sem classes. Ser okupa é anticonstitucional, porque se se defende a propriedade privada como um direito inalienável, um movimento que tem a expropriaçom como parte central da sua praxe, por força tem que ser anticonstitucional. Ser franquista é anticonstitucional, porque se o ideal de estado que defendem os nostálgicos de Franco é o estado corporativo, regido por umha democracia orgánica, isso nada tem a ver com as instituiçons e com o funcionamento do sistema actual. Ser názi é anticonstitucional, porque se
tod@s somos iguais e nom cabem descriminaçons em razom de característica algumha do indivíduo, digo eu que quem defende que há razas, povos, indivíduos superiores e inferiores, estará fora da Constituiçom. Entom, mesmo partidos do sistema incorrem em claras ilegalidades na sua actividade pública, segundo esta lógica.

Nom é admissível desde óptica nengumha pretender resolver conflitos políticos pola via penal, e menos ditando leis com destinatários concretos, como a Lei de Partidos. O que tem que haver é umha soluçom política e essa soluçom já nom se pode dar no marco da Constituiçom espanhola.