segunda-feira, março 31, 2008

Mais sobre autodeterminaçom

Dezia o outro dia que os processos secessionistas na Europa do Leste ou os que se estám a dar agora na Ásia, concretamente na China com as próximas independências do Tíbet e Taiwan forom processos claramente aguilhoados desde o imperialismo ianque, por muito que detrás houvesse reclamaçons justas. Naturalmente, nada pode justificar a repressom cultural, lingüística ou religiosa. Mas sim que cumpre assinalar como estes processos de secessom se dam com todas as bençons do "mundo livre", enquanto se demonizam as aspiraçons de autodeterminaçom de povos com umha longa tradiçom de reivindicaçom nacional, como o basco, o irlandês (pode haver autodeterminaçom real sem a integridade territorial?) ou o corso.

Um caso que saltou à palestra foi o da Escócia, com a vitória eleitoral do Scottish National Party nas últimas eleiçons regionais. O SNP é umha força social-democrata, sem grandes aspiraçons de transformaçom social ou económica. Nom pretendem agredir a estrutura de classes da Escócia, nom pretendem sustrair o seu país da ordem económica mundial; de facto som europeistas e pretendem que Escócia seja mais um estado da UE. Ainda assim, duvido muito que nem a UE nem os USA vaiam permitir nunca isso.

Se isto é assim, podemos quase intuir que muito menos vam permitir nunca que saiam adiante processos liderados por forças revolucionárias. Polo menos, nom de bom grao. E todos conhecemos o estado de excepçom que se está a viver em Euskal Herria; seria este o cenário que teriamos se o protagonismo da esquerda abertzale nom fora o que é?

Na Galiza souvemos há uns dias da filtraçom ao MpDC de informes da Guardia Civil sobre os movimentos sociais no país. Isto tem muito a ver com a detecçom, por parte do aparelho repressivo do estado, de umha reorganizaçom da esquerda galega e dos movimentos sociais, fora das siglas tradicionais. Durante os anos oitenta e noventa o referente de nacionalismo galego, e mesmo de esquerda anti-capitalista, era o BNG. Agora já nom está a ser assim, primeiro pola evidente direitizaçom do Bloque, e segundo porque estám a surgir continuamente tentativas de confluência a diferentes níveis da esquerda soberanista galega. Causa Galiza nom é o único sintoma de que algo se move nesse espaço político, mas sim é a mostra mais plural. Galiza Nom se Vende, é também umha mostra de que os movimentos sociais estám a cobrar umha nova força, fora da tutela da esquerda hegemónica. Ao estado causa-lhe tudo isso certo temor.

Em qualquer caso, o que a Europa rica nom pode evitar é que povos com umha tradiçom de luita nacional innegável comecem a perguntar-se porquê é apoiável sem absolutamente nengumha condiçom a autodeterminaçom do Tíbet e a eles se lhes risca de pretender algo extemporáneo no mundo actual. Do ponto de vista do ideário puramente liberal, a autodeterminaçom é um acto democrático totalmente legítimo. A Europa dos estados e o capital esquece-se disto quando o exercício da autodeterminaçom afecta aos seus interesses estratégicos. A gente, os povos, nom importam.

Neste sentido, nom poido compreender a postura dos PC's clássicos e de umha boa parte da esquerda europeia, absolutamente impermeável a esta questom. Pode-se atacar ao coraçom do imperialismo sem questionar a sua soberania sobre territórios de naçons sem estado que mantenhem vivas as suas demandas de autodeterminaçom? Nengumha proposta anti-imperialista e anti-capitalista pode triunfar no continente se nom assome a autodeterminaçom como umha reivindicaçom já nom legítima, mas própria.

Na Galiza, de nengumha maneira se pode construir umha opçom de esquerdas acreditável sem levar o direito de autodeterminaçom por diante. A traiçom histórica da esquerda espanhola a Galiza segue viva na memória da militança revolucionária e a submissom das siglas espanholas do movimento operário a interesses alheios e às vezes encontrados com o do proletariado galego pom-se de manifesto continuamente, e quem duvidar remita-se aos últimos grandes conflitos laborais no nosso país. Escassa credibilidade tenhem o PCE e outras siglas espanholas na nossa naçom.

O Século XXI tem que ser o dos povos oprimidos. Eles tenhem que estar presentes no resurgir da esquerda europeia e mundial.

Provavelmente fico sem dizer muitas outras cousas que poderia dizer, mas deixo que vós aportedes e debatades.

sábado, março 29, 2008

MLNG?


Já faláramos aquí do "derroche de imaginaçom" que desprendiam os informes da Guardia Civil sobre tudo aquilo que se move fora dos parámetros de Gayoso e Piñeiro na Galiza. Mas aquí tendes a demostraçom. Pensando bem, andam bastante despistados. Pensando mal, isto está calculado até extremos diabólicos.

quinta-feira, março 27, 2008

À caça do GZ


Se levas um "GZ" no carro, deves saber que estás no alvo da Guardia Civil. Parece que voltamos aos anos setenta, quando os "guardinhas" disuadiam aos motoristas galegos de atravesar a fronteira lusa com os por aquele entom muito populares colantes do "G", em aras de evitar um pretenso "conflito internacional". Em todo caso, nom é esta a única medida que se vai tomar, por parte do corpo militar espanhol. Parece que este corpo repressivo vai extremar o seguimento sobre os movimentos sociais galegos, já que em palestras de formaçom oferecidas a agentes da GC se alertou aos ouvintes do "segundo maior problema de terrorismo em Espanha", que segundo eles é o MLNG. Mas, baixo estas siglas, também segundo eles, cabem umha cheia de entidades; desde clubes desportivos até partidos políticos. Enfim, que olho com os senhores de verde.

segunda-feira, março 24, 2008

Reflexions (mais ou menos) espontáneas sobre a autoderminaçom

Acho que vem bastante a conto falarmos sobre o direito de autodeterminaçom, hoje, que temos sobre a mesa processos bem díspares, mas que tenhem na sua centralidade a questom nacional. Alguns, de umha perspectiva progressista, nom resulta conflitivo tomar possiçom: falo do caso de Palestina ou o Curdistám, por exemplo. Há outros cuja assunçom é mais conflitiva, pola tradiçom reaccionária dos movimentos que os lideram ou pola intencionalidade geo-política que encerra o seu avivamento e apoio por parte do imperialismo. Nom é difícil de compreender que falo de Cosova ou o Tíbet. Tudo isto, no marco de umha crise nacional-identitária do estado espanhol e de um futurível recrudescimento da contradicçom nacional na Europa ocidental. Euskal Herria, Córcega, Escócia, chamam à porta. Na minha opiniom, nom sem razom.

Que Turquia e Israel som avançadilhas do imperialismo ianque no Oriente Meio, nom é secreto para ninguém. Que recursos estratégicos como a água e os hidro-carburos tenhem um peso evidente que empece umha soluçom para estes conflitos, é tam óbvio que daria vergonha pô-lo em causa. A questom geo-estratégica também está aí.

A situaçom tanto no caso curdo como no caso palestiniano de negaçom dos direitos humanos, civís e políticos é tam clara, que seria inmoral nom apoiar as aspiraçons de autodeterminaçom destes povos. Mesmo que os processos nom estivessem liderados por organizaçons progressistas. De facto, Hamás nom tem nada a ver com a minha forma de entender o mundo, nom é nem muitíssimo menos umha organizaçom de esquerdas...e ainda assim, eu confesso que aplaudim quando derrubarom o muro de Gaza (e quem nom?)

A questom é: quê postura tomar perante processos que forom no seu dia aguilhoados para derrubar ao inimigo geopolítico do imperialismo ianque, ao socialismo, ou que se acentuam agora como conseqüência da derrota do socialismo. Para a esquerda é verdadeiramente complexo tomar possiçom.

O Tíbet era um estado teocrático e feudal antes da Revoluçom Cultural. Polo que tenho lido, fai parte da China desde o S.VII, ou seja, nom é que "o perverso comunismo" entrara no Tíbet para exterminar ao povo tibetano. A hierarquia tibetana tem umha longa tradiçom de aliança com os emperadores chineses, o problema veu quando a Revoluçom Cultural lhe arrebatou o poder e os privilégios a essa hierarquia, a hierarquia à que pertence o Dalai Lama. Polo que puidem lêr até o de agora, também, aquele regime feudal e teocrático de antes da Revoluçom, era de autêntico terror. As pessoas eram mercadorias, moeda de troco entre os senhores feudais. Compravam-se, vendiam-se, intercambiavam-se. Nos mercados compravam-se e vendiam-se crianças. Os servos eram submetidos a horrendas puniçons; mutilaçons, espancamentos...nom havia nem sombra de respeito pola dignidade humana para os servos, que eram o 95% da populaçom.

A Revoluçom Cultural trouxo para o povo tibetano progressos sociais inquestionáveis, como a sanidade gratuita e universal, a escolarizaçom obrigatória, e, fundamentalmente, o fim do escravagismo. O que se denuncia por parte dos defensores da "causa tibetana" é que China repreme a religiom budista (que, devemos entender, é um ámbito de resistência da identidade tibetana) e a cultura do povo tibetano, incluida a língua.

Conhecido é que há muito tempo que a China abandonou a senda do socialismo. Tampouco é que a Revoluçom Cultural tivera nunca muitas contemplaçons com a maranha de etnias, línguas e culturas que povoam o território do actual estado chinês. Verdadeiramente, penso que repremer culturas e línguas nom é de nengum jeito avançar cara o progresso. No tocante à religiom, é claro que som partidário de que vivamos em sociedades laicas regidas por instituiçons laicas. Outra cousa bem diferente é que pense que para caminharmos cara essa sociedade laica pense que há que repremer nos colectivos ou nos indivíduos qualquer manifestaçom de crença religiosa ou a celebraçom pública de cultos religiosos. Esse provavelmente foi um erro que a China acabará pagando; na História os erros pagam-se caros e, para dúvidas, o espelho da URSS.

Outra questom que está a irromper no debate é a brutalidade da repressom contra o levantamento tibetano destes dias. Umha brutalidade que se presupom polo que nos contam, mas da que nom há prova gráfica convincente. Nas manifestaçons da "revolta das cuncas viradas" em Birmánia, acabou havendo provas gráficas de que, com efeito, se espancava até a morte aos manifestantes, ou se disparava a dar contra a massa. Aquí nom. Aquí repetem-se imagens de dotaçons policiais utilizando cans contra os manifestantes, ou utilizando porras, detendo massivamente e, de quando em vez, algum tibetano com a cabeça aberta a golpes. Nom digo que seja justificável ou que nom seja brutal, o caso é que isto também o vejo aquí, com o que , ainda que com efeito é brutal, de extraordinário nom tem nada. As imagens de violência que mais se repetem, som mais bem de tibetanos agredindo a viandantes presumivelmente de etnia chinesa (detalhe que nom se especifica, porque obviamente nom é demasiado favorável às pretensamente vítimas nesta estória)

Todas estas reflexions fago-as deixando claro que nom me inspira nengumha simpatia o regime chinês, que para mim nom tem nada a ver com o socialismo. Tendo em conta que nom tudo valee que há que respeitar ao povo tibetano e a qualquer povo. Mas também manifestando que, polo menos para mim, há cousas aquí que cheiram.

A questom de Cosova leva-se chocando desde que a CIA começou a aplicar o seu plano especial para a Iugoslávia. Iugoslávia nom pertencia nem ao COMECOM nem ao Pacto de Varsóvia. Nom pertencia, portanto, ao bloco prosoviético. Em qualquer caso, a questom nacional começou a manifestar-se já a meados dos oitenta (polo menos, polo que me permite recordar a minha memória) na Iugoslávia, e foi a frente que esnaquiçou Iugoslávia de facto: primeiro forom Croácia e Eslovénia, e depois o resto. A questom é que antes de existir Iugoslávia, Cosova já pertencia a Sérbia. A presença dos sérbios em Cosova é já mais do que milenária.

Os sérbios reivindicam a sua luita na libertaçom de Cosova frente aos turcos. A comunidade albanesa aspira, teoricamente a umha fussom com Albánia. Em qualquer caso, trata-se de umha convivência conflitiva entre duas comunidades que levam longo tempo aló. E nom se pode negar que a UÇK cometeu bastantes crimes no seu dia contra a populaçom sérbia e outros grupos étnicos, como macedónios ou ciganos.

A questom é se o novo marco jurídico-político vai garantir minimamente os direitos de todos ou nom. Porque haveria um segundo interrogante que nom é tal. É óbvio o que vai passar-se com Cosova; será um enclave da NATO sem lugar a nengumha dúvida. O que nom benefícia nada ao resto dos povos da Europa.

No meio, estám os conflitos nacionais da Europa ocidental. É lógico que os bascos, os escoceses, os corsos digam...e porquê nós nom?

...continuará.

sábado, março 22, 2008

Iraque, 5 anos depois


Nestes dias cumprirom-se cinco anos do começo da guerra do Iraque. Estamos tam metidos nas nossas dinámicas e ritmos e tempos... que o dia passou sem que nos déssemos conta. Dim que o povo norte-americano começa a estar farto de ver que os seus soldados voltam em caixas de madeira. Dim também que Bush está convencido da vitória, apesar de que o Iraque continua sendo um caos e há actos de violência todos os dias. Há um governo títere sem autoridade e focos de resistência por todo o país. Também há actos de protesto em todo o mundo, comemorando o começo da invasom; também nos USA. Aquí colherom a contrapé, por completo. Estávamos metidos de cheio no circo eleitoral. Desde aquí lançamos o nosso berro individual e solidário, neste aniversário esquecido :

NOM MAIS SANGUE POR PETRÓLEO!!! FORA IANQUES DO IRAQUE!!!


sexta-feira, março 21, 2008

John Balan, o vaqueiro do Seixo


John Balan dixo adeus ao mundo ontem em Ponte Vedra. Estava enfermo e roto, afastado dos cenários, acabando os seus dias num asilo de idosos. Ninguém lhe tirava música às portas como ele, nem fabulava e interpretava como ele.

Quem era realmente John Balan? Era um freakie ou um génio incompreendido? Quando a loucura se convirte numha estranha genialidade, as fronteiras entre o original e o estrafalário diluem-se...

O vaqueiro do Seixo já cavalga na sua derradeira viagem cara o solpor. Boa viagem e boa sorte, John Balan...










terça-feira, março 18, 2008

Violência machista

Este impressionante vídeo, que denúncia a violência machista, impactou-me pola sua crueldade. Umha crueldade sutil, mas verdadeiramente ferinte. Umha curta magistral, que nos alerta do muito dano cultural e moral que pode infgringir-nos a violência contra as mulheres, além do dano físico.




PAPAS Y MAMAS - DADDIES & MUMMIES - video powered by Metacafe

segunda-feira, março 17, 2008

Manos Limpias persegue à esquerda e aos movimentos sociais


Souvem por primeira vez desta associaçom quando apresentarom aquela querela absurda contra Nunca Mais, por uso indevido, deziam do dinheiro que recadavam. Agora andam envoltos numha insólita cruzada contra a esquerda madrilena. Primeiro tomarom-na com Izquierda Castellana polas suas pretensas vinculaçons com Batasuna e agora pedem a ilegalizaçom da Coordinadora Antifascista por ser umha organizaçom violenta.

Esta associaçom baseia a sua exigência de ilegalizaçom para os antifascistas madrilenos nos cada dia mais habituais distúrbios ao termo de manifestaçons convocadas sob essas siglas ou em acçons de protesto contra actos da extrema direita. O curioso é que contra siglas de signo contrário que utilizam a violência de maneira habitual no seu agir, que fam de facto dessa violência a principal ferramenta de propaganda, Manos Limpias nunca di nada nas suas denúncias públicas.

Os meios de comunicaçom, as autoridades, os partidos políticos maioritários calam sobre a verdadeira natureza da violência que se vive de maneira crescente nas ruas de Madrid. Equiparam agressores com agredidos, difuminam as origens dos incidentes...e cargam contra a esquerda, como sempre. É umha curiosa (e perversa) política de criminalizaçom a que se está a implementar, permitindo manifestaçons neo-nazis e fascistas em bairros operários, onde se sabe que é praticamente impossível que nom haja incidentes, e depois cargando as tintas da repressom contra quem defende que a rua tem que ser do povo, e nom destas bandas da extrema direita.

Desde aquí, a minha solidariedade com os companheiros ameaçados. Neste blog amamos ao Madrid operário e anti-fascista

NO PASARÁN!!!

quinta-feira, março 13, 2008

Uns minutos com Mariano


Som as 18:30 do 12 de Março de 2008 e estamos numha céntrica e conhezida cafetaria corunhesa. A Manhattan é um local com sona e com história, no que para pessoal selecto e elegante. A minha presença alí é um bocado estridente. Que um gajo com calças de ganga e casaco preto, com barba mal cuidada e sem aspecto algum de ser alto executivo ou homem de negócios apareça alí é algo assim como suspeito, ou quando menos incómodo. Os camareiros som amáveis, ou mais bem som displicentes, ainda que com um ar de severidade que parece querer acusar-me de algumha cousa. É dizer: é umha espécie de diagnóstico coral: o corpo de camareiros detecta um elemento estranho nos domínios da oligarquia corunhesa.

Jamais teria pensado em entrar aquí, se nom for porque me prometeram algo bem substancioso a cámbio. Muitas horas de gestons e negociaçons, com muitas marchas adiante e atrás, forom necessárias para chegar aquí. Mariano Rajoy, o mesmíssimo Mariano Rajoy, concedia, poucas horas depois de perder as eleiçons gerais espanholas umha entrevista a O Tangaranho Vermelho. Nunca antes tivéramos que fazer um trabalho tam profissional: entrevistar a um político de tendência tam diamentralmente oposta à nossa maneira de entender o mundo. Conseguimos a entrevista depois de muito pelejar as condiçons com o gavinete de imprensa do PP; o mais complicado foi que o senhor Rajoy estivesse disposto a se achegar à Corunha. Em princípio, o PP insistia em que o encontro se produzisse fora do estado espanhol, concretamente no Ritz de Lisboa, mas finalmente conseguimos que o presidente do PP se deslocasse à Galiza, e concretamente à cidade herculina.

Mariano Rajoy aparece com um impecável fato azul, com um sorriso amplo, nom sei se realmente franco. Tenho a impressom de que está sob aviso das características do nosso blog

O Tangaranho Vermelho.- A primeira pregunta é obrigada, sr. Rajoy; temos que perguntar-lhe quê leitura fai da clara derrota sofrida nas eleiçons gerais e, já em chave galega, quê conclusom tiram no seu partido da perda de votos no nosso país.

Mariano Rajoy.- Bueno, en primer lugar, quiero aprovechar el ya desafortunado comienzo de esta entrevista para dar una muestra de buena voluntad, y, si me apura, de superioridad moral, aunque eso, si se me permite, se me supone por posición social y por naturaleza política también. No me parece muy apropiado que esta entrevista, estando nosotros en España, y siendo yo un dirigente de un partido político español, se desarrolle en portugués, pero claro, supongo que si uno se quiere abrir a que le entrevisten algunos medios, tiene que tolerar que lo entrevisten en esa extraña mezcolanza de portugués y gallego que tienen ustedes...

OTV.- Indo ao grao, e precisando também que nós nos estamos a expressar numha língua que é oficial na Comunidade Autónoma da Galiza, perguntávamos pola sua interpretaçom dos resultados...

MR.- Sí, mire usted; yo creo que tenemos motivos para estar contentos tanto a nivel nacional (nacional español, entiéndase; es que claro, parece que en algunos lugares y momentos hay que hacer la matización, verdad?) como a nivel regional. A nivel nacional hemos subido tanto porcentualmente como a nivel de votos; a nivel regional no ha sido así, pero seguimos siendo la primera fuerza en Galicia, que no Galiza. Y aquí también quiero llamarles la atención, puesto que no entiendo la obstinación de algunos en ponerle nombres a cosas que ya tenían nombre de toda la vida. Es Galicia, porque así se lo llamaban nuestros abuelos, porque así se lo llamaban nuestros padres y porque así lo seguimos haciendo nosotros; incluso en la normativa oficial del gallego es Galicia...

OTV.- Permita-me umha pequena correcçom: é que a nova normativa reconheze também a forma Galiza, que aliás tem umha innegável tradiçom...

MR.- No hay reales academias ni institución alguna con autoridad para decidir sobre lo que es correcto o no en gallego, que siempre ha sido una lengua libre, una lengua que se ha desarrollado en las corredoiras y campos de nuestro terruño: es el melífluo dialecto de nuestros paisanos; tan entrañable, tan bucólico...le sobran normas a nuestro gallego...

OTV.- Fazia o incisso, mais que nada porque o senhor invocava à normativa para censurar o uso de “Galiza” para nomear ao nosso país...

MR.- Haría usted mejor en llamar a las cosas por su nombre. No vaya usted a creer que yo soy menos gallego o que quiero menos a Galicia por llamarle lo que es...región. Es una región de España, con sus particularidades, con sus encantos, pero Galicia es España. Es una irresponsabilidad por parte de un medio de comunicación, por pequeño que sea, situarse fuera de la legalidad, llamándole “o noso país” a Galicia, que no es más que eso...cuatro provincias, que forman una región.

OTV.- Já vejo...entom o senhor nom se sente perdedor nestas eleiçons...

MR.- Repito que es evidente nuestro ascenso a nivel nacional. Es verdad que se da un retroceso a nivel regional, pero eso es porque no pusimos nuestra flota de Seat Panda blancos a funcionar durante la jornada del 9 de Marzo al cien por cien. Algunos se quedaron parados, porque tuvimos otros gastos de campaña y no pudimos poner el acento en la orientación del voto a colectivos necesitados tales como minusválidos o personas de la tercera edad. Lamentablemente, estos colectivos tan fieles se han quedado sin este servicio en algunas parroquias de Galicia, porque tuvimos que poner el acento en otras necesidades. Al final, parece que ha sido un error, porque no hemos movilizado a nuestra mayoría natural. Pero aún así, en líneas generales incluso estoy satisfecho de nuestra campaña.

OTV.- Suponho que se referirá o senhor a essa espécie de campanha paralela que gentes ligadas ao seu partido desenvolverom recolhendo sinaturas contra o ensino em galego...

MR.-...bien, usted sabe que nosotros defendemos el gallego, porque nos gusta el gallego. El gallego es una lengua muy bonita, pero como usted sabe, la lengua común de todos los españoles es el español, o castellano. Es la lengua oficial del estado, porque así lo dice la Constitución...

OTV.- Óptimo: mas entom, é certa essa vinculaçom que se supunha entre Galicia Bilingüe e o Partido Popular?

MR.- Yo creo que usted haría bien en no meterse con los movimientos ciudadanos, a fin de cuentas ahí está la voz del pueblo. El pueblo está sublevándose contra la imposición del gallego y, además, estamos llegando a unos extremos en que los castellanohablantes se sienten coartados en su libertad, discriminados. Esta situación hay que corregirla; en primer lugar habría que revisar los procesos mal llamados normalizadores en las comunidades con lengua propia, las leyes de normalización lingüística...

OTV.- Sim, em concreto a galega aprovou-na por unanimidade o Parlamento Galego (votos de AP e a UCD incluidos) e passou polo filtro das cortes espanholas e do Tribunal Constitucional. Dificilmente se pode atopar aí algum traço de inconstitucionalidade...por certo, é curioso que todas as iniciativas contra o galego acharam ao seu passo um rejeitamento social espontáneo tam amplo, e lembremos os episódios de Lugo, Narom, Vigo ou Corunha...

MR.- Mire usted, ante tales manifestaciones de intolerancia, sólo cabe la aplicación de la ley...

OTV.- ...sim, a aplicaçom da lei era o que reclamavam as pessoas que se manifestarom contra Galicia Bilingüe e grupelhos similares. Neste caso, sinto ter que lhe lembrar que som os senhores os que estám à margem da lei.

MR.- Mire usted, señor Tangaranho, o como demontres se llame...llegados a este punto, creo que me voy, porque esto empieza a parecerse a una encerrona nazi-abertzale-masónico-salafista...y no estoy dispuesto a perder el tiempo discutiendo lo indiscutible con un individuo como usted. De verdad hay alguien que lea su blog? Buenas tardes!

Um bocado desconcertados, presenciamos a estampida do Presidente do PP. Nom aclaramos nada, nem conseguimos do político pontevedrês nengumha resposta minimamente satisfactória. Em contrapartida, parece que descobrimos umha estranha habilidade para irritar a um homem que vai de moderado e flexível, mas que evidenciou claros pontos débiles.

quarta-feira, março 12, 2008

O filho da Anita


Rogelio Prieto Vidal é o nome do herói ao que Javier Adrián Ferreiro Barreiro lhe deve a vida. Rogelio é um herói circunstancial, como muitos outros heróis. Um nom escolhe, polo geral, ser herói; simplesmente na vida aparecem circunstáncias nas que o instinto te leva a agir de maneira heróica.

É o que aconteceu com Rogelio Prieto: caminhava como cada dia polo passeio do Orçam cara a sua casa de Monte Alto e foi surpreendido por umha onda gigante que o arrastou vários metros. Alí estava o pequeno Javier Adrián, que ia ser engolido polo mar quando Rogelio o segurou polos braços e, com essa acçom, salvou-lhe a vida.

A história é bem peculiar e conhecim-na ontem, só que hoje puidem ver os rostos, nomes e apelidos dos protagonistas...e resulta que a nai do cativo vem sendo Ana Maria Barreiro, para os companheiros e amigos Anita. A Anita impartilhou comigo os obradoiros de verao da Cruz Vermelha na Corunha: eu estava a fazer práticas de Monitor Sócio-Cultural e ela de Educaçom Social, e agora somos os dous voluntários de Juventude. Quê cousas tem a vida, abrir um dia o jornal e ver a umha amiga sendo notícia por umha cousa destas. Em realidade, é um bom presente de anos, ver à tua amiga no jornal por umha notícia assim, e nom pola tragédia que estivo apiques de acontecer.

Di a Anita: "À partir de agora, vou-lhe celebrar duas vezes o dia de anos"...nom é para menos! O Javier pode dizer que nasceu duas vezes!!!

terça-feira, março 11, 2008

As idades do Tangaranho

Amanhá irám três décadas e meia de Tangaranho, para desgosto de bastante gente, e suponho que também para gosto de algumha. Em qualquer caso, amanhá farám 35 anos que, no Hospital de Caridade de Ferrol viu as suas primeiras luzes quem costuma postear neste humilde blog. Vou-me permitir a liberdade de me auto-homenagear. Quatro cançons. Em honor às três décadas que vivim e esta que estou pendente de cumprimentar.

The Clash - Complete Control (Década 70 - 80)



Los Ilegales - Odio los pasodobles + Tengo un problema sexual (Década 80 - 90)



Negu Gorriak - Hator Hator (Década 90 - 00)



Skacha - En Marcha (bonus track)



Notas a rodapé:

The Clash: para mim umha das melhores bandas dos anos da new wave e o primeiro punk. Sem discusom.

Los Ilegales: poucas bandas espanholas e em espanhol tenhem umha história tam reivindicável como esta tam controvertida banda asturiana, que leva às suas costas já um monte de anos de bom rock and roll. Há miles de vídeos no youtube em melhores condiçons de Los Ilegales. Mas queria pôr este, porque coincide que é do primeiro concerto de rock ao que fum na minha vida.E o leit motiv tocava-me de bastante perto: era em solidariedade com os trabalhadores de ASTANO, durante aquelas movilizaçons do 86. No velho pavilhom da Malata.Tempos...

Negu Gorriak: Outro concerto histórico, nada menos que às portas de Herrera de la Mancha, perante centos de familiares e amig@s de pres@s basc@s.

Skacha: Um valor indiscutível no rock galego. Dezaoito anos dando umha tralha impressionante.

segunda-feira, março 10, 2008

Ángel García Seoane fala de solidariedade com Cuba

Nom som eu suspeito de comungar ideologicamente com o alcaide de Oleiros, mas nom se lhe pode negar a este homem certa autoridade moral e política para falar de Cuba. Com todos os tiques reaccionários e inconseqüentes que tem na forma e até às vezes no fundo do seu discurso, mas, quem lhe vai negar a sinceridade e a devoçom?

Quiçá o pior da intervençom esteja nessa pouco crítica e bastante simplista referência às viagens de Fraga a Cuba.

cubainformacion.tv


cubainformacion.tv

domingo, março 09, 2008

delírio?

Às seis da manhá, com trinta e sete e meio de febre, tinha as minhas dúvidas sobre se ia assistir ao curso que estou seguindo na Cruz Vermelha na Corunha. Continuei a dormitar na cama, e o sono, ainda que agitada e precariamente, prendeu. Algúm nível da minha mente conseguia descansar. Num momento dado da madrugada, calculo que minutos, talvez segundos, antes de soar o espertador, oio como um tom longo de telefone. E a seguir, um atendedor que insistentemente repete:

- Durante unos minutos, no haga ninguna cita de García Márquez...Durante unos minutos, no haga ninguna cita de García Márquez...Durante unos minutos, no haga ninguna cita de García Márquez

E, suvitamente, o espertador a pitar, cruel e implacável...

quarta-feira, março 05, 2008

O futsal galego quer voz própria

Os siareiros galegos estiverom com a Selecçom Galega de futsal antes de desputar o seu jogo em Ferrol perante Uruguai. Alí gravarom um vídeo com declaraçons e saudaçons dos jogadores e do corpo técnico. Nesse vídeo podemos escuitar cousas interessantes. Ante tudo, o reconhecimento do labor de SSGG como grupo de apoio às selecçons, e, sobretudo, do seu trabalho a favor da oficialidade das selecçons das diferentes disciplinas desportivas.

Um dado também esperançador...os jogadores da selecçom galega querem jogar o Mundial baixo as cores da Galiza.

Pois é claro que hoje por hoje nom está o panorama propício para estas cousas, mas o caso é ir abrindo caminho.

FORÇA GALIZA!!!


terça-feira, março 04, 2008

Novo disco de Núcleo Terco


A banda castelhana de Oi! Núcleo Terco vem de editar um novo disco, baixo o título "La Comisión de la Estaca". Este título vem sendo umha homenagem à história das luitas operárias na Galiza dos anos setenta. No próximo sábado vai-se celebrar a primeira audiçom do disco num bar de Carabanchel, Madrid. Aguardamos impacientes a próxima visita ao nosso país desta potente banda.


Núcleo Terco venhem sendo umha das bandas máximas abandeiradas do rock proletário no estado espanhol. Neste disco prometem maior elaboraçom nas músicas, sem perder voltagem. Boa escuita!!!


segunda-feira, março 03, 2008

Humor rebelde sobre a situaçom em Euskal Herria